“Honour – Valour – Pride”, único disco do Bolt Thrower com o vocalista Dave Ingram (do Benediction) é nossa indicação de hoje na seção VOCÊ DEVIA OUVIR ISTO, cuja proposta você confere nesse link.
Definição em um poucas palavras: pesado, extremo, guerra, tradicional
Estilo do Artista: Death Metal.
Comentário Geral: O Bolt Thrower foi uma das poucas bandas a passar com sua identidade incólume e incorruptível pelos anos 1990. Que o digam discos como “…For Victory” (1994) e “Mercenary” (1998).
Esses podem até não ser os melhores discos da banda, mas representavam bem a lealdade dos ingleses à sua forma crua e pesada de death metal.
E olha que os problemas com a formação já estava às voltas nesses lançamentos, principalmente com o vocalista Karl Willets e suas idas e vindas do Bolt Thrower não eram novidade no fim da década de noventa.
Mesmo tendo gravado todos os discos do Bolt Thrower até então, ele já havia deixado o posto de vocalista oficialmente em 1994.
Sobre essa saída ele comentou ao site oficial da banda:
“Bem, houve uma variedade de razões para deixar a banda em 1994 … depois de estar no Bolt Thrower por 6 anos, eu simplesmente senti que precisava de uma mudança. Whale (baterista) decidiu partir durante uma turnê um tanto desastrosa pelos Estados Unidos, então eu senti uma espécie de lealdade a ele, já que ele foi o motivo de eu ter me juntado ao Bolt Thrower em primeiro lugar. Além disso, musicalmente eu estava mergulhando em outros vários tipos de música, e senti que queria uma mudança de direção.”
Ele voltaria rapidamente, anos depois, apenas para gravar “Mercenary” (1998) após a saída do vocalista Martin Van Drunen, que não chegou a registrar material de estúdio com a banda
Mas Karl não estava completamente disponível para os compromissos do Bolt Thrower e depois de gravar “Mercenary” abriu espaço para Dave Ingram, egresso do Benedicition, fazer a turnê e registrar o disco seguinte.
Ou seja, o Bolt Thrower entrava no novo milênio com duas baixas importantes em sua formação clássica: Andy Whale e Karl Willets.
A escolha por Dave Ingram para o posto de vocalista foi quase óbvia, e até o ex-vocalista, Karl Willets, aprovou a escolha anos mais tarde como um substituto natual:
“Eu senti que Dave Ingram foi o substituto natural para mim na banda, tendo visto ele com Benediction, ele tinha o tipo certo de estilo vocal e atitude certa que se encaixava perfeitamente no Bolt Thrower.”
Porém, musicalmente, apesar de tudo soar honesto como antes, parece que a química com o novo vocalista não foi o que se esperava, muito pela performance dele próprio.
Ingram dá impressão de não estar tão confortável o quanto precisava para imprimir sua marca, além disso, suas linhas vocais parecem estar mais baixas na mixagem.
Todavia, esse fator não chega a ser um problema para o resultado final e o disco impacta desde a faixa de abertura,“Contact – Wait Out”, pelo peso groovado, riffs insanos e timbragem dos instrumentos.
Olhando para o panôrama geral, musicalmente, “Honour – Valour – Pride”, sétimo álbum de estúdio do Bolt Thrower, dava continuidade ao que ouvimos em “Mercenary”, praticando seu death metal alimentando pela estética destruidora da guerra.
Que o diga o rolo compressor que chega na sequência com “Inside the Wire”, onde o peso mastodôntico é ainda mais cativante, e as sorumbáticas “Honour” e “Pride” (essa, um death metal de manual).
É impressionante como eles conseguem soar tão cativantes apenas se valendo de harmonias simples, mas bem trabalhadas, dando pouco espaço aos solos de guitarra ou arrtifícios melódicos.
Exemplos disso residem, por vias diferentes, em “Suspect Hostile”, “7th Offensive”, e “Valour” que chegam na sequência e antecipam um dos grandes detaques do disco: “K-Machine” (uma abreviação de Killing Machine).
“Não queremos mudar, simplesmente não gostamos de mudanças. Este é o som que queremos tocar”, disse Barry Thompson numa entrevista em 2001.
E é exatamente isso que o Bolt Thrower entregou nesse disco, seu puro e simples death metal de sempre.
Aliás, sempre eficiente.
Talvez por isso seja uma banda que errou tão pouco na carreira.
Porém, o desgaste começou a cobrar seu preço para Dave que teve vários problemas que motivaram sua saída, não oferecendo alternativa para os músicos a não ser chamar Willets de volta.
Quando Willets voltou em 2005, o quarteto de músicos que ali estava já trabalhava no sucessor de “Honor – Valour – Pride” desde o ano anterior.
Mas aí já é outro capítulo da história!
Por enquanto, dê sua atenção a este “Honor – Valour – Pride”, disco que a Shinigami Records relançou no Brasil recentemente, pois eu garanto que VOCÊ DEVIA OUVIR ISTO, de novo!
Ano: 2001
Top 3: “Contact – Wait Out”, “K-Machine” e “Pride”.
Formação: Dave Ingram (vocais), Gavin Ward (guitarra), Baz Thomson (guitarra), Jo Bench (baixo), e Martin Kearns (bateria)
Disco Pai: Benediction – “Grind Bastard” (1998)
Disco Irmão: Asphyx – “On the Wings of Inferno” (2000)
Disco Filho: Echelon – “Indulgence over Abstinence Behind the Obsidian Veil” (2015)
Curiosidades: “Honour – Valour – Pride” é um verso da letra da faixa-título do disco “…For Victory”. Segundo o guitarrista Gavin Ward existe um total de três títulos de discos que estão ocultos nas letras da banda.
Pra quem gosta de: Filmes de guerra, jogos de guerra e heavy metal que pesa tanto quanto um tanque de guerra.
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