Eddie Cochran foi uma das grandes lendas do rock! Um dos grande gênios da primeira geração do gênero. Oriundo da Califórnia, ele foi nos anos 1950, um dos primeiros hit makers do recém nascido rock n’ roll.
Pela sua aparência, idiossincrasias e postura rebelde, Eddie Cochran foi referenciado por vários de seus biógrafos como o James Dean do Rock N’ Roll! Para situar o leitor, James Dean foi um dos símbolos da década de 1950, que faleceu em um acidente de carro em 30 de setembro de 1955, com apenas 24 anos.
Estrela de cinema de sua geração, James Dean é lembrado como um ícone da contracultura, muito pelo símbolo da desilusão da juventude norte-americana que se tornou após o clássico filme “Rebel Without a Case” (1955), onde viveu o adolescente problemático Jim Stark.
Eddie Cochran: O James Dean do Rock N’ Roll!
Eddie Cochran nasceu em 3 de outubro de 1938, em Albert Lea, uma pequena cidade localizada no estado americano de Minnesota. Seus pais eram de Oklahoma e ele sempre afirmou em entrevistas que era natural do estado onde seus pais nasceram.
Seu nome de batismo é Edward Ray Cochrane e rapidamente aprendeu a tocar guitarra. Tanto que chegou na Califórnia, quando a família de Cochran mudou-se para Bell Gardens em 1955, aos 17 anos de idade, mostrando alta habilidade com a guitarra nas mãos.
Ainda na infância ele teve aulas de música na escola, mas saiu da banda para tocar bateria e, ao invés de ter aulas de piano, ele começou a aprender violão, tocando a música country que ouvia no rádio.
Nesse mesmo ano formaria dupla com o baixista Connie Smith e um ano depois conheceria Hank Cochran, com quem fundaria a banda country Cochran Brothers, que chega a assinar um contrato com o selo Ekko, por onde lançaram três singles inexpressivos.
Ou seja, por volta de 1955 Eddie Cochran tornou-se músico profissional, profissão que exerceu até falecer em um trágico acidente de carro (outra das semelhanças com James Dean), em 1960.
Ainda no meio da década de 1950 ele seria apresentado a Jerry Capehart que o ajuda a iniciar sua carreira solo. Pouco tempo depois de se destacar com “Twenty Flight Rock” no filme “The Girl Can’t Help It” (1956), estrelado por Jayne Mansfield, Cochran era parte do selo da Liberty Records, lançando seu primeiro compacto, “Skinny Jim”, em 1956.
“Skinny Jim” era uma espécie de resposta a “Long Tall Sally”, de Little Richard e impulsionou o sucesso relativo que seu primeiro álbum “Singing to My Baby”, de 1957, teve. Neste único disco lançado em vida por Eddie Cochran fica claro que a gravadora queria direciona-lo para algo mais pop. Um álbum póstumo, initulado “My Way”, seria lançado em 1964.
Ainda em 1957 Cochran estrelou seu segundo filme, “Untamed Youth”, e também teve seu primeiro hit, “Sittin ‘in the Balcony”, uma das poucas canções que ele gravou e que foram escritas por outros compositores (neste caso John D. Loudermilk).
Daí até 1960 Eddie Cochran colecionará hits e terá uma vertiginosa escalada de sucesso que o levaria a uma turnê européia em 1959, onde ele excursionaria por boa parte daquele ano. Ele era um tipo de messias musical na Grã-Bretanha e até por isso ele quebrou a promessa de nunca mais subir num avião após a trágica morte do amigo Buddy Holly.
Na Grã-Bretanha Eddie Cochran fez uma série de shows explosivos no primeiro quadrimestre de 1960, mas no dia 17 de abril daquele mesmo ano, ele morreria pelos ferimentos decorrentes de um acidente de carro na cidade de Londres, ocorrido no dia anterior.
Cochran foi atirado do taxi em que estava junto com a noiva e Gene Vincent, após o motorista perder o controle do veículo numa curva. Instantaneamente Eddie Cochran entrou no panteão de primeiras lendas do rock ao lado do amigo Buddy Holly e de Ritchie Valens.
