J-Metal | 5 Discos Para Conhecer o Metal Japonês Nos Anos 1980

 

heavy metal japonês é uma amálgama de toda a diversidade que o metal oferece. Da velocidade do speed metal, à virtuose do metal neoclássico, as bandas japonesas adotaram o ataque de guitarras gêmeas da NWOBHM e combinaram isso tudo com a fluência e envolvência do hard rock. E claro, o visual exagerado apelidado de visual kei.

O metal japonês decolou apenas na década de 1970 partindo de músicos que começaram no final dos anos 60 com bandas cover. Um dos grandes pioneiros do metal japonês foi o Bow Wow, talvez a banda que estava lançando discos antes de todas as outras.

Fundada em 1976, pelo guitarrista e vocalista Kyoji Yamamoto, a banda chegou a mudar de nome para Vow Wow, em 1984, após recrutarem o vocalista Genki Hitomi e redirecionarem a sonoridade para algo mais americanizado, chegando a ter o baixista Neil Murray (ex-Whitesnake) na formação.

Aqui cabe uma menção honrosa ao disco “Charge”, que era o terceiro álbum do Bow Wow em dois anos e chegava mantendo a qualidade do disco anterior, “Signal Fire”, ambos lançados em 1977, e só por isso ele não entrou na nossa lista focada nos anos 1980. Sem dúvidas, esses dois discos representam o ápice do hard n’ heavy japonês, trazendo composições bem trabalhadas em um hard n’ heavy de primeira, sustentado pelas guitarras virtuosas e cheias de feeling.

Outra menção honrosa vai para o disco “Street Rock ‘n’ Roller” (1984), do 44 Magnum, mais um dos nomes pioneiros do metal japonês, fundado em ainda na década de 1970, na cidade de Osaka. Musicalmente, a banda liderada pelo vocalista Tatsuya “Paul” Umehara e pelo guitarrista Satoshi “Jimmy” Hirose, praticava um hard n’ heavy pesado e agressivo até 1986, quando girou sua musicalidade para algo mais comercial, voltado ao AOR, até 1989, quando entraram num hiato que iria até 2002.

Em 1984, quando lançaram “Street Rock ‘n’ Roller”, seu segundo álbum, soavam como uma mistura de Judas Priest da fase “British Steel”, Scorpions do “Blackout” e Dio do “Holy Diver”. Infelizmente nunca foram tão famosos quanto seus conterrâneos do Loudness, apesar das similaridades musicais, mas esse disco merece ser redescoberto pelos fãs de heavy metal!

As Cenas “Kansai” e “Kanto”

Houve duas cenas importantes no Japão nos anos 80: Kansai e Kanto. A cena “Kansai” estava centrada em Osaka, no oeste do Japão, e foi influenciada inicialmente por bandas ocidentais dos anos 70, com base hard/blues rock, caracterizadas por explorações melódicas e por serem mais diretas em sua abordagem à sonoridade heavy metal.

Por outro lado, a cena “Kanto” estava centrada em torno de Tóquio, no leste do Japão, e se formou alguns anos depois da cena “Kansai”. Influenciadas por bandas como Judas Priest, Scorpions e Van Halen, estas bandas também incorporaram o Visual Kei e outros fenômenos japoneses, sendo mais extravagantes, progressivas e criatividade em sua abordagem ao heavy metal.

O Visual Kei

De modo geral, visual kei (“estilo visual”) é um termo para uma variedade de estilos de moda que têm influência do Gothic Rock, Glam Rock e Heavy Metal, caracterizado por cabelos extravagantes, crossdressing, roupas de couro, maquiagem pesada, trajes elaborados e mistura de cores claras com escuras.

O estilo foi fundado por bandas como X Japan , Color e Malice Mizer no final dos anos 1980 e início dos 1990. Embora o visual kei seja mais popular em seu país natal, o Japão, ele se espalhou pelo mundo, levando à criação de bandas não japonesas de visual kei, como Seremedy .

J-Metal - 5 Discos Pra Conhecer o Metal Japonês

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5 Discos Para Conhecer o Metal Japonês

Agora queremos listar cinco álbuns de bandas que julgamos essenciais para entender o metal japonês nos anos 1980, quando as principais bandas do Japão viveram seu auge criativo.

1) LOUDNESS: “Thunder In the East” (1985)

Sem dúvidas, o maior nome do metal japonês, o Loudness, após dois álbuns de estúdio que revelavam o potencial para vôos além das fronteiras japonesas, iniciou sua carreira internacional com o pé na porta! “Thunder In the East” foi o primeiro álbum do Loudness pela Atlantic, responsável por fixar seu nome na cultura metálica dos anos 1980.

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Riffs precisos, solos brilhantes, cozinha sólida e vocais envolventes guiam clássicos como “Crazy Nights”, “Like Hell”, “Clockwork Toy”, “Never Change your Mind”“Heavy Chains”, que transitam por faixas ora velozes, ora cadenciadas, construídas sobre o peso do metal tradicional mesclado à melodia do hard rock.

Esse já era o quinto disco da banda em cinco anos e inaugurava sua melhor trinca de lançamentos, completada pelos marcantes “Lightning Strikes” (1986 – mais puxado ao hard rock e que poderia muito bem estar nessa lista) e “Hurricane Eyes” (1987). A banda ainda está ativa e recentemente lançou “Rise To Glory” (2018), cuja resenha pode ser conferida nesse link.

