Aversions Crown – “Xenocide” (2017) | Resenha

 

“Xenocide” é o terceiro álbum da banda Australiana de Brutal Death Metal Aversions Crown, lançado em 2017 no Brasil pelo selo Shinigami Records.

Aversions Crown - Xenocide (2017, Nuclear Blast, Shinigami Records) Resenha Review

Confesso que fiquei impressionado com a evolução desta banda australiana formada em 2010.

Quando, em 2011, ouvi “Servitude”, seu álbum de estréia, não fui arrebatado pela sonoridade embasada num técnico e brutal Death Metal, que soava sem alma e frio, sendo que pouco ou quase nada se destacou (só me lembro da faixa “Hive Mind”).

O que me fez ignorar completamente o lançamento de seu segundo álbum, “Tyrant” (2014).

Mas eis que a Shinigami Records nos envia “Xenocide”, terceiro álbum do Aversions Crown, e qual não é minha surpresa: a banda evoluiu vertiginosamente!

O que antes era um amontoado de peso por linhas repetitivas, se tornou uma exploração do Metal Extremo, onde os vocais guturais e gritados de Mark Poida dançam pelos arranjos brutais que, por sua vez, alternam momentos mais cadenciados e com paradinhas mortais, imprimindo uma dinâmica antes inexistente e agora responsável por oxigenar o trabalho, que ainda se mostra altamente técnico, mas com groove bem dosado, e leves experimentações atmosféricas.

Mesclando Death Metal, Thrash Metal e Hardcore, homogenizam a fórmula por detalhes e andamentos diferenciados, alguns deles quase climáticos, com real propósito dentro das faixas, o que amplifica o sabor da brutalidade metálica que emana do núcleo principal das composições.

Isso confere uma unidade, uma coesão impressionantes ao violento resultado final, mas, ainda assim, extremamente musical, com melodias bem evidenciadas nos riffs poderosos da dupla de guitarristas Chris e Mick, magnificamente entrelaçados na estrutura pesada.

Faixas de destaque como “The Soulless Acolyte”, “Erebus”, “The Oracles of Existence”, “Cynical Entity”, “Cycles of Haruspex” mostram como a produção conseguiu alavancar as qualidades do Deathcore praticado pelo Aversions Crown, com peso, agressividade e organicidade, deixando, de modo preciso, com que tenhamos a real noção da inteligência das linhas de guitarra (cheias de arabescos e melodias bem encaixadas às músicas) e, principalmente, da eficácia e destreza do baterista Jayden Mason, em seus bem sacados breakdowns e blast-beats, fornecendo impacto e força ao som da banda.

Palmas ainda para a arte da capa, e para as letras interessantes e bem delineadas nas linhas vocais que engrandecem a marcha metálica extrema com que o Aversions Crown assassina o silêncio de modo feroz e nada vulgar!

Lembra daquele segundo álbum que eu não tinha ouvido ainda? Pois é… Já está tocando enquanto termino este texto!

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0 comentário em “Aversions Crown – “Xenocide” (2017) | Resenha”

  1. Ótima resenha, confesso que me surpreendeu MUITO ver esse disco nas lojas, como não acontecia a bastante tempo, me perguntei qual o critério usado pra lançar um disco de uma banda mais “underground” , pois existe ótimas bandas desse “estilo” na gringa com bastante renome, inclusive da própria Austrália , como Thy Art Is Murder que seus dois últimos álbuns HATE e HOLY WAR foram sucesso extremos e Boris The Blade que lançou um disco PORRADA agora no começo do ano. Esse disco mostra uma evolução clara perante os outros dois discos. O play “Servitude” chega a ser doloroso de ouvir até o fim, um disco mto morno , sem sal e açúcar. O vocal do ex vocalista Collin Jeffs é mto limitado, o que na minha opinião atrapalhava mto o desenvolvimento técnico da banda . Já o disco “Tyrant” eu acho mto superior ao seu antecessor , contém mais volume. E realmente esse novo vocalista Mark Poid destrói , deu outra dinâmica pra banda.

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