Crazy Lixx - 'Ruff Justice': O melhor disco de hard rock de 2017

“Ruff Justice” é, indiscutivelmente, melhor álbum do Crazy Lixx desde “New Religion” (2010) e lidera os lançamentos do hard rock no ano de 2017.

“Ruff Justice” é o quinto álbum da banda sueca de hard rock Crazy Lixx, lançado originalmente em 2017, pelo selo italiano Frontiers Records, mantendo o ritmo de um disco novo a cada dois ou três anos desde 2007, e apresentando os dois novos guitarristas em estúdio, Chrisse Olsson e Jens Lundgren. Abaixo você lê nossa resenha deste disco.

Qual a melhor forma de comemorar os quinze anos de uma banda? Óbvio, um novo álbum! E assim o fez o Crazy Lixx, banda sueca de Hard/Sleazy Rock, com seu quinto álbum, “Ruff Justice”, ao apresentar dez faixas inéditas, numa verdadeira celebração do Hard Rock. O que o quinteto fez foi pegar o manual do estilo e segui-lo à risca, encaixando as peças clássicas sem deixas as arestas incômodas da obsolência.

E se você olhar bem para a capa, e for alguém que já passou dos trinta anos, terá como referência direta o clima de filmes como “Sexta-Feira, 13”, “Um Lobisomem Americano em Londres” e “Garotos Perdidos”. Musicalmente o que temos aqui é uma celebração do Hard Rock oitentista em sua melhor forma de batom vermelho e cabelo com laquê, com os classicismos do estilo oxigenados com fluidez.

De cara, já percebemos uma produção indefectível, de sonoridade bem característica e orgânica, principalmente na timbragem da bateria de Joél Cirera, que ira delinear aquele Hard Rock com melodia, refrãos empolgantes, sustentados por backing vocals envolventes, e guitarras carnudas e maliciosas (cortesia dos estreantes Chrisse Olsson e Jens Lundgren que bebem muito na fonte de Richie Sambora).

Tudo isso com uma adrenalina roqueira que contagia e dá aquela sensação de “onipotência” que só o Hard Rock faz ferver nas veias, ou com infalíveis modos mais melódicos e/ou apaixonadas (como nas ótimas “Walk The Wire” e “Snakes In Paradise”) com destaques para a performance vocal de Danny Rexon (que também co-produziu o álbum).

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Para este trabalho, o Crazy Lixx buscou inspiração além da música, indo para outros campos da cultura pop oitentista, como os filmes de ação e terror do período. É Clichê? Sim! Não tem nada de novo? Não! Mas se você se empolga com a geração oitentista do Hard Rock, de nomes como Bon Jovi, Icon, Def Leppard, Motley Crue, e Warrant, não há como passar inerte por faixas como “Wild Child” (abertura que já valeria o disco), “Killer” (mais cadenciada, mais heavy, e mais sombria), e “Kiss of Judas” (onde o sleazy dá as caras com mais indecência).

Inclusive, quem é fã dos dois primeiros álbuns do Bon Jovi vai se assustar, e até mesmo se emocionar, com a espetacular “Shot With A Needle of Love”. Já “Hunter of The Heart” é “A FAIXA” do álbum! Só ouvindo pra entender o impacto destas linhas pesadas de guitarra e bateria que circunscrevem com o refrãos envolventes, enquanto “If It’s Love” é aquela balada dilacerante, que em eras remotas seria acompanhada com os isqueiros acessos nos shows. O álbum ainda inclui duas faixas que apareceram na trilha sonora do jogo “Friday The 13th”: “XIII” (sabe o “Night of the Crime”, do Icon? Pois então…), e “Live Before I Die” (Hard/Glam até o osso).

Num trabalho em que as gerações do Hard Rock dialogam com profundidade e fluidez, não existe uma composição mediana em “Ruff Justice” e a adrenalina roqueira contagia, dando aquela sensação de “onipotência” que só o Hard Rock faz ferver nas veias.

Enfim, “Ruff Justice” é, indiscutivelmente, melhor álbum do Crazy Lixx desde “New Religion” (2010) e lidera os lançamentos do estilo no ano de 2017, seguido de perto pelos discos de Night Ranger, Thunder, House of Lords e Tokyo Motor First.