Ann Wilson – “Fierce Bliss” (2022) | Resenha

 

“Fierce Bliss” é o terceiro álbum solo de Ann Wilson, vocalista da banda Heart, um disco tipicamente classic rock recheado de participações especiais.

O disco foi lançado via Silver Lining Music e chega ao Brasil pelo selo Hellion Records. Abaixo você lê nossa resenha completa deste material.

Ann Wilson - Fierce Bliss Review Resenha do Heart

Ann Wilson possui uma das mais abençoadas vozes da história do rock, não à toa Bruce Dickinson, vocalista do Iron Maiden, declarou ser ela sua cantora favorita.

Ao lado de sua irmã, Nancy Wilson, ela esteve à frente do Heart, banda lembrada por discos históricos como “Dreamboat Annie” (1976), “Little Queen” (1977) e “Heart” (1985), esse último, o disco que rendeu à banda cinco singles de sucesso.

Porém, desde meados dos anos 1980 as irmãs seguiam rumos distintos se encontrando em momentos ciclotímicos para oferecer extemporâneos disco do Heart que já não tinham o brilho dos anteriores.

Tanto que Ann Wilson começou a se apresentar solo já em 1985, quando o Heart fez uma breve pausa antes da troca de gravadora, afinal ela já havia conseguido certo destaque com o single “Almost Paradise” (1984), tema do filme “Footlose”. 

Na verdade, esta música, um grande sucesso da década de 1980, era um dueto ao lado de Mike Reno, vocalista do Loverboy. Nos anos seguintes ela lançou mais alguns singles solo como “The Best Man in the World” (1986), tema do filme “The Golden Child”, “Surrender to Me” (1988), um dueto ao lado de Robin Zander, vocalista do Cheap Trick, presente na trilha sonora do filme “Tequila Sunrise”.

Porém o primeiro disco solo de Ann Wilson só chegou em 2007, intitulado “Hope & Glory”. As idas e vindas do Heart só permitiram um novo disco solo seu onze anos depois, em 2018.

O fato é que ela sempre enfrentou problemas ao longo dos anos (depressão, síndrome do pânico, alcoolismo e drogas). E após a relação conturbada com a irmã ser agravada por um incidente causado pelo marido de Ann Wilson, o Heart começou a se reunir cada vez menos e com isso “Immortal” (2018), o tal segundo disco solo, deu novo fôlego à carreira solo da vocalista.

Agora, quatro anos depois, chega “Fierce Bliss”, o trabalho que será lembrado certamente como um dos mais representativos de sua carreira. A própria capa à cargo do lendário Roger Dean já evoca os áureos tempos do classic rock que Ann Wilson entoava no Heart em sua primeira fase.

Até a timbragem dos instrumentos tem aquele sabor orgânico do passado, mas impressa por um produção que prima pelo frescor do trabalho em estúdio moderno. Gravado no famoso estúdio Muscle Shoals, o disco ainda inclui convidados como Warren Haynes, do Gov’t Mule, e ou Kenny Wayne Shepherd.

E a aura classic rock não fica somente na capa e nos timbres, sendo este um disco feito sob medida para os fãs do Heart, num repertório que mistura boas composições originais com releituras inesperadas para “Bridge of Sights”, de Robin Trower (Ann se apropriou desta canção numa interpretação sensacional ao lado de inspiradíssimo Kenny Wayne Shepherd no trabalho de guitarra) e “Missionary Man”, do Eurythmics (que virou um rock lascivo e poderoso), além da dispensável versão para “Love of My Life”, do Queen, ao lado de Vince Gill

Inegavelmente é sempre um prazer ouvir a belíssima voz de Ann Wilson entoando músicas bem feitas e irrepreensivelmente executadas. E é exatamente sua voz, apoiada pelas décadas de experiência, que faz o resgate de suas influências de Led Zeppelin redesenhadas em “Fierce Bliss” funcionar, pois este é um disco criado para emoldurar sua voz e faze-la brilhar!

Porém, mesmo que o repertório seja solidificado pelos cânones do rock clássico“Fierce Bliss” é um disco muito maduro, sofisticado e nada anacrônico. As autorreferências estão aqui, com mais destaque em “Greed” que poderia estar em “Dog & Butterfly” (1978). Mas ela mostra que pode ir além em “As The World Turns”, uma balada com pegada alternativa noventista.

Em “Gladiator” e “Angel’s Blues” Ann Wilson mostra em faixas inspiradas no seu amor pelo Led Zeppelin que sua voz ainda é uma força da natureza que ela domou perfeitamente. Cabe mencionar que na primeira, ela está amparada pela guitarra cheia de feeling de Warren Haynes.

Ainda posso destacar faixas como “Black Wing” (cadenciada e imersiva), “Fighten For Life” e “Forget Her”, que junto a tudo o que foi dito me fazem ter a certeza de que “Fierce of Bliss” é um dos melhores discos da carreira de Ann Wilson. Ouso dizer que estaria entre seus cinco melhores trabalhos de toda a sua discografia!

Obrigatório!

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