David Bowie: Os 5 Melhores Discos do Camaleão do Rock

 

Explore o brilho e a genialidade musical de David Bowie com esta lista de seus 5 melhores álbuns. De “Ziggy Stardust” a “Heroes”, esses álbuns mostram sua criatividade e capacidade de reinvenção dentro do classic rock.

David Bowie foi um ícone musical conhecido por seu estilo único e brilho artístico. Aqui estão cinco de seus melhores álbuns que mostram seu talento e inovação na indústria da música. Do icônico “Ziggy Stardust” ao inovador “Heroes”, esses álbuns são imperdíveis para qualquer fã de David Bowie.

David Bowie - 5 Discos pra Conhecer O Camaleão do Rock

David Bowie marcou a história do rock com sua sofisticação, malícia e versatilidade. Dono de uma obra sem par na história da música, foi apelidado de “Camaleão do Rock” por ser capaz de se reinventar ao logo de seus álbuns. Teatral, Bowie criou personagens dentro de sua música e ofereceu ao público uma coleção de álbuns sem baixos. Desde que o mundo o viu trajado por Ziggy Stardust nos anos 1970 ele é presença indelével da cultura pop do século XX.

Quando David Bowie surgiu no início dos anos 1970 era diferente de tudo que o rock já tinha mostrado ao mundo e a ruptura com o conservadorismo era a maior desde Little Richard nos Estados Unidos, dando aos jovens ingleses coragem de exibir sua sexualidade que sociedade britânica oprimia.

Mas David Bowie era uma metamorfose constante, incapaz de deixar que sua própria criação o definisse e aprisionasse como artista. Criava e destruía personas em processos dolorosos e confusos com a mesma criatividade e sinceridade que enfileirava clássicos da música pop. Nesse caminho, renovou o visual e a sonoridade, explorando novos lugares e perspectivas. Antes publicar um tributo completo, apresentamos uma lista com cinco álbuns para um primeiro mergulho no complexo universo musical de Bowie.

Os 5 melhores álbuns de David Bowie que mostram sua genialidade musical

David Bowie foi um ícone musical conhecido por seu estilo único e brilho artístico. Aqui estão cinco de seus melhores álbuns que mostram seu talento e inovação na indústria da música. Do icônico “Ziggy Stardust” ao inovador “Heroes”, esses álbuns são imperdíveis para qualquer fã de Bowie.


1) “Hunky Dory” (1971);

David Bowie - Hunky Dory
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“Hunky Dory” é amplamente considerado um dos melhores álbuns de David Bowie e uma verdadeira obra-prima do classic rock. Lançado em 1971, apresenta uma gama diversificada de estilos musicais e influências, mostrando a versatilidade de David Bowie como artista. Além disso, “Hunky Dory” é conhecido por suas letras introspectivas e poéticas, bem como por suas técnicas de produção inovadoras, sendo o ápice da primeira fase de David Bowie!

Basta conferir que o Lado A do vinil contém os clássicos “Changes”, “Oh! You Pretty Things”, e “Life on Mars?” (essa última, talvez, a mais bela canção da carreira do Camaleão do Rock), que representam o desabrochar de David Bowie como exímio compositor, e símbolo de uma geração. Ambicioso, dual, e afetado, ele reformulava o gênero, prestando suas homenagens a ídolos da geração passada do Rock (como Andy Warhol e Bob Dylan), reformulando o gênero de modo performático, extravagante, e andrógino.

Após o estranho, paranoico e filosófico “The Man Who Sold The World” (1971), “Hunky Dory” mostrava um David Bowie mergulhado na lascividade e na pujança do rock amparado por uma das melhores formações que já esteve ao seu lado: o baixista Tony Visconti, o baterista Woody Woodmansey e o guitarrista Mick Ronson. “Hunky Dory”U é um disco que mesclava as melodias do pop com um manifesto sombrio para o público que David Bowie quera ter e com quem se identificava, à começar pelo mentor Lou Reed, o homenageado do clássico “Queen Bitch”.


