Lords Of Black – “Alchemy of Souls, part 2” (2021) | Resenha

 

“Alchemy of Souls, part 2” é o quinto álbum da banda espanhola de heavy/power metal Lords Of Black, lançado em 2021. O disco, que chega ao Brasil pela parceria entre os selos Shinigami Records e Frontiers Records, como o próprio título indica é uma continuação da proposta iniciada no disco anterior, lançada em 2020, mas não é propriamente um disco conceitual com enredo linear. Abaixo você lê nossa resenha de “Alchemy of Souls, part 2”.

Lords Of Black - Alchemy of Souls, part 2 resenha review

Musicalmente, esta segunda parte é uma continuidade daquilo que ouvimos em “Alchemy of Souls, part 1”, ou seja, um metal tradicional mesclado a elementos melódicos, sinfônicos e progressivos, mas com a adrenalina do hard rock, novamente produzido pelo próprio Tony Hernando, guitarrista da banda, e com Roland Grapow na mixagem e na masterização, afinal em time que está ganhando não se mexe.

Porém, estas novas doze faixas (a edição nacional ainda traz uma faixa bônus) jogam mais densidade e realidade nas letras e mais peso sombrio nos arranjos épicos, diminuindo levemente as explosões de melodia ou de técnica instrumental, e imprimindo ainda mais emoção nos vocais dramáticos (preste atenção ao que o vocalista faz em “Prayers Turned To Whispers”), sustentados pela seção rítmica sólida e precisa, algo já demonstrado no single de “Before That Time Can Come” (uma típica música do Lords of Black e um dos destaques de “Alchemy of Souls, part 2”) ou na agressiva “Mind Killer”.

Todo este clima mais denso e sombrio é reflexo da temática baseada no contexto global da pandemia que eclodiu em 2020, levando a batalha entre o bem e o mal da primeira parte de “Alchemy of Souls” para uma escala muito mais ampla do que o viés pessoal de antes (algo bem marcado na capa concebida pelo artista colombiano Felipe Machado Franco). Esta observação me leva a crer que as duas partes foram escritas em épocas separadas e não foram pensadas como uma espécie de disco duplo.

Isso posto, tenho o primeiro argumento do motivo de achar este “Alchemy of Souls, part 2” melhor do que sua primeira parte. Musicalmente, a banda liderada vocalista Ronnie Romero e pelo guitarrista Tony Hernando vão além de tirar o mofo das referências óbvias do power/heavy metal, que vão de Rainbow, Dio, Queen e Uriah Heep à Metallica, Helloween, Saxon e Iron Maiden.

Porém, agora o fazem com mais sinceridade e conferindo uma personalidade própria à maturidade atingida no álbum anterior. Com isso bem desenhado no outro grande destaque do disco, a faixa “What’s Become Of Us”, fica nítido que eles deram um passo adiante em sua evolução como compositores neste “Alchemy of Souls, part 2”, o que não exclui o fato de que as duas partes se completam como uma espécie de yin-yang do power/heavy metal moderno.

Mais precisamente, o entrosamento entre o vocalista Ronnie Romero e o guitarrista Tony Hernando esta cada vez mais azeitado, sendo que desta vez o destaque individual vai para o guitarrista que consegue sacar clichês de forma bastante sofisticada, dando um contraponto inteligente aos desenhos melódicos dos vocais de Romero, além de nos oferecer belíssimos solos que unem complexidade, força e alto poder de cativar. As progressivas “In A Different Light” e “How Long Do I Have Now” são onde melhor percebemos isso numa audição atenta.

As bandas que se dignam a tocar o power/heavy metal na atualidade só tem duas opções, reinventar o estilo ou praticá-lo com empenho, empolgação e energia. Como o Lords f Black é claramente um time de fãs de heavy metal, fazendo heavy metal para outros fãs de heavy metal, nada mais natural que escolham o segundo caminho. E neste caminho atingiram a excelência com “Alchemy of Souls, part 2”.

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