Não ha como tirar o mérito do Aerosmith dentro da história do rock. Listamos cinco discos que devem ser ouvidos obrigatoriamente na discografia desta lendária banda norte-americana de classic rock. Descubra a jornada musical incrível do Aerosmith em 5 discos que definiram sua carreira. Desde os primeiros passos no rock até o estrelato absoluto nos anos 90, esta banda norte-americana de classic rock provou ser inigualável. Conheça esses álbuns essenciais que marcaram a história do Aerosmith.
O Aerosmith é uma das bandas mais icônicas do rock, com uma carreira repleta de altos e baixos. Desde sua formação em Boston, em 1970, até o sucesso estrondoso nos anos 90, a banda de Steven Tyler e Joe Perry conquistou legiões de fãs com sua música contagiante e performances incríveis. Neste artigo, vamos explorar cinco discos cruciais que marcaram a trajetória do Aerosmith. Não se trata apenas dos melhores, mas dos mais significativos, que ajudaram a definir o som e a identidade da banda. Vamos começar a nossa viagem pela história do rock com o lendário “Toys in the Attic” de 1975.
A História do Aerosmith em 5 Álbuns Incríveis
Steven Tyler e Joe Perry formaram uma das mais emblemáticas duplas do rock norte-americano, sempre comparada à dupla inglesa Mick Jagger e Keith Richards. Tanto que se a dupla Jagger/Richards era conhecida como The Glimmer Twins, do outro lado do Atlântico Tyler e Perry eram os Toxic Twins, pela forma assombrosa com que abusavam de drogas.
Claro que o paralelo era feito pela impressão de semelhança física entre os vocalista das duas bandas e a sonoridade de seu primeiro álbum. Algo que começaria a mudar, ao menos musicalmente, no segundo disco, “Get Your Wings”(1974), onde a herança do blues que ambas compartilhavam eram exploradas de modo distinto, e o Aerosmith optava por aumentar um pouco o peso de sua música.
Formada em Boston, em 1970, o Aerosmith assinou com a Columbia/CBS dois anos mais tarde, após uma apresentação no Max’s Kansas City, em Nova York. The Strageurs, Chain Reaction, Pipe Dream e Jam Band formaram o quarteto de bandas embrionárias do Aerosmith, afinal traziam na segunda metade dos anos 1960 os jovens Steven Tyler, Joe Perry e Tom Hamilton. Com o Chain Reaction Tyler inclusive chegou a registrar dois singles em 1966 (que você confere aqui e aqui), porém o encontro com a Jam Band de Perry e Hamilton, em 1970, formaria o Aerosmith.
Uma curiosidade interessante é que nesse início Steven Tyler entra na banda como baterista. Ele só vai para os vocais quando Joey Kramer foi recrutado junto com Rob Tabano, guitarrista que logo daria lugar a Brad Whitford e o resto é história. Ao longo de sua biografia, o Aerosmith sobreviveria às pontuais mudanças de formação, problemas com abuso de drogas, renascendo nos nos 1990 para ser ainda maior que na década de 1970.
Com isso em mente busquei cinco discos essenciais do Aerosmith para entender toda a sua história, não necessariamente os melhores. Confira a lista abaixo com atenção pois citamos vários outros discos emblemáticos no texto.
1.”Toys in the Attic” (1975)
No início as influências de bandas como Rolling Stones e New York Dolls eram tão descaradas que o Aerosmith beirava a imitação. Porém isso não impediu que a Columbia assinasse com o quinteto de Boston e os colocasse em estúdio para registrar seus primeiros discos.
O primeiro disco de 1973, apesar da inspiração descarada na musicalidade dos Rolling Stones, trazia ensaios do que ouviríamos nos melhores momentos do Aerosmith (que o diga clássicos como “Dream On”, “One Way Street” e “Mama Kin”), com sua identidade já esboçada no álbum seguinte, “Get Your Wings”(1974), em faixas como “Same Old Song and Dance” e a belíssima “Seasons of Wither”.
Mas ainda faltava aquele brilho, aquela magia que transforma uma banda comum em uma mega-banda. O patamar do Aerosmith mudaria em abril de 1975 com o lançamento de “Toys in the Attic”, cujas vendas não só levaram-no a ganhar onze discos de Platina (esse disco ficou dois anos na lista dos mais vendidos), mas refletiram o fato deste ser um dos discos mais importantes da história do rock.