2) “The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders from Mars” (1972);

David Bowie - Ziggy Stardust
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Na fase de sua carreira que começou em “Hunky Dory” (1971) David Bowie criou o lendário personagem Ziggy Stardust, que aparece pela primeira vez no clipe de “Life On Mars?”, um messias extraterrestre que perdeu tudo ao cair na Terra, melhor definido em “The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders from Mars”, o disco mais importante esteticamente do rock desde “Sgt. Peppers…”, dos Beatles.

Lançado em 1972, o disco conta a história de Ziggy Stardust, um astro do rock alienígena andrógino que vem à Terra para espalhar uma mensagem de amor e rebelião. Quiçá, o álbum mais importante da carreira de David Bowie. Indiscutivelmente, “The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders from Mars” é uma obra-prima do Space Rock, onde cada faixa transpira paixão, e sensibilidade artística, mesmo que seus arranjos sejam simples, e baseados numa estrutura roqueira tipicamente setentista, misturando Glam, Pop, e Blues, e solidificando o status de Bowie como um inovador musical e consolidou seu lugar na história da música.

E faixas como “Starman”, “Ziggy Stardust”, “Suffragette City”, e “Rock ‘n’ Roll Suicide” fazem deste um dos maiores álbuns conceituais da história do Rock, onde Bowie constrói uma auto-mitologia em torno de um messias do gênero. A proposta seria lapidada em “Aladdin Sane” (1973), que pode ser encarado como Ziggy Stardust com roupas mais americanizadas!

Este era um disco ainda mais profundo no manifesto contracultural iniciado em “Hunky Dory” , contornado temas como bissexualidade e homossexualidade com mais cores e vontade, chegando a simular sexo oral nas guitarras de Mick Ronson nos shows da época. No dia 3 de julho de 1973, Ziggy Stardust saia de cena com uma movimento radical. Era o último show da turnê e onde David Bowie anunciou publicamente que era o fim daquela banda que o acompanhava, os Spiders From Mars, pegando tanto músicos quanto platéia de surpresa.


3) “Station to Station” (1976);

David Bowie - Station to Station
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Nos quatro anos que separam “Ziggy Stardust” deste álbum, David Bowie estava em ritmo intenso e alta qualidade na carreira. “Diamond Dogs” (1974) e “Young Americans” (1975) chegaram com mais complexidade musical, explorado nuances diferentes e conseguindo, enfim, conquistar o mercado norte-americano. “Station to Station” é frequentemente considerado um dos álbuns mais experimentais e inovadores de David Bowie. Lançado em 1976, marcou uma mudança no som e estilo de Bowie, incorporando elementos de funk, soul e música eletrônica.

Nesta época, David Bowie mudou-se para Los Angeles e absorveu a música norte-americana. Porém, a marca melódica da fase “Ziggy Stardust” ainda aparecia mesmo na aproximação com a música negra norte-americana ao encarar o crooner sofisticado de “Young Americans”. Além disso, Bowie estava mergulhando pesado no vício de heroína

Mesmo assim, “Station To Station” (1976) era a prova de que ele não havia perdido o talento para se reinventar, sendo o responsável por apresentar mais um personagem de Bowie, após o assassinato de Ziggy Stardust no palco. A faixa-título do álbum é um épico de 10 minutos que mostra a capacidade de Bowie de criar música envolvente e envolvente. No geral, temos um um álbum de blue-eyed soul,  com toques modernos (à época) de Krautrock, e que apresenta a persona de Thin White Duke, em faixas impressionantes como a própia “Station to Station”, “Golden Years”, “TVC15”, e Stay.

“Station to Station” (1976) é uma prova da capacidade de Bowie de evoluir constantemente e ultrapassar os limites da música, e um dos momentos mais brilhantes e sofisticados da carreira de David Bowie, onde ele levou o soul/funk norte-americano para uma direcional completamente inesperada e original. Dizem que a gravação foi realizada em uma tempestade de cocaína em Los Angeles, o que pode ter ajudado a criar o funk/soul robótico e sideral aqui impresso.


