“No Fear To Face What’s Buried Inside You” é o álbum de estréia da banda paulista Attractha.
Tudo neste álbum está certo com os moldes clássicos:
- a quantidade de faixas que não satura o ouvinte, passa a mensagem e deixa um desejo por mais;
- a duração do álbum pouco excede os salutares quarenta e cinco minutos; a abertura é impactante e o desfecho é agressivo;
- e o melhor de tudo, um trabalho gráfico que impressiona, mostrando que o CD pode proporcionar uma experiência aos cinco sentidos do ser humano assim como o LP fazia, basta boa vontade e inteligência.
E inteligência é o que não falta à esta banda brasileira que mescla como poucos a melodia com o peso, dando uma oxigenação moderna ao Metal Tradicional, em faixas como “Bleeding In Silence” (a tal da abertura impactante), “Unmasked Files”, “”231”, “Mistake and Scars” e “Holy Journey”.
A forma moderna e pujante de se praticar o Heavy Metal promovida por Cleber Krichinak (vocais), Humberto Zambrin (bateria), Ricardo Oliveira (guitarras) e Guilherme Momesso (baixo) é construída sobre uma diversidade musical que mescla o Metal Tradicional com o Hard Rock, com o Rock Alternativo (principalmente a forma noventista, como podemos saborear em “No More Lies”, com seus belíssimos arranjos) e até mesmo com o Thrash Metal (este em menos escala como apresentado no ótimo desfecho com “Payback Time”), não economizando nas guitarras tempestuosas e nas melodias que aparecem na medida certa.
A convivência harmoniosa de agressividade e melodia, classicismo e modernidade, deu um bem vindo clima de imprevisibilidade ao álbum como um todo, que ainda cativa pelos refrãos envolventes e pelas linhas vocais muito bem desenvolvidas, mas sem perder a pegada metálica.
Além disso, ao contrário do que se espera para estas abordagens mais modernas do Heavy Metal, o Attractha explora bem menos o groove, dando mais espaço para as passagens metralhadas, solos em profusão e diálogo entre linhas instrumentais, como na excepcional “Move On” (onde, em dado momento, a guitarra duela com o baixo, apesar de certa cadência mais groovada).
Certamente, esta faixa, ao lado de “Victorius” (com peso e melodia na medida certa), são os maiores destaques do trabalho.
Não poderia deixar de enaltecer a produção de Edu Falaschi, que é irrepreensível e engrandeceu a sonoridade em momentos mais pulsantes da cozinha, que sustentou perfeitamente os arranjos, além de dar ainda mais impacto às linhas cortantes de guitarra.
Analisando a obra como um todo, é impossível não oferecer como destaque o trabalho gráfico em digipack, lançado com muito esmero via Shinigami Records, brilhando mais que muitos trabalhos “gringos” por seu bem sacado design, inexistente no Brasil, e trabalhado pelo baterista Humberto Zambrin.
Após quase dez anos de luta e um EP em 2013, o Attractha lança um dos melhores álbuns de 2016, não somente em escala nacional! Aqui, a experiência musical é completa!
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