“Toys in the Attic” veio para mudar o jogo e colocar o Aerosmith dentre os grandes do rock! Peter Buck, guitarrista do R.E.M., disse que era “impossível ser um adolescente americano nos anos 1970 e não amar esse disco!” E para o rock setentista, o Aerosmith era a personificação da epítome sagrada completada por sexo e drogas.
O repertório trazia clássicos atemporais como “Walk This Way” e “Sweet Emotion”, além de composições marcantes como “Toys in the Attic”, “Big Ten Inch Record” e “You See Me Crying”, onde podemos ouvir uma banda que se agarrava à sua última chance de mostrar seu talento. O sucesso foi tão grande que ressuscitou até mesmo o single de “Dream On”, do primeiro álbum, e que (não seria exagero dizer) havia fracassado.
2.”Rocks” (1976)
Aproveitando o embalo do sucesso de “Toys in the Attic”, a gravadora logo coloca a banda novamente em estúdio em fevereiro de 1976, de onde saem com “Rocks”, uma nova ode à tríade “sexo, drogas e rock n’ roll” que levaria a banda à ruína em poucos anos.
Mas em meados de 1976, o Aerosmith emplacava mais algumas ótimas canções roqueiras como “Nobody’s Fault”, “Last Child”, “Rats in the Cellar”, “Sick As A Dog”, “Home Tonight” e “Back in the Saddle”, que inclusive fazem alguns preferirem este disco ao anterior, muito pelo melhor trabalho em estúdio, capaz de dar mais poder e nuances às timbragens.
Esse resultado mostra uma banda ainda mais focada que no álbum anterior, mas com a pressão aliviada pelo sucesso e impressa nas composições que completam um dos discos que definem o hard rock setentista nos Estados Unidos. “Rocks” é um disco mais pesado, intenso e sujo, musicalmente mais maduro que seu antecessor, e não é demais afirmar que esse pode ser o melhor momento do Aerosmith nos anos setenta.
Confirmando o sucesso estrondoso emplacam uma capa da revista Rolling Stone e partem para uma turnê no Japão no início de 1977. No final daquele mesmo ano lançariam mais um disco, “Draw the Line”, que mantém o nome do Aerosmith em evidência, mas sem o alarde de antes.
Porém, os excessos começaram a cobrar seu preço. O abuso de drogas era tamanho que a dupla Tyler/Perry era conhecida como toxic twins (os gêmeos tóxicos).
Isso aliado ao atrito de egos desgastou as relações entre os músicos, tanto que “Night in the Ruts” (1979), álbum seguinte, teve um processo conturbado de estúdio e só foi finalizado por pressão da gravadora. Resultado? Joe Perry deixa o Aerosmith mesmo antes de finalizarem o trabalho, logo seguido por Brad Whitford.
Aqui cabe uma menção aos bons discos que Joe Perry fez com o Joe Perry Project, destacando os dois primeiros: “Let the Music Do the Talking” (1980) e “I’ve Got the Rock ‘n’ Rolls Again” (1981). Já Brad Whitford montou, com o ex-guitarrista da banda de Ted Nugent, Derek St. Holmes, o Whitford-St. Holmes que rendeu um bom disco auto-intitulado em 1981.
3.”Rock In a Hard Place” (1982)
Esse é o momento da nossa lista em que você franze o cenho e pensa: “Hein!?! Como assim?” Surpresa que irá aumentar quando você fizer as contas e perceber que sobrarão apenas duas escolhas para os discos da virada dos anos 80 para os anos 90.
Agora acho que você deve estar pensando: “Esse cara ficou louco!” Se eu estiver errado nessa minha previsão, ótimo! Isso significa que você já enxergou a alta qualidade deste “Rock In A Hard Place”. Caso contrário, peço que dê mais uma chance ao trabalho, pois acho que esse é o disco mais injustiçados do Aerosmith.
Mesmo após a saída dos dois guitarristas, partes importantes da sonoridade do Aerosmith, Steven Tyler, Tom Hamilton e Joey Kramer seguiam em frente, trocando a Columbia pela Geffen e recrutando dois novos guitarristas para seu próximo disco que só chegaria em 1982.
