Judas Priest – “Painkiller” (1990) | Você Devia Ouvir Isto

 

“Painkiller”, clássico disco da banda Judas Priest lançado em 1990 ainda é muito impactante, até por isso é nossa indicação de hoje na seção ‘Você Devia Ouvir Isto’, cuja proposta você confere nesse link.

Judas Priest - Painkiller (1990, Columbia Records) Resenha Review

Definição em um poucas palavras: Pesado, Guitarra

Estilo do Artista: Heavy Metal

Comentário Geral:  Os britânicos do Judas Priest já eram os deuses do heavy metal desde o início dos anos 80, mas o lançamento do álbum “Turbo” (1986) maculou um pouco a  reputação da banda no mundo conservador e ensimesmado do heavy metal, pelas timbragens sintetizadas os pontuais sinais de crise de criatividade.

Em suma, o Judas Priest vivia uma montanha russa em sua carreira: som estava americanizado em demasia e muitas vezes faltava peso. Para uma banda que havia definido o heavy metal junto ao movimento NWOBHM, a coleção de fracassos na segunda metade dos anos 1980 gerava críticas implacáveis à sonoridade modernosa. Isso até que saiu “Painkiller”, em 1990.

Claramente “Painkiller” era um disco influenciado pelas bandas de Speed/Thrash Metal americanas em seus riffs, ao mesmo tempo que mantinha a exploração melódica e técnica do metal britânico. Com isso, compuseram o maior clássico do heavy metal inglês nos anos 1990, simplesmente por injetar mais peso e velocidade nas guitarras melódicas e eletrizantes; imprimir mais agressividade na dramaticidade cáustica dos vocais, tudo desenhado numa geometria imprevisível e menos instintiva, encaixando riffs, refrãos precisos e dinâmica envolvente.

É importante lembrar que o fim dos anos 1980 foi o nascedouro dos estilos musicais mais brutais que se tem notícia, como o Death Metal e o Grindcore, sem falar que víamos a segunda safra do Thrash Metal em ação, combinando melodia aos riffs carregados de peso. Foi então que o Judas Priest ensinou como fazer um heavy metal clássico, mas muito pesado.

Como verdadeiros mestres compuseram uma das mais fantásticas canções de toda a história do estilo e ainda a utilizaram como faixa-título de um dos últimos clássicos absolutos do metal. “Painkiller” – a música (que contava a história de um messias do heavy metal que veio ao mundo para destruir o mal e salvar a raça humana da destruição) – fez a banda inglesa adentrar os anos 1990 chutando a porta da frente com um peso absurdo e vocais agressivos. De forma fulminante o quinteto inglês arrasava os críticos do injustiçado “Turbo” (1986) e do realmente fraco “Ram it Down” (1988).

Essa faixa de abertura era uma resposta para quem alardeava que o Judas Priest nunca conseguiria um início de trabalho mais forte do que “The Hellion”/Electric Eye”, do clássico “Screaming for Vengeance” (1982). E se o clássico disco de 1982, produzido por Tom Allom, definiu o heavy tradicional nos anos 1980, “Painkiller” seria a forma com que Judas Priest definiria o gênero na década seguinte, assim como mostram relevância ao produzir um disco tão ou mais impactante que “British Steel” (1980), dez anos depois, atualizando seus níveis de peso, velocidade e agressividade.

Muito peso emana dos falantes quando se coloca o álbum para tocar com da faixa-título – e de abertura – e sua bateria contagiante. Um grande destaque do álbum é, sem dúvida, o baterista Scott Travis. Isso porque grande parte desta agressividade sonora se deve à sua entrada que, sem exageros, chegou para atualizar a força da música do Judas Priest. Claro que o fato de Halford entregar uma de suas melhores performances em estúdio, enquanto Glenn Tipton e K.K. Downing carregam no peso da timbragem de suas guitarras, também, contribuíram também fortemente para o resultado final.

