Children of the Sun – “Roots” (2022) | Resenha

 

“Roots” é o segundo disco de estúdio da banda sueca Children of the Sun, onde buscam aparar as arestas de “Flowers”, seu primeiro trabalho, refinando as melodias de sua sonoridade.

Abaixo você lê nossa resenha completa deste disco que foi lançado no Brasil pelo selo paulista Hellion Records em edição exclusiva em slipcase e com mini-pôster.

"Roots" é o segundo disco de estúdio da banda sueca Children of the Sun, onde buscam aparar as arestas de "Flowers", seu primeiro trabalho, refinando as melodias e sua sonoridade.

Segundo a própria banda admite, o Children of the Sun parece com uma banda de hippies e tem musicalidade hippie. De fato, tudo em “Roots” cheira ao ar ensolarado do verão do amor e remete à psicodelia dos tempos de festivais como Woodstock e o Monterrey Popmas com frescor da modernidade, enfileirando influências de Janis Joplin, Big Brother & The Holding Company, Allman Brothers Band, Canned Heat, Jefferson Airplane e Free.

O mais interessante em “Roots”, o segundo disco do Children of the Sun, é que além de refinarem sua musicalidade através de um senso melódico amadurecido, eles despem estas influências sessentistas de seus aspectos românticos e utópicos. Claro que existe uma imagética com cânones bem definidos a serem seguidos, mas eles me soam mais estéticos do que filosóficos.

O pedantismo “bicho grilo” da era hippie já não estava tão presente em “Flowers”, seu primeiro disco de 2019, e agora não existem sinais dele, nem mesmo nos cantos empoeirados dos arranjos de cacoetes vintage. Afinal eles subiram um degrau em termos de criatividade para trazer de volta o sentimento do soul/blues amaciado pela envolvência calorosa das harmonias vocais do country/folk.

Até por isso, o Children of the Sun consegue atingir a forma mais autêntica do rock de finais dos anos 1960, com profundidade, estilo e composição, mas sem o cheiro de mofo dos clichês datados. A produção conseguiu deixar todas as texturas e timbragens oxigenadas para os ouvidos modernos.

De certo modo, “Roots” começa exatamente onde “Flowers” parou, sem alterações substanciais na musicalidade da banda sueca, apesar deste segundo trabalho soar um pouco mais pesado e roqueiro, algumas vezes até bastante progressivo.

O instrumental ainda segue como um conjunto de satélites orbitando por translações e rotações a estrela que brilha na voz de Josefina Berglund Ekholm, novamente o grande destaque individual do Children of the Sun com sua verve melódica e agressiva à lá Janis Joplin, mas de personalidade própria.

Faixas como “Thunder” (um heavy rock determinado) e “Blood Boils Hot” são dois destaques imediatos, pois de formas diferentes mostra como o Children of the Sun buscou uma veia mais roqueira para este seu segundo disco, que está, como a própria capa enseja, mais voltado ao heavy rock de ascendência bluesy, como se dessem um passo à frente e buscassem influência na sonoridade mais pesada que surge após a decepção com o movimento hippie.

Outros destaques dentre as faixas vão para “Reflection” (uma abertura climática, mas contundente), “Leaves” (com um grande refrão), “Gaslighting”, “In Silva” (um folk/blues que lembrou algo do Blind Faith) e “The Soul” (com linhas vocais voluptuosas e uma pegada soul music envolvente), por mostraram como o Children of the Sun tem talento e coragem para ir além do esperado, olhando para a frente em termos de evolução, mas sem perder a essência de sua personalidade musical definida no primeiro trabalho.

Será que irão rumar de vez para o heavy rock no próximo disco? Só tempo irá dizer! Por enquanto só podemos apreciar este ótimo segundo trabalho do Children of the Sun, uma das bandas com maior potencial de evolução dentro do rock sueco na atualidade.

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