Enforcer – “Live By Fire II” (2021) | Resenha

 

“Live By Fire II” é o segundo disco ao vivo da banda sueca Enforcer, lançado no Brasil por uma parceria entre os selos Nuclear Blast e Shinigami Records.

Enforcer - Live By Fire II (2021, Shinigami, Nuclear Blast) Resenha Review

Esse disco ao vivo tem um sabor de celebração afinal ele abrange o período entre 2015 e 2020, representando o ciclo entre os álbuns “From Beyond” e “Zenith”.

Ambos foram discos importantes para o Enforcer, pois expandiram seu público ao mesmo tempo que amadureceram sua musicalidade, além de ser neles onde mostraram que podiam fazer algo de diferente em seu revival do heavy metal tradicional.

“Live By Fire”, o primeiro ao vivo lançado em 2015 pelo Enforcer serviu aos dois propósitos. Ali, o quarteto sueco findava a primeira parte de sua discografia após o ótimo “Death By Fire” (2013) e apresentava novas propostas para o seu futuro no EP que trazia como bônus.

Analisando daqui do futuro, dentre as faixas inéditas apresentadas naquele primeiro “Live By Fire”, e também no álbum “From Beyond” (2015), mesmo que discretamente, já havia suspeitas de que algo diferente estava sendo gestado pela fórmula musical do Enforcer.

Todavia, logicamente, não dava pra prever o que ouviríamos em “Zenith”, onde o Enforcer se mostrava ainda mais melódico e cativante, como se quisessem se banhar em todas as possibilidades que os clichês musicais oitentistas permitiam, seja pelas vias do hard rock norte-americano ou da NWOBHM.

Em “Zenith” eles foram além e deram até mesmo um colorido europop nas suas melodias, buscando claras inspirações nas harmonias doces do ABBA, mas tocadas com a insanidade do Lizzy Borden e usando as progressões e as roupas do Diamond Head.

Esta análise é importante para entender o que ouviremos neste “Live By Fire II”: uma banda coesa, no seu auge técnico e criativo, com total controle de sua fórmula e já dominando os atalhos do jogo ao qual se dedica pela maturidade adquirida nos palcos.

“Live By Fire II” oferece uma performance vibrante e energizada de dezessete faixas ao vivo e, como era de se esperar, a abertura do show ficou à cargo de duas composições de “Zenith”: Die For The Devil” e “Searching For You”, duas das faixas daquele disco que mais empolgam pelo peso, velocidade e refrãos destes dois proto-thrash metals.

De seu mais recente trabalho ainda emprestam “One Thousand Years of Darkness” e “Zenith of the Black Sun”, ambas mais encaixadas ao apelo pop metal do disco.

As demais músicas são buscadas em todos os seus discos de estúdio, com destaque a “Destroyer”, “Midnight Vice”, “From Beyond” (com aquela ritmo épico do Iron Maiden), “Live For the Night” (um speed metal de guitarras vertiginosas), “One Thousand Years In Darkness”, “Scream of the Savage” e “Take Me Out Of This Nightmare”.

Todas elas foram capturadas por uma produção brilhante, em 2019, na Cidade do México, o que contribui para o resultado final explosivo, pois o público mexicano se mostra apaixonado (principalmente em pedradas como “Undying Evil”, “Mermerized By Fire” ), gerando uma troca intensa de energia.

Cada parte deste disco ao vivo cheira ao speed metal do underground oitentista, desde as músicas, até a arte de capa e o encarte recheado de fotos de shows e da vida na estrada.

Material indicadíssimo e como escrito na contra-capa: “para ser tocado no volume máximo”!

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