Imminence – Resenha de “Turn the Light On” (2019)

 

Imminence - Turn the Light On
Imminence – “Turn the Light On” (2019 | Arising Empire, Shinigami Records)

Aí você pega a ficha técnica da banda e lê que o Imminence se dedica ao metalcore. Na sua mente já logo vem uma tempestade dos clichês que formam esse gênero.

Porém, ao colocar o disco pra rodar você percebe que pode ter algo diferente neste “Turn the Light On”, seu terceiro disco, sucessor de “This Is Goodbye” (2017).

Como manda o figurino, os berros angustiado estão mesclados a linhas vocais melódicas, a finação grave está aqui, também os riffs secos e o peso raivoso ladeado à melodia melancólica.

Por outro lado, talvez por causa da interseção com o post-hardcore, algo mais introspectivo e emocional seja explorado, e não ouvimos o abuso de groove e breakdows (“Lighthouse” é um desses casos), e a produção soa menos pasteurizada, mesmo que cristalina.

Todavia, o que chama, de fato, a atenção em “Turn the Light On” são os detalhes diferenciados dos arranjos, seja ao violino (à cargo do vocalista Eddie Berg ) ou usando abordagens acústicas, inteligentemente amarrados e dando ainda mais profundidade ao atrito de sentimentos que cada composição traz consigo.

“Erase” é uma abertura de impacto, mas a capacidade de diversificação musical dentro de um gênero que começa a experimentar seus primeiros sinais de saturação é percebida efetivamente na segunda música, “Paralyzed”.

Nessa faixa a banda apresenta uma sonoridade tridimensional, com planos bem distintos de instrumentação tradicional (guitarra, baixo e bateria), vocais principais e secundários, além da profundidade dos arranjos.

E se “Paralyzed” pende mais mais peso do metalcore (assim como a ótima “Lighthouse”) do que a melodiosa faixa de abertura, “Room to Breath” se equilibrará entre estes dois aspectos e junto com “Wake Me Up” (que chegará mais à frente) reforçará a impressão de tridimensionalidade da música destes suecos.

Confesso que sou um pouco crítico quanto a bandas de metalcore, e na maioria das vezes já estou cansado na metade do disco, mas “Turn the Light On”  me prendeu, talvez pelo peculiar violino que permeia as composições.

Nesse sentido, “Infectious” é o perfeito exemplo disso que quero dizer! Sem o terceiro plano onde estão pormenores diferenciados, esta faixa seria apenas mais uma sobreposição modernosa de peso e melodia. Mas esses pormenores fazem a diferença!

Não só nessa faixa, mas principalmente na ternura melancólica de “Love  Grace” (com uma interpretação emocionante do vocalista) e na climática “Death of You” (outro destaque do disco) que ainda nos oferece passagens acústicas e spoken words.

Tudo bem, esse estratagema não funciona sempre e algumas faixas são menos empolgantes, como as genéricas “Saturated Soul” (que parece uma versão do A-Ha fundida ao Linkin Park), “The Sickness”, “Scars” (muito linear e pouco inspirada), e “Don’t Tell a Soul”, mas no geral o Imminence entrega uma forma competente do metalcore.

Mesmo soando pouco criativa e inspirada em alguns momentos, quando eles acertam a mão o resultado é primoroso.

Claramente temos uma banda preocupada com os mínimos detalhes de sua música, à começar pela produção impecável, passando pelos refrãos (“Disconnected”, por exemplo, gruda na sua mente por dias), até a estruturação de suas músicas.

O Imminence foi formado no sul da Suécia por Eddie Berg (vocal/violino) e Harald Barrett (guitarra) ainda na adolescência e vem buscando amadurecer sua música junto com sua base de fãs.

Desta forma, “Turn the Light On” me deu a impressão  de ser um disco de uma banda com força e criatividade para renovar a fórmula (aos meus ouvidos) já gasta do metalcore.

Se você gosta do estilo aproveite que a Shinigami Records acabou de lançar esse material no Brasil e confira já, porque vale a pena!

FAIXAS:

1. Erase
2. Paralyzed
3. Room To Breathe
4. Saturated Soul
5. Infectious
6. The Sickness
7. Death Of You
8. Scars
9. Disconnected
10. Wake Me Up
11. Don’t Tell A Soul
12. Lighthouse
13. Love & Grace

FORMAÇÃO:

Eddie Berg (vocal/violino)
Harald Barrett (guitarra)
Alex Arnoldsson (guitarra)
Christian Höijer (baixo)
Peter Hanström (bateria)

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