4) “Low” (1977);

David Bowie Low
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David Bowie parecia ter reencontrado seu caminho de brilhantismo e vanguarda dentro da música. E com o intuito de cessar a tempestade de cocaína de sua fase norte-americana, onde Bowie mergulhou na vida junkie, ele se dirigiu à Berlim Ocidental. Ali ele encontrou o amigo Iggy Pop e nasceu a grande parceria de sua carreira, ao lado do produtor Brian Eno, que frutificaria na famosa Trilogia de Berlim, iniciada com este “Low”, e que seguiria com os irrepreensíveis “Heroes” (1977, cuja faixa-título é uma das grandes composições de Bowie) e “Lodger” (1979).

A dupla fez da “música esquisita”, misturando tonalidades orgânicas e texturas eletrônicas, modelo de modernidade, numa formatação que influenciaria as próximas décadas da música. Talvez o mais influente trabalho da carreira de Bowie. A fuga da cocaína o levou na direção do abuso de álcool, e o estado deplorável em que se encontrava foi transformado pelo olhar experimental de Brian Eno numa obra-prima de exploração de texturas, letras fractais e musicalidade impressionista.

“Low” é amplamente considerado um dos álbuns mais influentes e inovadores de David Bowie. Lançado em 1977, foi o primeiro da “Trilogia de Berlim” de Bowie e marcou um afastamento de seu som glam rock anterior. O álbum apresenta uma mistura de música eletrônica e ambiente, com faixas como “Sound and Vision” e “Warszawa” apresentando a experimentação de Bowie com sintetizadores e ambientes sonoros atmosféricos.

Coloco “Low” (1977) como representante da melhor fase criativa de David Bowie, reforçando o fato dele ser indissociável de “Heroes” (1977) e “Lodger” (1979) no ato revolucionário de desconstruir e reconstruir sua própria arte e redefinir a música moderna, além de ser uma prova da capacidade de Bowie de se reinventar constantemente e ultrapassar os limites da música.


5) “Blackstar” (2016);

blackstar David Bowie
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Entre os nomes de sua geração que ainda estavam  na ativa, Bowie sempre se mostrou léguas à frente musicalmente e, mesmo não tendo nada mais o que provar, em cada um de seus álbuns, à partir de “Reality” (2003), esbanjava uma liberdade musical manuseada com inteligência e sensibilidade ímpar. Todavia, nos últimos anos, a morte já começava a rondar os versos do compositor, que se viam envolvidos em uma música cada vez mais explorativa e, por que não, melancólica.

“Blackstar”, lançado em 2016, é o último álbum de estúdio de David Bowie e é considerado uma obra-prima. Foi lançado apenas dois dias antes da morte de Bowie, acrescentando um significado misterioso e comovente ao álbum. O álbum apresenta faixas experimentais e influenciadas pelo jazz, como a faixa-título “Blackstar” e “Lazarus”. Recebeu aclamação da crítica e foi um sucesso comercial, solidificando ainda mais o status de Bowie como um gênio musical.

“Blackstar” é um álbum que transforma a percepção do fim da vida em uma obra-prima, transformando a morte numa parceira na concepção do trabalho, sendo que muitos efeitos sonoros representam uma consciente transição do plano existencial para um plano desconhecido que se mostrava cada vez mais próximo. David Bowie transformou a percepção do fim da vida em uma obra-prima, fazendo da morte uma parceira na concepção do trabalho cujas composições carregam os traços característicos do últimos trabalhos de Bowie: instrumental vanguardista, vozes melancólicas, sinuosas e hipnotizantes, trabalho épico ao jeito jazzístico orquestrado, beirando o noir, e com uma gama de sonoridades vintages.

Nos últimos anos de sua vida, David Bowie se tornara recluso, fato acentuado após o tratamento para um câncer de fígado, tendo falecido dois dias após o lançamento de “Blackstar”. O mais curioso é que ele já conversava com músicos e o produtor sobre o próximo álbum!


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