Metal Allegiance – Resenha de “Volume II – Power Drunk Majesty” (2018)

 

Por Ricardo Leite Costa

Metal Allegiance Volume II – Power Drunk Majesty (2018)
Metal Allegiance, “Volume II – Power Drunk Majesty” (2018, Shinigami Records) NOTA:9,5

“Dream Team” é uma expressão em inglês que se popularizou há muito tempo e serve para definir um grupo ou equipe de pessoas composto por sumidades, verdadeiras feras, em determinado assunto.

No caso do Metal Allegiance, o termo nunca foi tão bem empregado, tendo seu significado plenamente honrado.

Para quem está chegando agora e ainda não sabe exatamente do que se trata, o quarteto americano foi fundado em 2014, pelo baixista e letrista Mark Menghi que, na intenção de criar um super grupo de Metal, teve a ousadia de recrutar “somente” Alex Skolnick (guitarra/Testament), Mike Portnoy (bateria/Winery Dogs, ex-Dream Theater) e David Ellefson (baixo/Megadeth).

Como não possuíam vocalista fixo em sua formação, optaram por uma maneira pouco convencional para dar forma aos trabalhos: cada composição contaria com um cantor convidado. Tinha início uma das trajetórias mais importantes da música pesada atual.

Uma breve história para situar o leitor e deixá-lo familiarizado, vamos direto ao ponto. Essa verdadeira entidade messiânica do Metal já se encontra em seu segundo trabalho, fruto de nosso debate de hoje: “Volume II – Power Drunk Majesty”.

Contando com uma genuína constelação de convidados que transitam pelos mais diversos subgêneros do Metal, o álbum em questão explora as vertentes mais ou menos de acordo com a personalidade musical de cada convidado.

Sendo assim, cada faixa que integra “Volume II – Power Drunk Majesty” percorre e preza determinado segmento, porém tudo reunido dentro de um mesmo objetivo: celebrar o Metal em sua forma mais pura, pujante e verdadeira.

A performance individual de cada integrante dispensa qualquer comentário: o que esses senhores fazem é algo que transcende a técnica e a competência pura e simples.

Só pode ser predestinação!

O mesmo pode ser dito de seus convidados! Meus queridos, tem pra todos os gostos: Trevor Strnad (The Black Dahlia Murder), John Bush (Armored Saint, ex-Anthrax), Bobby Blitz (Overkill), Mark Tornilo (Accept), entre vários outros que escreveram e ainda escrevem os mais relevantes capítulos da história do Metal.

Primeiramente, “Volume 2 – Power Drunk Majesty” é um primor de composição e, obviamente, execução. São canções concebidas com a alma, com energia, que expressam e engrandecem a personalidade de cada um dos envolvidos. Sua música pesada, violenta e virtuosa expressa intensas nuances de Thrash Metal, Metal Tradicional, Power Metal e adjacências.

Um álbum desses, em síntese, é mais que um momento na carreira, mas sim um evento a ser eternizado para a posteridade.

E os destaques?

Tarefa hercúlea, mas trabalhamos com fatos: “Bound by Silence” com John Bush é uma mescla saudável e providencial de Armored Saint e Anthrax. Thrash Metal atrelado com o puro Metal tradicional americano. Excelente; “Terminal Illusion” com Mark Tornillo mostra o vocalista do Accept em casa, porém mais Thrash e rasgado do que nunca. Uma das melhores do álbum; “Voodoo of the Godsend” foi feita sob medida para Max Cavalera. Repleta de Groove, cadência, ritmos e cânticos tribais, poderia figurar em algum dos últimos álbuns do Soulfly sem gerar estranheza.

E a faixa título, dividida em duas partes de andamento bem distintos entre si. “Power Drunk Majesty – part 1” é basicamente de estrutura Thrash mais cadenciado, contando com os préstimos de Mark Osegueda (Death Angel), criando uma ponte para a parte 2, protagonizada por Floor Jansen (Nightwish, ex-After Forever).

O contraste entre o peso e a fúria da primeira, com a melodia e suavidade da segunda é uma das grandes sacadas do trabalho, constituindo aquele clima épico, o que de fato ilustra bem este grande disco.

Obrigatório a todos os fãs de Metal em geral, independente do nicho a qual pertencem.

TRACKLIST

1. The Accuser
2. Bound by Silence
3. Mother of Sin
4. Terminal Illusion
5. King with a Paper Crown
6. Voodoo of the Godsend
7. Liars & Thieves
8. Impulse Control
9. Power Drunk Majesty (Part I)
10. Power Drunk Majesty (Part II)

FORMAÇÃO

Alex Skolnick »» Guitarra
Mark Menghi »» Baixo
Mike Portnoy »» Bateria
David Ellefson »» Baixo

 

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