Antes, porém, a antiga gravadora solta, em 1980, a coletânea “Greatest Hits”, que vende muito bem e mantém o nome da banda em evidência mesmo com todos os seus problemas internos. Com Rick Duffay e Jimmy Crespo (esse já creditado em “Night in the Ruts”, e advindo do Flame, ótima e obscura banda dos anos 1970) nas guitarras, o Aerosmith lança “Rock In A Hard Place”, trazendo o rock construído pelas possibilidades do blues para os anos 1980.
Aliás, sejamos sinceros, Joe Perry, apesar de criar bons riffs e arranjos paras as composições do Aerosmith, sendo traço marcante da personalidade da banda, sempre foi um guitarrista que decepcionava nos solos. E basta uma audição em faixas instigantes como “Jailbait”, “Lightning Strikes”, a maliciosa “Bitch’s Brew”, a groovada “Bolivian Ragamuffin” e a própria “Rock in a Hard Place (Cheshire Cat)” pra ver que essa nossa observação não é absurda, pois elas oferecem, quiçá, os melhores e mais vibrantes solos do Aerosmith em sua primeira década, além de trazer um Steven Tyler ousado e completamente entregue às interpretações.
Não só isso, além da balada “Push Comes To Shove” e da releitura do standard “Cry Me A River” reforçarem uma banda ainda emocional, “Rock in a Hard Place” ainda oferece momentos mais experimentais, e uma criatividade mais elaborada em “Joannie’s Butterfly”, multifacetada e beirando o progressivo.
Sou um tanto suspeito para falar de “Rock in a Hard Place”, pois talvez ele seja o disco que eu mais escute do Aerosmith até hoje. Claro que com ele a banda não atingiu o sucesso de antes, mas isso não significa que este seja um disco que merece ser ignorado, muito pelo contrário.
Com o relativo fracasso do disco nas paradas, nem os clipes aparecendo na MTv livraram a diminuição pelo interesse na banda e o número de shows começava a cair drasticamente em 1984. A solução da equação era simples: (Joe Perry e Brad Whitford sem sucesso em seus projetos) + (Aerosmith com popularidade caindo) = (reunião da formação clássica do Aerosmith).
4.”Pump” (1989)
Após o sucesso comercial retomado em “Permanent Vacation” (1987), guiado por faixas como “Rag Doll”, “Dude (Looks Like a Lady)”, e a fulminante balada “Angel”, o Aeromisth lançaria seu melhor disco desde “Rocks”, álbum lançado mais de uma década antes. Mas voltemos um pouco no tempo. Em abril de 1984 a formação clássica do Aerosmith estava junta novamente e logo “Done With Mirrors” (1985) já estava sendo lançado, seguido de um disco ao vivo e uma parceria com o rappers do Run DMC que marcou os anos oitenta.
Porém, a retomada não foi tão fácil pois a dupla Tyler/Perry ainda mantinham sérios problemas com drogas e álcool. Após um tempo de reabilitação viria a redenção com “Permanent Vacation”. Porém, se “Permanent Vacation” trazia o Aerosmith forte comercialmente novamente, “Pump” amplificava isso e contextualizava a banda na linha de frente do hard rock oitentista, única capaz de rivalizar com o cometa Guns n’ Roses e de sobreviver ao tsunami do grunge não só com dignidade, mas com sucesso absoluto.
Justificadamente, “Pump” seria o disco que retomaria o topo do rock norte-americano para o Aerosmith, rivalizando com nomes poderosos da “nova geração” como Bon Jovi, Motley Crue e Guns N’ Roses, principalmente, e de forma implacável, afinal a música maliciosa balizado pelo hard rock era seu terreno de batalha conhecido.
A tática usada pelo Aerosmith já tinha sido alinhavada em “Permanent Vacation” (1987). Tiraram um pouco da rusticidade das timbragens, chamaram Bruce Fairbairn para ajudar na produção e o hitmaker Desmond Child para ajudar a lapidar a composições.
Bruce Fairbairn já era conhecido pelos trabalhos com Bon Jovi (“Slippery When Wet” [1986] e “New Jersey” [1988]), Krokus e Loverboy, quando produziu “Permanent Vacation”. Deu tão certo que ele assinaria a produção de “Pump” e “Get a Grip”, para o Aerosmith. Ainda mais poderoso nos anos 1980 era Desmond Child que não só ajudou a alavancar a carreira do Bon Jovi (como co-autor dos grande sucessos da banda), como ajudou a renovar, além do Aerosmith, as carreiras do Kiss e do Alice Cooper naquela década.
