Khemmis | Resenha de “Deceiver” (2021), quarto disco da banda!

 

“Deceiver” é o quarto álbum da banda norte-americana de Doom Epic Metal Khemmis, um disco com seis faixas profundas, densas e épicas.

“Deceiver” foi lançado em 2021 pela banda Khemmis e chega ao Brasil pela parceria entre os selos Shinigami Records e Nuclear Blast. Abaixo você lê nossa resenha deste disco.

Khemmis - Deceiver

Como a própria capa infere, “Deceiver” é o disco mais sombrio do trio oriundo de Denver, no Colorado, ora mais heavy metal, ora mais psicodélico, mas sempre gerando uma jornada intensa e musicalmente desafiadora pelas complexas variações de andamentos dentro das possibilidades de exploração emocional que o epic doom metal permite.

As incursões pelo death metal e pelo black metal fortalecem a abordagem climática, melódica e sorumbática, do epic/doom metal da banda, gerando movimentos realmente instigantes em “Living Pyre” “House Of Cadmus”, faixas de destaque e que mostram a vastidão do horizonte musical do Khemmis dentro do heavy metal, numa musicalidade que soa, tomadas as devidas proporções, uma fusão de Opeth, Trouble, Mastodon, Candlemass e Visigoth.

Todavia, o que mais impressiona é perceber que esta intrincada meia dúzia de composições é desenhada assimetricamente por apenas três músicos, que respondem por guitarras tempestuosas e frenéticas, vocais épicos (tudo por aqui é construído para envolver e amplificar os vocais), em sua maioria, tradicionais e limpos, e seção rítmica acachapante. Aliás, o grande trunfo do Khemmis é sua dupla de vocalistas, Ben Hutcherson e Phil Pendergast, que se completam em momentos chave do repertório.

Na formação do Khemmis temos Ben Hutcherson (vocal, guitarra e baixo), Phil Pendergast (vocal e guitarra) e Zach Coleman (bateria e que tocou no projeto Go Ahead And Die, de Max Cavalera e seu filho, Igor Amadeus Cavalera), músicos que lapidaram sua proposta musical honesta e muito própria ao longo de três álbuns de estúdio e três EPs, até chegar na excelência emocional, melancolicamente épica, que ouvimos em “Deceiver”um disco minuciosamente composto, seja nas melodias ou nas mudanças de andamentos.

Claro que dentro desta proposta de  explorar a saturada cena epic/doom metal é difícil pedir alguma originalidade, mas o Khemmis consegue ao menos um pouco de personalidade por um experimentalismo psicodélico permeado por passagens monstruosas impressas agressivamente através de uma produção bem desenhada para o gênero: polida, sombria, orgânica e profunda.

Isso porque, como para quase todas as bandas que mergulham nos desdobramento do doom metal, as armadilhas são as mesmas: o abismo das músicas repetitivas e dos vocais enjoativos! O que o Khemmis fez foi imprimir a energia do metal extremo e a eletricidade do metal clássico de formas diferentes em cada faixa para tentar sair, e não fugir, destas armadilhas. Uma saída inteligente e fruto da maturidade com que criam outras boas composições como “The Astral Road” “Obsidian Crown”.

No geral, “Deceiver” é um disco extremamente cativante por buscar os riffs e as melodias certas para criar algo épico sem soar pretensioso, tipicamente doom sem soar datado e tradicionalmente heavy metal sem encurtar seus horizontes musicais. E o mais importante, negando qualquer tipo de exagero ou repetição desnecessária.

Na verdade, dizer que o Khemmis é apenas uma banda de doom metal é limitar muito sua capacidade de aglutinar aspectos diferentes do heavy metal. “Deceiver” é uma prova do quanto é difícil dizer qual subgênero eles estão puramente encaixados, justificando o fato de serem um dos grandes nomes no underground atual.

Leia Mais:

Outros Artigos que Podem Ser do Seu Interesse:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *