Heavy Feather – “Mountain of Sugar” (2021) | Revivendo o puro Classic Rock

 

“Mountain of Sugar” de Heavy Feather é um disco obrigatório para qualquer fã de classic rock. Com vocais poderosos e riffs de guitarra matadores, este álbum irá surpreendê-lo pelo tempero soul e pegada bluesy.

“Mountain of Sugar” é o segundo álbum de estúdio da banda sueca Heavy Feather, onde eles reforçam todas as suas influências do classic rock sessentista e setentista, tendo na vocalista Lisa Lystam (também responsável pelos arranjos de harmonica) seu grande trunfo. Abaixo você lê nossa resenha completa deste disco lançado no Brasil pelo selo Hellion Records.

Heavy Feather - Mountain of Sugar (2021, Hellion Records)

Se você é fã de rock, não vai querer perder “Mountain of Sugar” do Heavy Feather. Este álbum apresenta vocais poderosos, riffs de guitarra matadores e um som que vai deixar você querendo mais. Isso porque o Heavy Feather é uma banda de rock sueca que vem ganhando destaque em seu nicho com seu som único e performances poderosas. Seu último álbum, “Mountain of Sugar”, é uma audição obrigatória para qualquer fã de rock. Com uma mistura de blues, rock clássico e influências modernas, este álbum mostra a versatilidade e o talento da banda. Desde a faixa de abertura até as notas finais, “Mountain of Sugar” vai deixar você querendo mais.

Abaixo você tem ofertas de “Mountain of Sugar e “Debris & Rubble”, do Heavy Feather.

É fato que a vocalista já chamava a atenção no primeiro trabalho da banda, “Débris & Rubble” (também lançado por aqui via Hellion Records), simplesmente pela forma com que transpunha para a determinação roqueira a volúpia das cantoras de r&b das décadas de 1950 e 1960. Agora, a banda formada em Estocolmo coloca a voz  de Lisa Lystam ainda mais no centro das atenções, criando arranjos instrumentais alicerçados nas raízes do rock que orbitem sua voz e engrandeçam suas linhas. Confira faixas como “Love Will Come Easy” (uma das melhores da banda) e “Lovely Lovely Lovely”e você entenderá exatamente o que quero dizer.

Até por isso, é impossível não ouvir esse “Mountain of Sugar” sem pensar nos discos do Big Brother & The Holding Company. “Mountain of Sugar” foi gravado no No Regrets Fonogram Studios, em Estocolmo, sendo o trabalho em estúdio novamente coordenado pelo produtor Erik “Errka” Petersson, com quem a banda já havia trabalhado em “Débris & Rubble”. É necessário mencionar que “Mountain of Sugar” foi mixado na antiga mesa usada pelo Pink Floyd, dando um toque ainda mais orgânico e vívido aos timbres e texturas da proposta vintage do Heavy Feather, que também contou com a ajuda de Magnus Lindberg (Lucifer e Imperial State Electric) na masterização.

Sendo assim, no âmbito comparativo com o primeiro trabalho, salta aos ouvidos a impressão de que investiram em uma musicalidade mais pesada e crua, levando a estrutura das composições para o hard rock setentista, aquele desenvolvido à partir dos ensinamentos do blues, além de dar pinceladas mais fortes nas cores psicodélicas dos climas (como na balada “Let it Shine”).

A ideia de continuidade vai além é dada pela própria banda quando trazem uma música intitulada “Rubble & Débris”, uma clara referência à abertura instrumental que dava título ao primeiro disco, mas também uma confirmação dessa minha observação quanto ao peso e à timbragem mais crua, principalmente das guitarras.

Entra em cena, então, o guitarrista Matte Gustavsson, que parece ter estudado as minúcias do legado setentista do instrumento, seja pelos timbres que escolhe ou pelos riffs e solos que desenha, todos bem harmonizados aos ganchos melódicos do vocais de Lisa e sustentado pelo baixo insinuante Morgan Korsmoe e pela bateria enérgica de Ola Göransson (atenção ao que ele faz em “Rubble & Débris”).

O entrosamento entre os músicos é um fator determinante para o ótimo resultado das onze faixas que completam “Mountain of Sugar”, e também para dar personalidade à costura de referências que vão de Fleetwood Mac à Lynyrd Skynyrd, passando por Free, Little Feat, Cream e o já citado Big Brother & The Holding Company.

De certa forma, a musicalidade de antes soa mais intrincada e criativa, mesmo que estejam longe de querer reinventar o rock. Isso pode ser sentido já na ótima faixa de abertura, “30 Days”, que funciona como um resumo que será ouvido ao longo do material. Por ela, ainda percebemos como trabalharam com mais foco na criação de grooves envolventes e na exploração sutil de elementos de soul music dentro de sua base bluesy, como também farão em “Mountain of Sugar” (e suas variações de andamentos) e “Come We Can Go”.

Já outras faixas, como a cadenciada “Bright in My Mind” , a espetacular “Sometimes I Fell” (um encontro de Lynyrd Skynyrd com o Traffic, e contando com os vocais de um certo Axel Lystam) e a balada climática “Asking In Need” (com cara de hit de classic/folk rock) mostrarão que  a proposta de recriação da atmosfera clássica do gênero permanece inalterada.

Todas essas músicas mostrarão, também, que é inegável que tiveram um salto de criatividade que torna o Heavy Feather um nome promissor a disputar o trono do vintage rock atual com alguns de seus conterrâneos. Com “Mountain of Sugar”  o Heavy Feather mantém a reputação da Suécia como o celeiro de grandes bandas do vintage rock em alta. Cabe mencionar que aqui no Brasil o disco foi lançado via Hellion Records, numa caprichada versão em slipcase.

Se bandas como Blues Pills, Lucifer, Honeymoon Disease, Hot Breath, além das clássicas citadas acima, fazem seu gosto, não deixe de conferir este trabalho.

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1 comentário em “Heavy Feather – “Mountain of Sugar” (2021) | Revivendo o puro Classic Rock”

  1. Essa banda virou uma das minhas favoritas da atualidade, quando mais ouço esse disco, mais eu gosto, mais me sinto atraído por cada melodia ali. Perfeito do início ao fim.

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