Étoilée Joe Martin
Joe Martin é um nome do jazz que merece muita atenção atualmente. Um músico que já trabalhou com Brad Mehldau, Chris Potter, e Donald Fagen.
Infelizmente, o gênero entrou numa espécie de nicho clássico, assim como a música erudita, em que apenas os grandes nomes são lembrados, e os nomes contemporâneos são acompanhados pelos aficionados e iniciados. O rock é outro gênero que caminha para essa fim.
Por essa conduta, bons nomes do jazz moderno como Joe Martin ficam escanteados entre os apreciadores do gênero que só olham para os baluartes do passado.
O jazz continua vivo e vibrante para quem acompanha suas novidades, e “Étoilée”, terceiro disco de Joe Martin como band leader, é prova dessa afirmação.
Talvez o mais introspectivo e pessoal de sua carreira “solo” (fato escancarado no desfecho de “Long Winter” e no nome do álbum, que é também o nome da sua filha), “Étoilée” traz um jazz orgânico, alicerçado nas tradições do gênero, mas moderno nas abordagens e na execução, com atenção aos detalhes e alto valor nas atonalidades.
Junto a isso, o uso constante de contrapontos e as ações de músicos que fogem do lugar comum, nos dão a impressão de que “Étoilée” é o mais consistente de sua trinca como líder, em comparação a “Passage” (2001) e “Not by Chance” (2009).
Na banda que o acompanha temos os velhos conhecidos Mark Turner (sax tenor e soprano) e Kevin Hays (piano e Fender Rhodes) que completaram o quarteto que registrou “Passage” (2001), adicionados agora de Nasheet Waits (bateria).
E o alto entrosamento entre Martin e Waits impressiona (ouça “Prospecting” e preste atenção ao trabalho conjunto dos dois). A bateria de Waits é ousada, principalmente no alicerce das estruturas, dando uma aula de tempo, ritmo e encaixe de “improvisos”.
“A World Beyond” abre o disco com uma estranheza introspectiva nas texturas quase psicodélicas do Fende Rhodes de Kevin Hays, que pincela tons envolventes e requintados nos climas. O que já nos remete ao fusion setentista, com seu instinto para canções mesmo com toda a desconstrução jazzística.
Martin coloca suas cartas na mesa, de fato, na segunda faixa, ” Malida”, com sua introdução cool jazz, e desenvolvimento ritmado, guiado pelo trabalho de baixo com riffs feitos quase como num violão. Essa é uma faixa que mantêm o espírito de sombras, fumaça e urbanidade que o jazz carrega de suas eras mais emblemáticas, assim como ouviremos na faixa-título.
Já neste começo fica perceptível que o sax de Mark Turner é o fulcro técnico entre classicismo e modernidade.
No decorrer do repertório ainda temos como destaques “Two Birds” e “5X3” (com destaque ao piano), onde Martin se mostra um herdeiro de Charles Mingus, além de “Safe” (com dinâmica precisa e apelo bebop).
Certamente, “Étoilée” será um dos grande discos de jazz de 2019.
TRACKLIST
1 A World Beyond
2 Malida
3 Prospecting
4 Two Birds
5 Safe
6 Long Winter
7 Étoile
8 5X3
FORMAÇÃO
Joe Martin (baixo)
Mark Turner (sax tenor e soprano)
Kevin Hays (piano e Fender Rhodes)
Nasheet Waits (bateria)
Étoilée Joe Martin Cultura Pop e Underground Jazz Étoilée Joe Martin Cultura Pop e Underground Jazz Étoilée Joe Martin Cultura Pop e Underground Jazz Étoilée Joe Martin Cultura Pop e Underground Jazz Étoilée Joe Martin Cultura Pop e Underground Jazz Étoilée Joe Martin Cultura Pop e Underground Jazz Étoilée Joe Martin Cultura Pop e Underground Jazz Étoilée Joe Martin Cultura Pop e Underground Jazz Étoilée Joe Martin Cultura Pop e Underground Jazz Étoilée Joe Martin Cultura Pop e Underground Jazz
Outros Artigos que Podem Ser do Seu Interesse:
- Kindle Unlimited: 10 razões para usar os 30 dias grátis e assinar
- Os 6 melhores fones de ouvido sem fio com bateria de longa duração hoje em dia
- Edição de Vídeo como Renda Extra: Os 5 Notebooks Mais Recomendados
- As 3 Formas de Organizar sua Rotina que Impulsionarão sua Criatividade
- Camisetas Insider: A Camiseta Básica Perfeita para o Homem Moderno