Opera Diabolicus – “Death on a Pale Horse” (2021) | Resenha

 

“Death on a Pale Horse” é o segundo álbum de estúdio da banda sueca de horror metal Opera Diabolicus, lançado em 2021, contando com participações especiais de Mats Levén (Candlemass, Therion, Skyblood), Snowy Shaw (King Diamond, Mercyful Fate, Therion, Notre Dame), Andy La Rocque (King Diamond), Michael Denner (King Diamond, Mercyful Fate) e o tecladista brasileiro Ronaldo Rodrigues. O disco foi lançado no Brasil pelo selo Shinigami Records e abaixo você lê nossa resenha completa sobre ele.

Resenha de "Death on a Pale Horse", segundo álbum de estúdio da banda sueca de horror metal Opera Diabolicus, lançado em 2021.

O Opera Diabolicus é centrado no duo formado pelo baixista Adrian de Crow e o multi-instrumentista David Grimoire, cuja proposta é mesclar a imagética do teatro gótico clássico com um heavy metal épico, permeado por elementos de doom metal, prog rock gothic metal. Uma proposta interessante já em sua carta de intenções.

Neste contexto, “Death on a Pale Horse” é o segundo álbum da banda, que chega nove anos após o debut “1614” (2012), mostrando uma produção (à cargo do próprio David Grimoire) atualizada e mais orgânica do que a praticada anteriormente. O trabalho de mixagem e masterização ficou à cargo de Jens Bogren.

Musicalmente, temos elementos fortes remetendo aos trabalhos de bandas como Mercyful Fate, King Diamond, Therion, Candlemass, Memento Mori e Ghost em faixas como “Bring Out Your Dead” (que resume toda a capacidade da banda em costurar todas estas influências) e “Night Demon” (uma faixa mais direta, curta e cativante), os grandes momentos de “Death On Pale Horse”, resumindo bem sua musicalidade pomposa, poderosa, obscura e dramática, construída sobre camadas sonoras sobrepostas guiadas por riffs bem criados e cativantes, além de linhas vocais épicas.

Existem detalhes que remetem ao prog rock setentista também aqui e ali e, como era de esperar em uma banda com paralelos musicais estéticos com o metal sinfônico (alguns momentos me lembraram o Dimmu Borgir), o clima de trilha sonora é presente na maioria dos movimentos mais épicos. No saldo final, “Death On Pale Horse” é um disco artisticamente muito bonito como um todo, talhado nos detalhes e que demanda mais de uma audição para ser bem digerido.

A dinâmica gerada pela variação entre os vocalistas Mats Levén, Snowy Shaw, Madeleine Liljestam e Angelina DelCarmen cria um efeito interessante de metal opera gótica (as vozes femininas remetem ao Nightwish), não só pelo refinamento épico inserido junto aos arranjos ou pelo fascínio gerado pelo atrito das linhas vocais melódicas com a decadência profana inerente à proposta musical. Nesse sentido, algumas passagens soam como marchas imperiosas e agressivas.

Nem é preciso dizer que a guitarra de Andy La Rocque faz de “Second Coming” um destaque do repertório, mas quero aqui chamar a atenção ao trabalho do tecladista brasileiro Ronaldo Rodrigues no órgão Hammond e no solo de Moog em faixas de destaque no trabalho como “Siren’s Call”, “A song of Detestation” “Little Sister”, além da já citada “Night Demon”, cujas inserções estão longe de soarem monótonas ou anacrônicas.

Claro que nem todas as músicas funcionam, afinal “Darkest Doom on the Brightest of Days” (que me incomoda pela impressão de cópia descarada de algo do disco “Them” do King Diamond) e “At Nighttime” são momentos bem fracos do repertório, mas no geral a dupla e os convidados que os cercaram neste segundo trabalho entregaram faixas poderosas, pesadas e requintadamente sombrias, todas muito bem trabalhadas em estúdio.

“Death on a Pale Horse” é uma peça sofisticada e atualizada do epic doom metal de cacoetes sinfônicos, onde as fortes tintas góticas esfumaça suas naturezas melódica e agressiva.

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