Kataklysm – Resenha de “Unconquered” (2020)

 

É impressionante pensar que o Kataklysm já apresenta seu décimo quarto disco de estúdio, intitulado “Unconquered”.

Fundado em 1991, o Kataklysm logo ganhou destaque com o clássico “Sorcery” (1995) e nos próximos vinte e cinco anos explorou os instintos básicos das emoções e a história antiga da humanidade como temas de seu death metal poderoso e intrincado.

De saída, posso dizer que “Unconquered” recupera o desgaste causado com o fraco “Meditations”, de 2018, supera o bom “Waiting for the End to Come” (2013) e se mostra como o melhor trabalho desde “Shadows & Dust” (2002).

Kataklysm - Unconquered (2020, Shinigami Records)
Kataklysm – “Unconquered” (2020, Shinigami Records)

“Unconquered” foi gravado e produzido pelo guitarrista JF Dagenais, no JFD Studio, em Dallas (Texas), o que mantém a identidade da sonoridade do Kataklysm, pois ele só não produziu o primeiro disco da banda.

Isso significa que as raízes do Kataklysm permanecem intactas, assim como a dinâmica melódica e a estruturação técnica.

Esses ingredientes estão amplificados pela mixagem de Colin Richardson, ao lado de Chris Clancy, que foram capazes de imprimi-los através de um peso moderno que tira todo e qualquer anacronismo da proposta brutal.

Não existem firulas por essas nove músicas, afinal o death metal escorre pelos arranjos de cada uma delas que soam obscuras, pesadas e ultra-violentas, mesmo quando guiadas por melodias rápidas (como no apelo deathcore de “Unearth the Scars”).

Os riffs e os acordes desenhados por frequências graves na guitarra de sete cordas de Jean-François Dagenais injetam uma tensão sombria contrastada com as melodias que funcionam como alívios dinâmicos nos arranjos (como nas aspirações thrash metal de “The Way Back Home” e “Icaru’s Falling”).

A seção rítmica que não se limita apenas a estruturar as músicas, investindo em tempos diferenciados e quebrados, além de desenhar grooves que provocam headbangins involuntários, além das marcações vertiginosas e caóticas que explodem nossa cabeça.

Nesse âmbito, devo destacar o novato James Payne, baterista que controla a velocidade e a técnica com uma destreza impressionante, se pronunciando individualmente entre os músicos.

Nos pouco menos de quarenta minutos de duração do álbum, somos agredidos por um death metal acachapante e espontâneo, bem equilibrado entre a dualidade moderno/old school, tendo como destaques “The Killshot’ (a abertura arrasa-quarteirão), “Cut Me Down” (com sua agressividade progressiva), “Focused to Destroy You” (dona de um furioso groove moderno), “Stitches” (com groove seco acachapante), “Defiant” (com aquela deliciosa brutalidade gratuita do death metal) e “When It’s Over” (com melodias certeiras em meio a agressividade).

Ao final de “Unconquered” só nos resta contemplar o abismo do silêncio que revela o quão impiedoso e certeiro foi o ataque maciço do Kataklysm.

FAIXAS:

1. The Killshot
2. Cut Me Down
3. Underneath the Scars
4. Focused to Destroy You
5. The Way Back Home
6. Stitches
7. Defiant
8. Icarus Falling
9. When It’s Over

FORMAÇÃO:

Maurizio Iacono (vocais)
Jean-François Dagenais (guitarras)
Stéphane Barbe (baixo)
Olivier Beaudoin (bateria)

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