Scott Travis chegou após a turnê de “Ram It Down” (1988), disco anterior, pois o baterista Dave Holland deixou o Judas Priest por causa de problemas familiares. Seu pai havia falecido e sua irmã ficou seriamente doente quando a banda começaria a gravar seu novo disco. Na mesma época, o Racer X, banda de Travis, havia decretado seu fim, e prontamente o baterista aceitou o convite feito por Rob Halford para se juntar à banda inglesa

Com a formação renovada começaram a trabalhar no novo álbum que seria gravado no Wisseloord Studios, com produção de Chris Tsangarides. Aliás a produção chamou a atenção pela alta qualidade, evidenciando uma sonoridade mais técnica, agressiva e atualizada, e ajudou a colocar o Judas Priest como a banda mais importante do heavy metal em setembro de 1990, quando “Painkiller” foi lançado.

Com este sangue novo, eles conseguiram imprimir um álbum de metal clássico e ao mesmo tempo contextualizado ao mundo Heavy Metal da época, muito bem representado nas faixas “Metal Meltdown”, “All Guns Blazing”, “Hell Patrol”, “Night Crawler”, “Between The Hammer And The Anvil” e “Battle Hymn”. O ritmo não cai em nenhuma faixa, onde muito peso e guitarras pesadas forjam um álbum de metal clássico e ao mesmo temo moderno.

Foi na turnê de “Painkiller” que o Judas Priest desembarcou no Brasil para um show histórico na segunda edição do festival Rock In Rio, realizado no estádio do Maracanã, num dia que trazia Sepultura, Megadeth, Queensryche e Guns N’ Roses. A turnê seguiu para os Estados Unidos, porém o mercado norte-americano estava mudando drasticamente, e a baixa vendagem de ingressos levou ao cancelamento da tour.

Desafortunadamente, após “Painkiller”, mais precisamente em setembro de 1992, Rob Halford deixou o Judas Priest para se dedicar a projetos paralelos o que para muitos significou que esse era o último grande disco da banda. Halford substituiria Ronnie James Dio no Black Sabbath para alguns shows no final de 1992 e depois se dedicaria a alguns projetos como o Fight e o 2wo, além de uma ótima carreira solo, até o retorno ao Judas Priest na década seguinte.

Os rumores sobre substitutos de Halford no Judas Priest só começarem em 1994, tendo em Ralf Scheepers, à época no Gamma Ray, e Tony Mills (ex-Shy) os dois nomes mais cotados, ao lado de DC Cooper (do Royal Hunt). Porém a banda surpreendeu ao escolher Tim “Ripper” Owens, norte-americano de Ohio, e membro da banda Winters Bane que foi apresentado ao músicos do Judas Priest através de uma fita cassete levada por Scott Travis gravada num show da banda cover que Owens tinha do próprio Priest.

Ano: 1990

Top 3:  Painkiller”, “Metal Meltdown”  e “A Touch Of Evil”.

Formação: Rob Halford (vocais), K. K. Downing (guitarra), Glenn Tipton (guitarra), Ian Hill (baixo) e Scott Travis (bateria)

Disco Pai:  Accept – “Restless and Wild” (1982).

Disco Irmão: Saxon – “Solid Ball of Rock” (1990)

Disco Filho:  Primal Fear – “Primal Fear” (1998)

Curiosidades: Antes do lançamento do álbum, o Judas Priest teve que se defender da acusação de que a música “Better By You, Better Than Me”, do álbum “Stained Class”, incitou o suicídio de dois jovens. Os pais de Raymond Belknap e James Vance consideraram que esta música continha mensagens subliminares que influenciaram os dois jovens. O julgamento ocorreu em agosto de 1990 e o juiz Jerry Whitehead inocentou a banda, eximindo-os de qualquer pagamento de indenização.

Pra quem gosta de: Motos Harley-Davidson, Heavy Metal no volume máximo, histórias em quadrinhos e cerveja.

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