Ibaraki – “Rashomon” (2022) | Resenha

 

O Ibaraki é um projeto paralelo do líder do Trivium, Matt Heafy, que pratica o black metal de uma forma progressiva. “Rashomon” é seu primeiro álbum criado em parceria com Ihsahn, frontman do Emperor.

Abaixo você lê nossa resenha completa deste disco lançado no Brasil pela parceria entre os selos Shinigami Records e Nuclear Blast.

O Ibaraki é um projeto paralelo do líder do Trivium, Matt Heafy, que pratica o black metal de uma forma progressiva. "Rashomon" é seu primeiro álbum criado em parceria com Ihsahn, frontman do Emperor.

Matt Heafy é o líder do Trivium, uma das bandas mais importantes dentro do cenário metálico mundial atualmente. Dono de uma voz marcante dentro do metalcore Heafy também se destaca em sua banda pelos riffs que guiam a porradaria sonora, técnica e precisa de sua banda principal. Agora, ele redireciona toda esta capacidade como compositor de heavy metal para o Ibaraki, um projeto de visa misturar o black metal com a cultura japonesa sobre a estética do metal progressivo.

Com este intuito, Heafy chamou Ihsahn, líder do Emperor, para ajudar a dar forma a “Rashomon” (bela referência a um dos melhores filmes de Akira Kurosawa), o primeiro álbum do Ibaraki, muito mais pelo que o músico norueguês apresenta em sua belíssima carreira solo do que sua obra black metal registrada nos discos do Emperor. A temática oriental não é muito comum neste estilo de música, mesmo que boas bandas bandas japonesas como o Sabbat e o Sigh tenham inveredado pela estética do black metal.

Todavia, para Matt Heafy ela é totalmente natural, pois ele tem ligação direta com a cultura japonesa, afinal sua mãe e ele próprio nasceram no Japão. E com o encorjamento de Ihsahn para que Heafy buscasse novas inspirações líricas na mitologia e folclore japoneses, abordando deuses, deusas e monstros da religião xintoísta ensinada por sua mãe, a temática do trabalho por si só já é diferenciada e desperta interesse.

Para dar ainda mais corpo ao projeto Heafy trouxe uma lista interessante de convidados. Além de seus companheiros do Trivium e de sua esposa (que registrou samples de sons da natureza em uma floresta próxima de sua casa), ele trouxo para “Rashomon” Gerard Way (My Chemical Romance) e Nergal (Behemoth, Me And That Man).

Confesso que o Trivium, banda principal de Matt Heafy, nunca me chamou a atenção. Na verdade, poucas são as bandas de metalcore e correlatos que, de fato, despertam meu interesse. Até por isso, me surpreendi muito com o que ouvi em “Rashomon”. Sendo eu apaixonado por rock/metal progressivo fiquei espantando com a forma com que ele insere os elementos diferenciados em meio a estética agressiva e sinfônica do black metal, me remetendo a uma mistura de Dimmu Borgir com Sigh, com detalhes de folk metal forjado pelo fogo da modernidade de um belíssimo trabalho em estúdio.

Abaixo você tem ofertas de uma edição em vinil e outra em CD, respectivamente, de “Rashomon”, primeiro álbum do Ibaraki.

O primeiro destaque de “Rashomon” vai para “Ronin”, faixa que traz Gerard Way, do My Chemical Romance. Claro que a curiosidade pela forma com que Gerard iria se sair numa musicalidade mais agressiva existia, mas ele se saiu muito bem dentro da estética black metal desta composição e até assutou com seus gritos insanos. Julgando pelo que ele fazia com sua banda principal e até mesmo em sua ótima carreira solo eu nunca imaginei que ele pudesse gritar de forma tão insana, dando um bom contraste com as linhas limpas de Matt que conferem a vibe progressiva à composição, assim como o belíssimo solo de guitarra de Ihsahn.

Junto com “Tamashii no houkai”, “Akumu” “Kagutsuchi”, que não por acaso foram as faixas de divulgação, temos um conjunto de destaques que representam bem um conjunto de composiçoes altamente nivelado, sem pontos baixos dentro da proposta musical inventiva, ousada e nada ortodoxa do Ibaraki. Apesar do vocais serem em sua maioria gritados (como pede o black metal), o contranste com a técnica instrumental e algumas linhas mais melódicas e limpas fornecem o atrito de opostos tão importante para a dinâmica da música progressiva.

No geral, aos meus ouvidos, “Rashomon”, do Ibaraki, está muito acima de qualquer coisa que o Trivium já tenha criado!

Abaixo você tem ofertas de discos do Trivium, banda principal de Matt Heafy, em edições especiais em vinil

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