George Lynch – “Seamless” (2021) | Resenha

 

George Lynch é um dos guitarristas mais habilidosos e talentosos de sua geração, membro de bandas como Dokken e Lynch Mob. Agora, pela primeira vez, ele está lançando um disco instrumental, “Seamless”.

Abaixo você lê nossa resenha completa deste disco de George Lynch, lançado pelo selo Rat Pack Records e, no Brasil, pela Hellion Records.

George Lynch é um dos guitarristas mais habilidosos e talentosos de sua geração, membro de bandas como Dokken e Lynch Mob. Agora, pela primeira vez, ele está lançando um disco instrumental, "Seamless".

Que George Lynch é um dos guitarristas mais respeitados do mundo ninguém duvida. Sua técnica influenciou toda uma geração e forjou uma sonoridade que se tornou característica para o hard rock.

Com um estilo único e bem definido ele construiu uma carreira ao longo de quatro décadas, mas só agora lança seu primeiro disco solo, instrumental, intitulado “Seamless” e amparado pelo baterista Jimmy D’Anda e pelo baixista Eric Loiselle.

“Seamless” traz nove composições (mais três faixas bônus) interessantes, diversificadas, mas com seus altos e baixos, como era de se esperar neste tipo de trabalho. Como um ouvinte de jazz e música progressiva, não tenho problema com discos instrumentais e posso garantir que ouvindo “Seamless” com o coração aberto, mesmo aqueles que queriam algo na linha do Dokken e Lynch Mob podem ser levados por uma jornada musical envolvente.

Isso porque a performance de Lynch, além de técnica, é super energizada e insinuante, trazendo algumas passagens que vão explodir a mente de quem admira sua forma de tocar. Mesmo que vários momentos deste disco tenham mais significado para músicos, em especial guitarristas, o fato é que “Seamless” foi um disco inicialmente planejado para ser um trabalho do Lynch Mob.

Porém, as composições eram muito intrincadas e havia pouco espaço para o desenvolvimento de linhas vocais, logo, a saída foi trabalhar estas músicas de forma instrumental, lapidando-as para este formato. Até por isso, “Seamless” soa diferente dos discos de guitarristas mais conhecidos do segmento instrumental no rock/metal, como Steve Vai e Joe Satriani, por exemplo.

Isso fica claro em músicas como “Death By a Thousand Licks” “Supersonic Hypnotic Groove Thing” (com algo que lembra Tom Morello, do Rage Against The Machine) que mostram Lynch investindo em abordagens diferentes do usual em sua carreira, pelo, peso, fúria e rapidez empregados em cada uma delas. Já “Falling Apart” “Quiver” reafirmam toda a classe que  ele sempre carregou em sua interpretação de emoções usando as seis cordas de uma guitarra.

O restante do repertório é um desfile de riffs e solos histriônicos que já são marcas registradas cravadas na guitarra de George Lynch e o tornaram um músico famoso. Neste sentido, “Seamless” é um disco com camadas de guitarra sobrepostas, o que o torna mais pesado que o normal para a carreira de George Lynch, e também menos orgânico.

Por isso, creio que a produção é o principal problema por aqui, já que guitarras, baixo e bateria parecem estar colidindo e não harmonizando-se na mixagem durante a maior parte do repertório. Talvez isso tenha acontecido pois o trabalho em estúdio precisou deixar a sonoridade um tanto clínica para que tudo funcionasse, afinal, os arranjos criados por Lynch não deixaram espaços silenciosos para que as notas musicais ecoassem.

Isso dá um tom de vertiginoso e opressor aos arranjos de uma forma geral, mesmo nos movimentos mais cadenciados. Assim como tudo soa calculado, estudado e nada espontâneo nas composições, mesmo naquelas linhas de guitarra que parecem “cantar” melodias mais acessíveis e marcantes. Ainda assim, vale a audição cuidadosa deste trabalho!

Enfim, se você é fã de George Lynch vai aprovar “Seamless”, mas se não é dos mais fervorosos admiradores do ex-guitarrista do Dokken e dono do Lynch Mob, provavelmente, não será por aqui que irá mudar de ideia!

Outros Artigos que Podem Ser do Seu Interesse:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *