Roadwolf – “Unchain the Wolf” (2020) | Resenha

 

“Unchain the Wolf” é o primeiro álbum da banda austríaca Roadwolf, lançado via Metalizer Records em 2020, e que ganhou uma edição nacional em slipcase via Hellion Records.

Roadwolf - Unchain the Wolf (2020, Hellion Records)

Apesar de “Unchain the Wolf” ser o primeiro álbum do Roadwolf, eles já trazem na bagagem uma década de existência, período em que lançaram singles e EPs, além de estabilizarem a formação e lapidarem a essência pura do heavy metal que forma sua identidade musical.

O quarteto formado por Franz ‘Franky’ Bauer (vocal principal), Valentin ‘Vali’ Strasser (guitarras), Christoph ‘Aigy’ Aigner (baixo) e Emanoel ‘Mano’ Bruckmüller (bateria) se inspira na infalível mistura entre heavy metal oitentista e hard rock setentista cheio de energia, fúria e peso.

Basicamente, eles levaram para a Áustria toda o legado de bandas como Judas Priest, Saxon, UFO, Diamond Head, Scorpions, W.A.S.P. e Iron Maiden, e retrabalharam essas influências com mais personalidade do que criatividade, através de um trabalho de estúdio moderno e orgânico que potencializou toda a intransigência musical das dez faixas que compõem “Unchain the Wolf”.

Todas as músicas são guiadas por riffs fortes e incisivos, e linhas vocais determinadas (o timbre de Franz Bauer me lembrou o de Ralf Scheepers em diversos momentos), tudo sustentado por uma seção rítmica contundente e precisa. Os arranjos possuem aquela variação dinâmica de velocidade que cativa, enquanto desfia todo o cânone do metal clássico.

Ou seja, o Roadwolf é competente na sua recriação concisa da era dourada do heavy metal, sem anacronismos, mas também sem se render às modernidades.

Porém, o grande trunfo por aqui são as guitarras cortantes, melódicas, gêmeas e de progressões harmônicas que dão aquele sentimento de força e poder, e os refrãos envolventes e de melodias agressivas que geram uma energia que captura a adrenalina do heavy metal oitentista.

Não existe segredo na sonoridade do Roadwolf que não seja a energia, personalidade e força em sua manjada fusão de hard rock e heavy metal, com a competência inerente à forma européia de fazê-la.

Até por isso, enquanto as faixas vão se desenvolvendo tem-se a sensação de que o Roadwolf tentou recriar a mística musical de suas bandas favoritas, pois da primeira à última faixa ficamos identificando as referências.

E isso não é demérito, é claramente a proposta do projeto: diversão à moda old-school!

Desta forma, podemos apontar como destaques as faixas: “All Hell Is Breaking Loose” (abrindo os trabalhos com adrenalina e peso); “Unchain The Wolf” (uma mistura de Riot, Iron Maiden e Judas Priest); “M.I.A” (Judas Priest meets W.A.S.P.); “Roadwolf” (com clima de estrada inerente ao Saxon mesclado ao toque progressivo da NWOBHM); “Straight Out Of Hell” (com clima sombrio e dramaticidade lembrando uma fusão de Black Sabbath com Accept); “Curse of the Gypsy” (com algo de Diamond Head); “Turn It Loose” (um hard rock vertiginoso que me lembrou do Triumph); “Wheels of Fire” (mais simples e direta, mas não menos empolgante); “Never Surrender” (um hard n’ heavy para fãs de Iron Maiden); e “Condemned to Rock” (mezzo Judas Priest mezzo AC/DC).

Sim, eu elenquei todas como destaques, pois em todas as composições eles encaixam os clichês de forma eficiente, compensando a deficiência de personalidade com a abundância de econômica.

Em “Unchain the Wolf” temos um álbum que não irá mudar sua percepção de mundo, ou se tornará um clássico, mas irá satisfazer seu desejo por um heavy metal determinado, sem soar datado, pagando um digno tributo aos ícones do estilo!

Se eu ainda desse nota para os discos aqui no site “Unchain the Wolf” seria “nota 10 e com louvor”!

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