Accept – “Too Mean To Die”(2021) | Resenha

 

“Too Mean To Die”, é o 16 álbum de estúdio da banda alemã Accept, lançado em 2021 pelo selo Nuclear Blast e no Brasil chega à cargo da Shinigami Records.

Accept - Too Mean To Die (2021, Nuclear Blast, Shinigami Records) Resenha

A lendária banda alemã Accept chega a seu décimo sexto álbum de estúdio na carreira, “Too Mean To Die”.

A formação já não é mesma de sua fase de ouro, mas não podemos negar que o Accept entregou nas últimas duas décadas trabalhos de estúdio extremamente consistentes, como são os casos de “Blood of the Nations” (2010 – um clássico a nível do discos dos anos oitenta) e “Blind Rage” (2014).

Agora a banda teve mais uma baixa em sua fileira de fundadores, pois o baixista e compositor Peter Baltes saiu em 2019, sendo substituído por Martin Motnik, que entrou para o time de músicos junto com o guitarrista Philip Shouse e se revelou um compositor de talento.

O Accept agora possui três guitarristas capazes de explorar harmonias diferentes, solos dobrados e dinâmicas interessantes, algo que dá uma cor diferente em momento pontuais de “Too Mean To Die”, com solos dobrados e harmonias desenvolvidas por duas guitarras (como em “No Ones Master”).

Isso porque, no estúdio, pelas possibilidades modernas de mixagem, a verdade é que só percebemos pontualmente a adição de mais um instrumento. Creio que ao vivo esse trio de guitarras pode funcionar ainda melhor, dando mais peso e corpo à sonoridade.

Além disso, as linhas de guitarra ainda permanecem condicionadas ao trabalho virtuoso de Wolf Hoffman, assim como toda a banda soa orbitando em torno dele.

Aliás, essas mudanças na formação ampliaram a sensação entre os fãs de que o Accept virou basicamente um projeto do guitarrista Wolf Hoffmann, pois agora, o membro mais antigo da banda, exceto ele, é o vocalista Mark Tornillo, que foi integrado ao time em 2009.

Mas tudo isso fica em segundo plano quando colocamos “Too Mean To Die” para rolar.

“Overnight Sensation” já é um clássico! Certamente será a música deste disco que não saíra do repertório dos shows, sendo que ela podia facilmente estar no “Balls To The Wall” ou no “Metal Heart” pela vibe oitentista.

“Too Mean to Die” abre com a arrasa-quarteirão “Zombie Apocalypse”, nos lembrando que mesmo não estando em sua fase mais brilhante, o Accept dificilmente entregará um disco abaixo da média.

O que pode mudar é ter algo que eleve “Too Mean to Die” de “bom” para “ótimo” ou até mesmo “excelente”; talvez uma ousadia pontual ou uma faixa com poder de novo clássico.

Quanto à ousadia, creio que não vá ser o caso (tudo bem que eles surpreendem em “The Undertaker”), pois o Accept basicamente se rendeu à fórmula dos discos anteriores, misturando suas influências de AC/DC (“Not My Problem” lembra algo deles misturado ao Krokus) com Judas Priest, enquanto Mark Tornillo (que é destaque na boa balada de sabor setentista “The Best Is Yet to Come”) e Wolf Hoffman se esforçam para dar um verniz de excelência ao trabalho.

Desta forma temos um disco interessante, nivelado por cima, mas sem grandes destaques de repertório além de “Overnight Sensation”, oscilando entre faixas mais rápidas com toques de power metal, momentos mais lentos e épicos, e referências eruditas em meio ao metal tradicional.

Nesse sentido, além da já citada “Overnight Sensation”, os bons momentos do disco talvez sejam a rápida faixa-título, a melódica “No One’s Maker”, “Sucks to Be You” (com suas remissões a “Deathrow” [1994]), além de “Symphony of Pain” (cheia de paralelos com a 5º e a 9ª Sinfonias de Beethoven) e “Samson e Delilah” (a primeira música instrumental num disco do Accept desde 1994, inspirada por Dvorak), ambas com a marca erudita de Hoffman.

Este quinto álbum com o vocalista Mark Tornillo mantém o alto nível de sua fase no Accept, que queiram não, possui uma identidade musical, muito pelo trabalho ao lado do produtor Andy Sneap (que também produziu esse “Too Mean to Die”) desde 2010.

Enfim, “Too Mean to Die” é um bom disco de heavy metal!

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