O Ex Deo continua seu tributo ao Império Romano, narrando a história do general estadista cartaginês Anibal em “The Immortal Wars”.
Abaixo você lê nossa resenha completa deste disco que foi lançado no Brasil pela parceria entre os selos Napalm Records e Shinigami Records.
E o Ex Deo retorna com mais um trabalho versado na história do Império Romano. Aos mais desavisados, a banda canadense foi formada em 2008, como um projeto do frontman da banda de Death Metal canadense Kataklysm, Maurizio Iacono.
Lançaram dois trabalhos entre 2008 e 2014, intitulados “Romulus” (2009) e “Caligula” (2012), quando o vocalista resolveu impor um hiato ao projeto que durou pouco mais de um ano, e frutificou neste mais recente trabalho “The Immortal Wars”.
Naqueles primeiros álbuns, já estava clara a capacidade da banda em capturar toda a brutalidade das batalhas históricas que descrevia, através de riffs vigorosos, bateria violenta e vocais agressivos, num resultado épico, mas contrapondo à glória imposta pelo Viking Metal. O uso de teclados para recriar uma atmosfera histórica já era um recurso muito bem utilizado dentro destes trabalhos conceituais, se encaixando muito bem no contexto metálico em que fora inserido.
“The Immortal Wars” vem continuar este tributo Heavy Metal ao poderio do Império Romano, ao narrar a história de Hannibal (ou Anibal), um general e estadista cartaginês considerado o maior dos táticos militares da história, tendo se destacado durante a Segunda Guerra Púnica, entre Roma e Cartago. Dentre suas estratégias mais impressionantes, registra-se que Aníbal conduziu um exército, com a presença de vários elefantes de guerra, da Hispânia até o norte da península Itálica, passando pelos Pirineus e Alpes. Além disso, Derrotou o exército romano em várias batalhas campais, embora os cartagineses não tenham conseguido conquistar Roma.
Somente este tema histórico já empolga para a audição deste mais recente trabalho do Ex Deo, mas posso afirmar que conseguiram lapidar e engrandecer ainda mais seu amálgama de Death Metal Melódico, orquestrações climáticas, envolvendo o conceito de modo inteligente e envolvente, equalizando bem melodia com brutalidade, e intensidade com pompa bélica, resultando numa dramaticidade quase cinematográfica, por uma produção nada estéril, mas que consegue ser eficiente nos dois mundos: a organicidade metálica e a nobreza orquestral.
Ou seja, é extremamente difícil de rotulá-los, pois, por mais que estejamos em terreno Death Metal, com guitarras nervosas, cozinha intensa, e vocais guturais, a sonoridade é extremamente dinâmica, com detalhes sinfônicos, de espírito bélico e épico, mais próximos às trilhas sonoras do que ao eruditismo.
Além disso, existem passagens que beiram o Heavy Metal Tradicional em pontos isolados do trabalho. E aqui permita-me destacar o trabalho dos guitarristas J-F Dagenais e Stéphane Barbe, que conseguem dialogar em intensidade com as belíssimas orquestrações de Clemens Wijers, sem perder a alma Death Metal.
Mas não pense que no contexto geral de “The Immortal Wars” tudo seja rebuscado e pomposo. É dinâmico, bem oxigenado pela geometria variável dos arranjos, mas o instrumental metálico não abusa da técnica, se valendo mais de artifícios cativantes, com cadência e ritmo militar entrecortando a sonoridade vigorosa, de alicerce relativamente simples, mas com paredes solidamente preenchidas e sagazmente adornadas.
Num trabalho deste porte é quase um crime artístico destacar faixas isoladamente, pois, atém mesmo as transições operísticas e dramáticas entre as composições possuem seu lugar de honra dentro deste álbum, que merece ser absorvido como uma obra de arte completa.
Mesmo assim, ouso afirmar que a sequência iniciada no intermezzo “Suavetaurilia” e que se desenvolve até o fim do álbum com “Cato Major: Carthago Delenda Est!”, “Ad Victoriam (The Battle of Zama)”, “The Spoils of War”, e “The Roman”, é o melhor momento da carreira do Ex Deo.
Um álbum como este merece ser consumido em sua plenitude, acompanhando as letras e submergindo em seu conceito histórico, muito bem delineado pela belíssima arte do encarte. Por isso, aproveite que esta peça saiu em impecável versão nacional pela Shinigami Records, e tenha a melhor aula de história romana da sua vida!
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