Chrome Division – Resenha de “One Last Ride” (2018)

 

Chrome Division The Last Ride
Chrome Division; “One Last Ride” (2018, Shinigami Records) NOTA:8,0

O vocalista norueguês Shagrath  já era um nome importante do heavy metal, assim como sua banda Dimmu Borgir, em 2004, quando ele formou o Chrome Division.

E como deve ser num projeto paralelo, Shagrath buscou novos horizontes musicais, indo na contra-mão da pompa e complexidade do black metal do Dimmu Borgir, além de não assumir o posto de vocalista, mas sim de guitarrista do Chrome Division.

O primeiro trabalho, “Doomsday Rock n’ Roll”, lançado em 2006, misturava o metal/punk do Motorhead, a sujeira hard rock do Motley Crue, o obscurantismo do Venom, as melodias do Thin Lizzy, o tempero bluesy do ZZ Top e a imagética do Judas Priest, num álbum direto e sem firulas.

E o que era um projeto se desenrolou por cinco álbuns distribuídos em quinze anos, consolidando um hard rock infernal por músicas espontâneas.

Mas a história do Chrome Division chega ao fim com “One Last Ride”, o garantido último lançamento da banda, sendo exatamente o que o título indica.

E, de fato, “One Last Ride” funciona como o epílogo da trajetória do Chrome Division, onde se faz a recapitulação de sua trajetória, à começar pelo retorno do vocalista Eddie Guz, que havia deixado a banda em 2009.

Ao mesmo tempo,  “One Last Ride” soa como um resumo da carreira do Chrome Division, dialogando com cada álbum que veio antes, mesmo que capte, de forma proeminente, a atmosfera e a essência de “Doomsday Rock n’ Roll”.

Principalmente pela sonoridade mais suja, responsável por essa sensação de retorno às origens, beirando o punk ou aquele rock n’ roll mais ultrajante, em meio ao peso e às sombras, como em “So Fragile” (típica faixa da banda), “I’m on Fire Tonight” (empolgante), “This One Is Wild”, “We Drink” (descendente do Motorhead), “Staying Until the End” e “Back in Town” (com referências claras ao Thin Lizzy).

Estas faixas são as que mais evidenciam como a banda injeta testosterona no hard rock, dando ao gênero tons mais graves, contundência ao groove roqueiro, e alta dose de malícia e “maldade” nos solos, além de aspereza nas melodias certeiras,

Porém, ao mesmo tempo que olha para seu legado musical, o Chrome Division apresenta detalhes interessantes em “One Last Ride”.

“Walk Away in Shame”, por exemplo, não só insere dinâmica com uma passagem climática ótima que se desenrola num dos melhores solos de guitarra do álbum, mas também a participação da cantora pop Miss Selia.

Já “You Are Dead to Me” traz o melhor riff do disco, e melodias instigantes, com aquele “q” de Black Sabbath na estrutura, enquanto “The Call” insere certa dramaticidade ao repertório numa espécie de fusão de Alice Cooper com Cathedral.

“One Last Ride”, por fim, é a faixa que dá a ao disco não só o título, mas também o sentimento de final, ao saudar os ex-integrantes da banda, como que agradecendo os serviços prestados nesse quinze anos de estrada.

A frase derradeira desse capítulo final é “Towards the Unknows”, faixa épica, dramática, e com orquestrações.

No geral, “One Last Ride” traz composições boas, mas nada de extraordinário, entregando exatamente o que se espera: sujeira, peso orgânico, atitude, refrãos certeiros, riffs ganchudos e solos vibrantes.

E no caso do Chrome Divsion, isso basta para que saiam de cena com um dos melhores discos da carreira!

A edição nacional, à cargo da Shinigami Records, ainda nos dá como bônus a faixa “Esta noche va a quemar”, versão em espanhol de “I’m on Fire Tonight”gravada pela banda em agradecimento aos fãs sul-americanos.

“One Last Ride” dá, então, fortes acordes finais à história do Chrome Division. Me pergunto (esperançoso): até quando?

TRACKLIST

1. Return from the Wastelands
2. So Fragile
3. Walk Away in Shame
4. Back in Town
5. You Are Dead to Me
6. The Call
7. I’m on Fire Tonight
8. Staying Until the End
9. This One Is Wild
10. One Last Ride
11. We Drink
12. Towards the Unknown
13. Esta noche va a quemar

FORMAÇÃO

Tony White (bateria e percussão)
Shagrath (guitarra e baixo)
Eddie Guz (vocal)
Damage Karlsen (guitarra e baixo)

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