A junção de Fairbairn e Child amplificou o potencial do Aerosmith como compositores, além de trazer a identidade musical da banda, tão forte na década de 1970, para o contexto do fim dos anos 1980, como bem ouvimos em “Young Lust” e “My Girl” que soam como composições setentistas energizadas. O estrondo no mercado fonográfico foi tão forte que ecoou durante a década seguinte, fazendo da banda um dos símbolos dos anos 1990.
“Pump” ainda tem a missão de mostrar que o Aerosmith, ao contrário do que muitos pensam (assim como acontece com o Whitesnake e com o Scorpions), não oferece apenas baladas. Sim! Existem “What It Takes” (de extremo bom gosto, por sinal) e “Janie’s Got a Gun”, mas elas estão ao lado do rock lascivo “Love in an Elevator” e o hard blues “The Other Side”.
O grande trunfo deste disco é trazer à tona, em plena década de 1980, os cacoetes e possibilidades do blues que sempre permearam a música do Aerosmith, como “Monkey on my Back”, “F.I.N.E” e “Don’t Get Mad, Get Even” esfregam em nossas fuças. Um disco que não só colecionou ótimas músicas do Aerosmith, mas também três MTv Music Awards, 1 Grammy, milhões de discos vendidos, uma turnê de extremo sucesso e até uma aparição no desenho animado “Os Simpsons”.
5. “Get a Grip” (1993)
Pela primeira vez em uma década o Aerosmith era tão grande o quanto fora entre 1975 e 1977. Mas o destino reservava ainda mais para Steven Tyler e seus asseclas. “Get a Grip” chegou em 1993 causando estardalhaço. Pense no rock em 1993: o grunge e o rock alternativo davam as cartas, do cometa Guns N’ Roses já víamos apenas a cauda, e na MTv, o que assistíamos? Sim! O Aerosmith!
Os clipes de “Crazy” e “Cryin'”, protagonizados pelas lindas Alicia Silverstone e Liv Tyler, marcaram os anos 1990 e servem bem para mostrar o que era o Aerosmith na primeira metade daquela década. Com isso, mantendo o crescimento dos dois discos anteriores, o Aerosmith terminava seu contrato com com a Geffen em seu ponto mais alto da discografia, comercialmente falando.
Mantendo parte do time que auxiliou o banda em “Pump”, como o hitmaker Desmond Child e o produtor Bruce Fairbairn, “Get A Grip” teve seis singles de sucesso: “Livin’ on the Edge”, “Amazing“, “Fever”, e “Eat the Rich”, além dos dois sucessos citados previamente, “Crazy” e “Cryin'”. Um sucesso avassalador que acumulava marcas impressionantes de vendas e de prêmios, além de uma turnê que passou por trinta países em uma ano e meio, com destaque ao show do Woodstock de 1994, onde tocaram para trezentas e cinquenta mil pessoas.
Não é exagero dizer que com “Get a Grip” o Aerosmith encontrou uma fórmula infalível de gerar sucessos que seria usada até o mediano “Just Push Play” (2001). Claro que a crítica especializada não aprovava essa fórmula digna de um Midas musical, e as críticas eram ferozes ao apelo comercial e acessível, além do excesso de baladas.
Para o próximo disco, o excelente “Nine Lives” (1997), a banda voltaria para a Columbia. Mas a Geffen usaria do mesmo expediente que a Columbia aplicou em 1980, e lançaria a coletânea “Big Ones”, que incluía as melhores músicas do Aerosmith entre 1987 e 1994, não só presente na trinca “Permanent Vacation” (1987), “Pump” (1989) e “Get a Grip”. Até o momento, o mais recente álbum de estúdio do Aerosmith é o ignorado, mas não menos interessante “Music From Another Dimension”, de 2012, que resenhamos aqui.
Conclusão:
A jornada musical do Aerosmith é uma montanha-russa de altos e baixos, mas esses cinco discos essenciais destacam os momentos mais brilhantes da carreira da banda. Desde o icônico “Toys in the Attic” até o triunfante “Get a Grip”, o Aerosmith deixou uma marca indelével no mundo do rock. Sua capacidade de se reinventar e criar músicas cativantes é uma lição para todas as bandas. O legado do Aerosmith perdura, e esses álbuns continuam a emocionar os fãs em todo o mundo.
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