Axel Rudi Pell – “Diamonds Unlocked II” (2021) | Resenha

 

“Diamonds Unlocked II”, vigésimo álbum da banda alemã de heavy/power metal liderada pelo guitarrista Axel Rudi Pell, como o próprio título nos diz dá continuidade ao disco de covers lançado em 2007. Este segundo trabalho traz releituras de bandas como Rainbow e Rolling Stones além de nomes da música pop como ABBA e Paul Anka, e foi lançado no Brasil em 2021 pela parceria entre os selos SPV/Steamhammer e Shinigami Records. Abaixo, você lê nossa resenha deste disco.

Resenha de "Diamonds Unlocked II", 20º álbum da banda alemã de heavy/power metal liderada pelo guitarrista alemão Axel Rudi Pell.

A pandemia de coronavírus que explodiu em 2020 colocou os artistas da música em compasso de espera e incerteza, motivando alguns a tirar do papel projetos que antes faziam morada apenas no mundo das ideias. Entre discos ao vivo, regravações, relançamentos e álbuns de covers a escolha do guitarrista alemão Axel Rudi Pell foi pela última opção, dando um segundo capítulo ao álbum “Diamonds Unlocked” de 2007.

Para Axel Rudi Pell não fazia sentido lançar um disco com material inédito neste momento em que não podia divulga-lo nos palcos. Desta forma, “Diamonds Unlocked II” ganhou o posto de sucessor de “Sign Of The Times” (excelente disco lançado em 2020) e atingiu a impressionante marca de vigésimo álbum da carreira solo do guitarrista.

Algumas escolhas do repertório são um tanto óbvias como “Lady Of The Lake” do Rainbow (onde Johnny Gioeli pôde desfilar todo o seu talento vocal), “I Put A Spell On You”, do excêntrico Screamin’ Jay Hawkins (e regravada por quase todo mundo) e “Paint It Black”, do Rolling Stones, mas na versão feita pelo Deep Purple na turnê de despedida de Ritchie Blackmore em 1993. O que não faz delas menos interessantes, pelo contrário, três duas das releituras que mais empolgam.

“There’s Only One Way To Rock” é outra que chama a atenção, pois é uma música de Sammy Hagar, mas que aqui foi relida pela versão ao vivo feita pelo Van Halen, sendo muito interessante  ver um guitarrista do porte de Axel Rudi Pell colocando sua personalidade em solos criados por Sammy Hagar e Eddie Van Halen.

Eis uma característica interessante de “Diamonds Unlocked II”: ele busca fazer versões de músicas obscuras do repertório de algum artista específico (como é o caso de “Lady Of The Lake”, uma música subestimada do Rainbow)  ou então versões menos celebradas de alguns clássicos, como é o caso não só de “Paint It Black”, mas também de “She’s A Lady”, que é mais conhecida na versão de Tom Jones, mas aqui vem na forma original feita por Paul Anka com energia power pop/rock.

Aliás, outra coisa interessante de “Diamonds Unlocked II” é a fuga das obviedades do rock/metal e a entrega de releituras poderosas e interessantíssimas de músicas como “Eagle”, do ABBA, “Black Cat Woman”, do lendário Geordie (que ganhou uma carga dramática à lá Rainbow), “Room With A View” de Tony Carey (uma balada climática com mais performance impecável de Gioeli) e o AOR/Melodic Rock de Chris Norman, “Sarah (You Take My Breath Away)”, a melhor música de todo o disco, de longe.

Na verdade, a única escorregada no repertório vai para “Rock & Roll Queen”, da banda britânica Subways. Nem a vibe classic metal e o solo brilhante que Axel Rudi Pell colocou nessa música, tirando a marca “punk de butique” da versão original, conseguiu salvar esta música da mediocridade.

Ou seja, ao lado de uma banda experiente e extremamente competente, Axel Rudi Pell conseguiu homogeneizar pela sua personalidade musical erguida sobre os pilares do classic rock/metal um repertório heterogêneo, simplificando estruturas, dando foco aos refrãos (sem dúvidas o vocalista Johnny Gioeli é sua arma mais poderosa atualmente) e muito poder aos solos de guitarra (como é bom ouvir um solo de guitarra bem feito, com técnica e feeling na medida certa).

“Diamonds Unlocked II” não chega a alcançar sua contra-parte de 2007 (o repertório daquele primeiro disco de covers era melhor escolhido na minha opinião), mas funciona muito bem como um material de transição, ou de espera, para um futuro melhor definido, valendo cada segundo da audição, certamente!

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