Eddie Cochran: Uma Prolífica Lenda do Rock
Eddie Cochran foi um compositor extremamente prolífico, conquistando alguns sucessos marcantes, o maior deles, sem dúvidas, é “Summertime Blues”, lançada em single em 1958.
Guitarrista brilhante e um cantor confiante, suas músicas celebravam a rebeldia da juventude através de letras que falavam sobre carros, garotas e outros clichês dos anos 1950.
Após o primeiro compacto, “Skinny Jim”, em 1956, ele lançou clássicos como “Sittin’ in the Balcony” (1957), “C’mon Everybody” (lançada também em 1958 e seu primeiro top ten), “Somethin’ Else” (1959 – música composta com a noiva Sharon Sheeley), além dos póstumos “Three Steps To Heaven” e “Weekend”.
Muito provavelmente, Eddie Cochran, na primeira geração do rock, foi aquele que melhor combinou a técnica na guitarra, o timbre vocal e a habilidade para a composição.
Além disso, era extremamente antenado para técnicas de estúdio, sendo um dos primeiros artistas, junto com Gene Vincent e Buddy Holly, a utilizar o overdubs, um artifício que permitia gravar som sobre som.
Com o domínio dessa técnica em estúdio ele foi um dos primeiros nomes do rock a gravar uma música onde um músico grava todos os instrumentos, além de fazer os vocais, exceto pela bateria, que ficava nas mãos de Earl Palmer, um famoso baterista de Nova Orleans.
Quando morreu, Eddie Cochran havia estabelecido seu próprio selo e se preparava para produzir os novos talentos que descobria e, generosamente, protegia, isso tudo aos vinte e um anos de idade.
Olhando de hoje, isso faz de Eddie Cochran um dos pioneiros entre os artistas independentes do rock, desbravador de um modelo dentro do mercado fonográfico moderno e atualmente conhecido como cultura indie.
Mesmo com uma carreira meteórica, Cochran se tornou uma referência no mundo rock, influenciando bandas que viriam na sequência. “Quando eu ouvi Eddie pela primeira vez, pensei: é isso que quero da vida. Foi o cara que mais me influenciou, musical e visualmente”, confessou Brian Setzer, líder do Stray Cats.
Não daria para enumerar aqui neste artigo a quantidade de músicos e bandas que já regravou alguma de suas músicas, mas é fato que Paul McCartney e John Lennon se uniram pelo interesse comum em sua música e Pete Townshend do The Who assume que seu estilo na guitarra foi inspirado em Eddie Cochran.
Até por isso tudo, não exagero em dizer que Eddie Cochran foi a maior perda do mundo do rock em sua primeira geração. Maior até mesmo que a perda de Buddy Holly.
“Summertime Blues”, o Grande Clássico de Eddie Cochran
Entre seus inúmeros clássicos oferecidos ao rock estão “Skinny Jim”, “20 Flight Rock”, “C’Mon Everybody” (uma ode às festas adolescentes), “My Way”, “Nervous Breakdown”, “Sittin’ In The Balcony” e a mais conhecida e regravada, “Summertime Blues”.
“Summertime Blues” não foi seu melhor lugar nas paradas de sucesso, mas o tempo demonstrou que foi a música mais influente do repertório de Eddie Cochran. “Eu sabia que já haviam sido escritas várias músicas sobre o verão. Mas nenhuma falava sobre as durezas do verão” diria Eddie sobre sua música mais emblemática.
De fato, essa música era o resumo perfeito das frustrações adolescentes e foi sucesso no verão de 1958. Uma espécie de crônica rock n’ roll daquela década. Talvez, justamente este olhar diferente sobre o verão tenha criado um laço tão forte com os músicos que seriam influenciados por ele, de Beach Boys a Alan Jackson, passando por Jimi Hendrix, Stray Cats, Rush e The Who.
Porém, a versão mais emblemática historicamente seja a do Blue Cheer, que acabou se tornando um exemplo de proto-metal e um dos modelos para o stoner rock na década de 1990.
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