2) EARTHSHAKER: “Fugitive” (1984)

A banda de Osaka, Earthshaker, nem sempre é lembrada quando se fala em metal japonês, mas ela tem muita importância na cena, sendo uma das precursoras do heavy metal no Japão, além de ter  Minoru Niihara, do Loudness, em seus primórdios.

“Fugitive” era seu segundo disco, lançado em 1984, basicamente como uma continuação do primeiro trabalho em termos musicais, investindo num hard n’ heavy de guitarras inflamadas, fuzzeadas e barulhentas, e vocais enérgicos, guiando faixas poderosas como “Kioku No Naka”, “Love Destiny” e “More”, que também mostram as inclinações ao hard rock mais pop que se desenhava ali em meados da década de 1980.

Os aspectos mais pop e melódicos do hard rock ganhariam ainda mais espaço com o passar dos anos, e a banda atingiria um sucesso comercial em seu país, mas em “Fugitive” temos o melhor resumo de sua capacidade dentro do heavy metal.

3) ANTHEM: “Bound to Break” (1987)

Mais um pioneiro do metal japonês, o Anthem estava na linha de frente junto com o Loudness e o Earthshake. Oriunda de Tokyo, a banda tinha como marcas registradas as melodias incisivas, os riffs metálicos poderosos, os refrãos envolventes e os vocais de Eizo Sakamoto, que sairia da banda após este “Boud To Break”, terceiro disco (sem contar o EP de 1985), lançado em 1987.

Com este trabalho eles conseguiram dar um upgrade na produção que era o maior problemas de seus dois discos anteriores, imprimindo em músicas como “Machine Made Dog”, “Empty Eyes” e “Headstrong” uma resposta japonesa a bandas consagradas como Accept e Judas Priest, investindo um heavy metal tradicional empolgante e embasado em variações de tempo e velocidade.

4) EZO: “Fire Fire” (1989)

O EZO foi uma banda que pegou a ponte aérea do Japão para Los Angeles, nos Estados Unidos, em busca de sucesso na onda do hard rock que explodia em meados dos anos 1980. Por lá, foram “descobertos” por Gene Simmons, do Kiss, e conseguiram obter um relativo sucesso.

EZO Fire Fire

Seu primeiro álbum, autointitulado e produzido pelo próprio Gene Simmons, garantiu uma estréia com potencial que viria a atingir seu auge em “Fire Fire” (1989), o segundo trabalho, que trazia uma versão mais refinada da proposta da mescla de Heavy Metal Glam/Hard Rock, e fortes influências setentistas, que lembra bastante o que o Motley Crue fazia.

“Love Junkie”, “Night Crawler”, She’s Ridin’ the Rhythm”, “Streetwalker”, e “Million Miles Away” guiam esse trabalho que também traz muito da herança musical do Kiss, guiadas pelas guitarras inspiradas de Shoyo Iida e os vocais marcantes de Masaki Yamada.

Junto com o Loudness, o EZO completou a dupla de bandas japonesas de hard rock/heavy metal que primeiro atingiram o Billboard Top 200, chart de álbuns mais relevante da época.

5) X – “Blue Blood” (1989)

O X-Japan não só é uma importantíssima banda do heavy metal japonês, ela revolucionou a cultura popular japonesa ao dar o pontapé inicial no movimento visual kei. A banda sempre foi focada em Hayashi Yoshiki, o baterista, pianista e compositor. Na verdade, as sementes da banda – então conhecida simplesmente como X – foram plantadas enquanto Yoshiki era apenas um estudante do ensino médio. Ele reuniu uma formação que mudava constantemente em torno de si e de seu amigo Deyama ‘ Toshl ‘ Toshimitsu, para tocar as composições que estava escrevendo.

X - Blue Blood

Seu primeiro álbum “Vanishing Vision”, de 1988, que foi lançado pela Extasy Records, fez tanto sucesso que os levou a um acordo com a CBS/Sony Records, após o qual sua popularidade continuou a crescer.

Com este “Blue Blood”, que veio na sequência ,o X atingiu seu ápice, num conjunto de músicas bem compostas e diversificadas, indo do speed metal ao glam rock, passando por arranjos psicodélicos, baladas emocionais e passagens orquestradas, levando-os a ser considerados como o Beatles, ou o Led Zeppelin, do Japão.

Uma justificativa disso está na longa “Rose of Pain”, quicá a grande obra-prima do metal japonês. “Blue Blood” ainda traz “Week End”, “X”, “Orgasm”, “Endless Rain” e “Kurenai”, como destaques num álbum que mostrava a criatividade e ousadia musical da mais extravagante banda japonesa. Uma curiosidade: a tentativa de entrar no mercado norte-americano, em 1992, levou a banda a mudar seu nome para X-Japan e lançar o ótimo e maduro “Dahlia” (1996).

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1 comentário em “J-Metal | 5 Discos Para Conhecer o Metal Japonês Nos Anos 1980”

  1. O que vejo muito no metal japones são guitarras na velocidade da luz, visual Glam e algumas bandas onde os caras parecer ser mulheres!!!! tem coisa boa por ali!!!! valeu

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