Dirty Shirley – Resenha de “Dirty Shirley (2020)

 

Esse álbum de estréia do Dirty Shirley é mais um daqueles para entrar na lista dos discos que não devem ser julgados por sua capa de extremo mal gosto.

Mas como diria o mestre Ariano Suassuna, até os gênios têm direito a um momento de mal gosto, e no caso deste auto-intitulado disco do Dirty Shirley, esse mal gosto termina na capa.

A banda é mais um projeto da gravadora italiana Frontiers, daqueles que reúnem músicos gabaritados para recriar sonoridades clássicas do heavy metal e do hard rock.

No caso do Dirty Shirley temos o guitarrista George Lynch, nome conhecido por trabalhos clássicos ao lado de Dokken e Lynch Mob, reunido com o vocalista Dino Jelusick, um dos talentos da nova geração, sob a orientação de Alessandro Del Vecchio na produção e mixagem.

Dirty Shirley - Dirty Shirley (2020, Frontiers Records, Hellion Records)

Musicalmente, o que ouvimos nestas onze composições é um hard n’ heavy classudo e orgânico que vai agradar os fãs de Dio, Whitesnake e Badlands na mesma medida de quem curte novos nomes como Inglorious e Winnery Dogs.

Afinal, o timbre de Dino Jelusick lembra muito o do mestre Dio e a paixão que ele coloca na sua interpretação remete a David Coverdale.

O quarteto é completado pelo baixista Trevor Roxx e o baterista Will Hunt, que são eficientes e consistentes na sustentação das harmonias, afinal eles mesmos sabem que estão aqui para apoiar o brilho das guitarras e dos vocais.

Aliás, mesmo com o trabalho de classe e técnica do guitarrista George Lynch, que nos oferece seu melhor desempenho em estúdio na última década da sua carreira, o vocalista croata rouba a cena diversas vezes.

De fato, sabemos que o guitarrista pode dar bem mais do que ofereceu aqui, inclusive nos momentos em que busca as sonoridades diferenciadas na guitarra e a pluralidade de timbres.

O grande trunfo do Dirty Shirley é transitar pelas diferentes formas do hard n’ heavy, buscando influências dos anos 1970 aos anos 1990, passado pelo metal oitentista. Com isso, geram uma dinâmica envolvente e variada.

Claro que alguns clichês são explorados, mas o fato de Lynch estar lá na época que eles foram definidos serve de atenuante sobre esse fato, o que não acontece com a carência de adrenalina em momentos-chave do repertório.

Mesmo assim, esse disco do Dirty Shirley é mais um projeto acertado da Frontiers e reforça o hard rock como um gênero prolífico na atualidade.

Destaques? Anota aí: “Here Comes the King” (com a classe do classic rock e a energia eletrizante do hard rock oitentista), “Dirty Blues” (com uma maliciosa pegada bluesy), “I Disappear” (com uma pegada noventista cativante), “Last Man Standing”, “Escalator to Purgatory” (pesada e noventista) e “Grand Master” (de pegada folk setentista).

Aproveite que esse excelente disco de hard rock acabou de sair no Brasil via Hellion Records em formato slipcase e vá atrás já, principalmente se você é fã de Rainbow, Badlands e Whitesnake.

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