“Live In London 2002” é um disco duplo ao vivo da histórica banda britânica Deep Purple e que faz parte da Soundboard Series, um série de materiais ao vivo que se concentra nas últimas três décadas de shows da banda pelo mundo. O disco foi lançado no Brasil pela parceria entre os selos earMUSIC e Shinigami Records. Abaixo você lê nossa resenha deste disco.
Em 2002, o Deep Purple já era um lendário titã da história do rock, com ao menos um clássico indiscutível do gênero em cada uma das décadas de sua existência. Esta longa trajetória gerou uma série de bootlegs, além de edições raras e limitadas, por vezes disponibilizadas pelo fã clube da banda e retiradas de apresentações ao vivo.
Muitos destes shows registrados e lançados desta maneira foram lançados com cuidado especial na mixagem e masterização na série Soundboard Series, sendo “Live In London 2002″, um de seus capítulos mais importantes, pois registra a apresentação do Deep Purple no Hammersmith Apollo, na capital inglesa, em fevereiro de 2002. O áudio do show completo foi cuidadosamente restaurado da fita digital original e mixado e masterizado em abril de 2021.
Muito além de ser apenas mais um show do Deep Purple, esta foi a última apresentação oficial da banda com o tecladista Jon Lord tocando todo o show, antes de Don Airey se juntar à formação logo depois. Lord apresentaria sua carta de demissão ainda naquela mesma noite e apareceria como um convidado especial mais tarde.
Ou seja, esta foi a última aparição daquela celebrada formação do Deep Purple, entregando uma performance honesta de um setlist muito bem escolhido e com as famosas improvisações que são tradição de seus shows desde os anos 1970. Aliás, as as longas jams instrumentais compensavam o estado de saúde de Ian Gillan naquela noite que era a vítima do vírus da gripe que circulava pela banda e fez com que cancelassem o restante da turnê.
As primeiras semanas da turnê receberam críticas muito positivas, pois ofereciam músicas que estavam no seu novo álbum ao mesmo tempo que revisitavam alguns clássicos antigos raramente tocados em meio a outros sempre obrigatórios. Infelizmente, a doença de Ian Gillan forçou o Deep Purple a adiar a segunda metade daquela que era sua mais longa turnê no Reino Unido em muitos anos.
Em “Live In London 2002” já dá pra perceber que sua voz não está 100% quando ele conversa com a platéia após as músicas “Woman From Tokyo” e “Ted The Mechanic”, que abrem o show, e os problemas ficam maiores à partir de “The aviator” quando sua voz começa a falhar. No restante do show a voz de Ian Gillan está claramente áspera e ele evita sempre chegar às suas notas mais altas.
Neste sentido, não é exagero dizer que o guitarrista Steve Morse rouba a cena, pois claramente já temos um Jon Lord menos motivado que o usual, como fica nítido em “The Well-Dressed Guitar”. Mas sempre lembrando que até seus dedilhados burocráticos são melhores que a maioria dos tecladistas que já existiram. Além disso, a cozinha está pesada, orgânica e pulsante, dando ritmo agressivo e acelerando um pouco vários dos andamentos das músicas.
O repertório segue o desfile de clássicos usuais, com “Black Night”, “Perfect Strangers”, “Smoke on the Water”, “Speed King” e “Hush” marcando presença. Mas como sempre, o grande momento fica para a inflamada “Lazy” – eu nunca me canso de ouvir esta música ao vivo.
O show ainda trazia uma performance para o clássico “Highway Star”, que por alguma razão foi retirada do tracklist do CD duplo. Garanto que não foi falta de espaço na mídia. Ainda preciso enaltecer a performance ótima de “Up The Wall”, com Steve Morse roubando a cena mais uma vez com sua técnica jazzística.
Este show realizado no Hammersmith também foi filmado para um futuro lançamento em DVD, mas como Ian Gillan estava sofrendo de um vírus que afetou sua voz provavelmente o projeto foi abortado e teve apenas seu áudio lançado de forma oficial agora neste “Live In London 2002”.
Até por isso, não indicaria este material para quem apenas quer ter um disco ao vivo do Deep Purple fora dos usuais “Made In Japan”, “Made In Europe” ou “Come Hell Or High Water”, pois “Live in London 2002” é um material para admiradores obstinados do Deep Purple, que saberão apreciá-lo pelo que ele é e representa na história deste leviatã do heavy rock. No meu caso, curti demais poder ouvir a banda em sua honestidade pura, algo raro nos dias atuais, onde um registro como este nunca veria a luz do dia.
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