Hoje em dia, aquele Venom que causou tanto furor no heavy metal no início dos anos 1980, ao convidar o Diabo para tomar as rédeas do black metal, se dividiu em dois: o Venon Inc, de Abaddon e Mantas de um lado, e o Venom de Cronos do outro.
Discussões à parte de qual é o verdadeiro e qual o melhor Venom, o fato é que o trio capitaneado por Cronos já experimenta sua formação mais longeva enquanto lança “Storm the Gates”, seu décimo quinto álbum de estúdio na carreira, e o terceiro com Rage na guitarra e Danté na bateria.
Essas novas composições que completam “Storm the Gates” mostram que o Venom não é apenas uma dupla de músicos orbitando a figura lendária de Cronos, num culto ao passado, e sim uma banda em movimento, produzindo constantemente como uma unidade.
+ sobre a influência do Diabo da música ocidental neste texto especial
Principalmente, “Storm the Gates” transpira honestidade, austeridade e fidelidade ao legado do Venom. Poxa! “The Mighty Have Fallen” e “Over My Dead Body” são arrasa-quarteirões daqueles de tremer os pilares do inferno!
Ok! O álbum não tem o mesmo impacto que os clássicos dos 1980, é fato! Mesmo porque os tempos são outros. Mas não dá pra dizer que faixas como “100 Miles to Hell”, “Destroyer“, “Suffering Dictates” e “Immortal” são composições ruins, afinal elas despertam emoções como só os grandes nomes do heavy metal conseguem.
Existe algo que remete à proposta do álbum “Hell” (2008), principalmente no peso e na tensão perene nas faixas que seguem a mesma fórmula agressiva, linear e ensimesmada.
E aí, talvez, resida o principal, mas não tão grande, problema de “Storm the Gates”: as faixas caminham sobre um mesmo padrão, e no geral, tudo é tão homogêneo e sistemático que chega a parecer que estamos ouvindo partes de uma extensa e única música, de fato, bélica, beligerante, e puramente metálica.
São treze faixas diretas, sombrias, pesadas e sem firulas! O legado do próprio Venom, mas principalmente as influências esporrentas do Motorhead, estão ainda inflamados nesse disco. “Dark Night (Of the Soul)”, e “We the Loud” estão aqui pra nos lembrar disso.
E se não é o Venom cavernoso e blasfemo dos anos 1980 (se bem que “Beaten To A Pulp” e a faixa-título até soam cavernosas a seu modo), é simplesmente porque não estamos nos anos 1980, pois “Storm the Gates” é, de longe, o disco do Venom que mais curti desde “Metal Black” (2006).
TRACKLIST:
1. Bring Out Your Dead
2. Notorious
3. I Dark Lord
4. 100 Miles to Hell
5. Dark Night (Of the Soul)
6. Beaten to a Pulp
7. Destroyer
8. The Mighty Have Fallen
9. Over My Dead Body
10. Suffering Dictates
11. We the Loud
12. Immortal
13. Storm the Gates
FORMAÇÃO:
Cronos (baixo e vocal)
Rage (guitarra)
Danté (bateria)
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