The Hellacopters – “Eyes of Oblivion” (2022) | Resenha

 

“Eyes of Oblivion” é o álbum de retorno da banda sueca The Hellacopters, o primeiro em quatorze anos.

Mais abaixo você lê nossa resenha completa deste disco lançado no Brasil pela parceria entre os selos Nuclear Blast e Shinigami Records.

The Hellacopters - Eyes of Oblivion 2022 Shinigami Records Nuclear Blast

A banda Hellacopters foi uma das responsáveis por resgatar a sonoridade orgânica, pesada e suja do rock n’ roll na virada do milênio, saudando referências setentistas como Motorhead, Ramones, Deep Purple, Kiss, Black Sabbath, Stooges, MC5, dentre outros.

A banda nasceu como um projeto paralelo de membros da banda de death metal Entombed e do Backyard Babies, mas logo ganhou destaque (tanto que Nicke deixou o Entombed para se dedicar apenas ao Hellacopters), indo parar na gravadora Universal, por onde lançaram o histórico “High Visibility” (2000).

Porém, em 2007, após lançarem mais dois excelentes discos (“By the Grace of God” [2002] e “Rock & Roll Is Dead” [2005]), o Hellacopters anunciou em seu site oficial o fim das suas atividades, sendo que seu último disco de estúdio foi lançado já com a banda desfeita, intitulado “Head Off” (2008).

A intenção declarada dos músicos era jamais tocarem juntos novamente, como o próprio Nicke declarou em entrevista à revista Roadie Crew. Até por isso, quando anunciaram seu retorno em 2016, findando um hiato de quase uma década, a espera por um novo disco de estúdio começou a gerar ansiedade nos fãs do rock n’ roll à moda vintage.

Neste ínterim em que o Hellacopters esteve inativo, Nicke Andersson, seu principal compositor, guitarrista e vocalista, se manteve ativo e ofereceu ótimos discos com a excelente banda Imperial Estate Electric e com o Lucifer. Ao lado dele, nesta nova empreitada no Hellacopters temos os velhos companheiros Dregen (guitarra), Kenny Håkansson (baixo) e Robert Eriksson (bateria).

Ou seja, não havia ferrugem a ser tirada, apenas azeitar um pouco o entrosamento entre os músicos durante os shows para que pudessem mostrar novamente seu rock n’ roll à moda vintage de alto poder em “Eyes of Oblivion”, um disco com pouco menos de 35 minutos de duração onde desfilam referências óbvias, desenhadas com muita personalidade e organicidade nas timbragens valvuladas.

“So Sorry I Could Die”, por exemplo, umas das melhores entre as dez faixas do disco, tem riff bebendo na fonte blues do heavy rock inglês, no meio do caminho entre o Humble Pie e o Led Zeppelin, essa última, uma referência presente também na faixa título, mas de outra forma mais sutil no desfecho.

Já “Tin Foil Soldier” tem aquela energia de bandas como AC/DC, Beatles, Slade e Sweet bem misturadas, com um ótimo refrão que a coloca entre os destaques junto com “Positively Not Knowing” (com adrenalina e a melodia do proto-metal na medida certa) e a já citada “So Sorry I Could Die”.

“Eyes of Oblivion” é um disco que traz material novo junto com faixas compostas por Nicke para outros projetos, como é o caso da ótima “Can It Wait”, uma fusão de Kiss com Motorhead, que foi composta na época do Imperial State Electric, mas que tem o DNA do Hellacopters sem se valer do apelo saudosista, algo que fazem também na eletrizante faixa-título.

Isto é algo interessante ao longo de todas as faixas de “Eyes of Oblivion”, pois o Hellacopters não quer, claramente, recomeçar de onde parou, mas mostrar que se passaram alguns anos em que seus membros amadureceram como compositores e músicos, dando um toque mais elegante a seu rock “feio, sujo e malvado” de outrora.

Com isso geraram um repertório impecável, completado por ótimas faixas como “Reap a Hurricane” (com ótimas guitarras), “A Plow and a Doctor” (uma fusão de Beatles com Stooges), “Beguiled”, “The Pressure’s On” e “Try Me Tonight”, uma coleção que dá um tom adulto ao garage rock desde o impecável trabalho em estúdio acompanhado de perto pelo próprio Nicke Andersson que divide a produção e a masterização com Chips Kiesbye e Juggio Wall.

De fato, “Eyes of Oblivion” não oferece nada de novo, mas esse nunca foi o objetivo, pois o Hellacopters sempre celebrou o rock n’ roll, com pedigree hard rock, cheiro reconfortante de clássico, e clima festeiro. E nestes quesitos, este disco é um dos melhores da discografia da banda!

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  1. The Hellacopters – “High Visibility” [CD]
  2. The Hellacopters – “By The Grace Of God” [CD]
  3. The Hellacopters – “Head Off” [CD]
  4. The Hellacopters – “Eyes of Oblivion” [CD]
  5. The Hellacopters – “Payin’ the Dues” [Disco de Vinil]

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