“Motorhead”, clássico primeiro disco lançado pela icônica banda MOTÖRHEAD, é nossa indicação de hoje na seção VOCÊ DEVIA OUVIR ISTO, cuja proposta você confere nesse link.
Definição em um poucas palavras: Heavy metal demais para ser punk, punk demais pra ser heavy metal.
Estilo do Artista: Heavy Metal/Rock
Comentário Geral: O Motorhead que apresenta “Motorhead” (1977) não era mais nenhum neófito na cena. O trio liderado por Lemmy Kilmister, egresso do Hawkwind, já havia gravado o primeiro trabalho intitulado “On Parole”, em 1975, pela United Artists.
Quando formou a banda naquele mesmo ano com o nome de Bastard, Lemmy já tinha uma experiência de quase uma década no circuito de bandas inglesas, a maioria do tempo como guitarrista. Neste posto ele chegou a lançar quatro singles com a banda The Rockin’ Vicars (após rápidas passagens pelas bandas The Rainmakers (1963-1966) e Motown Sect (1966)) e que teve certa relevância regional.
Em 1967 Lemmy adicionaria ao seu currículo o cargo de roadie de ninguém menos que Jimi Hendrix por seis meses. Ele passaria os próximos anos pulando de banda em banda, lançando um disco com o Sam Gopal’s Dream, até chegar ao Hawkwind em 1971, banda da qual seria demitido em 1975.
Assim que saiu do Hawkwind, Lemmy recrutou Larry Wallis e Lucas Fox para formar o Bastard, que logo mudou seu nome para Motörhead, retirado na música música “Motorhead” do Hawkwind, a última música que Lemmy Kilmister escreveria para a banda, mas que nunca chegou a nenhum dos álbuns do Hawkwind, apenas foi lado B de um single de 7″ intitulado “Kings of Speed”) numa versão space rock com violinos.
Porém, os planos de Ian “Lemmy” Kilmister de mostrar aos ex-companheiros de Hawkwind que eles estavam errados quando o demitiram da banda foram adiados, pois o selo United Artists se negou a lançar “On Parole”, um disco que só seria editado cinco anos depois, ao término de uma ação judicial.
Com isso, a raiva que Lemmy imprimia na música de sua nova banda só fazia crescer e estes percalços estavam longe de fazê-lo desistir (tudo bem que em março de 1977 ele até pensou em acabar com a banda). Ao mesmo tempo que a postura da United Artists abalava os três músicos, ela só levaria o Motorhead a uma nova gravadora e daria ainda mais munição ao seu mentor intelectual.
Após participar de duas coletâneas e lançar um compacto, o trio já formado por Lemmy, Philthy Animal Taylor e Eddie Clarke, assinou com o selo independente Chiswick em 1977, quando Lemmy considerava a hipótese de terminar com o Motorhead por causa da falta de dinheiro, a crítica sem entendê-los e os shows diminuindo a cada dia. Até por isso, “Motorhead”, lançado em 1977, em meio a toda a efervescia da gênese do punk inglês, ficou, de fato, sendo o primeiro disco da banda.
O Motorhead era uma força da natureza desde os primórdios, quando Lemmy era escudado por Larry Wallis e Lucas Fox. Em outubro de 1975 eles roubaram a cena abrindo para o Blue Oyster Cult, no Hammersmith Odeon, não por serem melhores que os norte-americanos, mas pelo volume altíssimo com que tocavam. O visual do Motorhead já assustava: jaquetas pretas de couro como as dos motoqueiros, jeans muito justos, botas e cintos com cartuchos de munição de armas de fogo.
A mudança para a formação que gravaria “Motorhead” (1977) começou a ser formada com a saída de Lucas Fox, que foi demitido ainda em 1975, supostamente devido à sua falta de confiabilidade e falta de agressividade em seu estilo de bateria. Ele foi substituído por Phil Taylor, que era um conhecido de Lemmy.
Em 1976, foi decidido que a banda precisava de outro guitarrista. Eles ensaiaram com Eddie Clarke e acharam que ele se encaixava bem. Imediatamente Larry Wallis anunciou sua saída do Motörhead para que pudesse se concentrar na outra banda com a qual estava envolvido, o Pink Fairies.
Por mais que o Motorhead fosse um remanescente, um herdeiro do classic rock do início da década, a energia, o peso e a rusticidade que emanavam fazia o trio ser aceito tanto nos meios do punk quanto nos meios do heavy metal. Tanto que na época de “Motorhead” (1977) eles dividiam o palco com o The Damned. “Vibrator” é uma faixa que evidenciava bem esta aproximação com o punk.
Estes aspectos da música do Motorhead já estavam estampados na capa do álbum que trazia apenas sua mascote, batizada de Snaggletooth, estampada. Simples, agressiva e modelo a ser seguido pelas bandas mais violentas que surgissem a partir de então (Bathory e Venom que o digam).
As músicas eram basicamente escritas sobre paredes de guitarras cruas, baixos distorcidos, solos eletrizantes e bases rítmicas explosivas, além de um vocal rouco e personalíssimo de Lemmy. “Motorhead”, a faixa título, abria os trabalhos colocando as armas na mesa (sua versão definitiva viria no clássico ao vivo “No Sleep’Til Hammersmith”) e o ataque fulminante viria com “Vibrator”, “The Watcher”, “Iron Horse/Born To Loose” (outra com destaque em vivo “No Sleep’Til Hammersmith”), “Keep Us On The Road” e o cover de “Train Kept A-Rollin’”.
O conjunto de faixas, em sua maioria, era material antigo retrabalhado e apenas “White Line Fever” e “Keepers on the Road” foram compostas pelo trio Kilmister-Taylor-Clarke, mas já antecipavam, mesmo que timidamente, o que ouviríamos na sequência em “Overkill” (1979) e principalmente em “Ace of Spades” (1980).
O trabalho em estúdio é extremamente crú, o que deixa as composições ainda mais primitivas. De fato, um produtor mais adequado deixaria o som do Motorhead ainda melhor, pois tudo carece de um leve polimento profissional para amplificar a energia. O futuro mostraria isso, mas não se engane, aqui esta a pura essência da banda e que seria trabalhada nas próximas décadas.
Aproveite que a edição de comemoração de quatro décadas do lançamento deste disco chegou ao Brasil pelo selo Hellion Records, com direito a faixas bônus, como o “City Kids” (lado B do single de “Motorhead”), o EP “Beer Drinkers & Hell Raisers” de 1980 e mais seis takes alternativos das faixas do álbum, e vá atrás imediatamente desta peça que transpira história do rock.
Ano: 1977
Top 3: “Iron Horse/Born To Loose”, “Motorhead” e “Train Kept A-Rollin’”
Formação: Lemmy Kilmister (baixo e vocal), Fast Eddie Clarke (guitarra) e Philthy Animal (bateria).
Disco Pai: The Stooges – “Raw Power” (1973)
Disco Irmão: The Damned – ” Damned Damned Damned” (1977)
Disco Filho: Venom – “Black Metal” (1982)
Curiosidades: Com a pressão para ter a arte de capa completa para poder lançar o disco, a impressão saiu acidentalmente reversa no sentido horizontal e este erro foi o que criou a imagem icônica que acompanhou o Motorhead ao longo de sua existência.
Pra quem gosta de: Jack Daniel’s com Coca-Cola, som no último volume e motos estilo Chopper.
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