“Destiny”, clássico sétimo disco da banda STRATOVARIUS, é nossa indicação de hoje na seção VOCÊ DEVIA OUVIR ISTO, cuja proposta você confere nesse link.
Definição em um poucas palavras: Melódico, guitarra, sinfônico, sombrio, classudo, progressivo e pesado.
Estilo do Artista: Heavy Metal.
Comentário Geral: Quem não acompanhou a cena metálica na virada do milênio pode não ter a dimensão correta do que foi o Stratovarius para o Heavy Metal Melódico, principalmente na América do Sul e no Japão.
Fundada em Helsinque, em meados da década de 1980, a banda contou com os vocais de do guitarrista Timo Tolkki até o álbum “Dreamspace” (1994) e já trazia uma clara referência de sua abordagem sonora no nome, afinal Stratovarius é uma óbvia junção do modelo de guitarra Stratocaster com a marca de violinos Stradivarius.
Ou seja, teríamos toda a ousadia e inventividade do Heavy Metal fundidas ao classicismos, virtuose e grandiosidade da música clássica.
Em 1999, a banda era, certamente, uma das três maiores do estilo que via seu momento mais saturado e popular, não sendo exagero dizer que a banda figurava nas principais revistas especializadas mês sim, mês não!
Nesta época, a banda divulgava seu mais novo clássico, “Destiny”, lançado em 1998 e que fecha sua trilogia de álbuns irrepreensíveis, completada por “Visions” (1997) e “Episode” (1996), que disputam a preferência dos fãs desde aqueles tempos. “Destiny”, já era o sétimo trabalho do Stratovarius e, segundo o próprio vocalista Timo Kotipelto, se comparado aos dois álbuns anteriores, este é mais direto e não tão complexo, tão rápido, é mais relaxante.
De fato, “Destiny” é um trabalho mais cadenciado e épico (mesmo que tenha seus momentos mais velozes, como em “No Turning Back” e “Playing With Fire”), cuja faixa-título já mostra ousadia em abrir o trabalho de modo grandiloquente, apontando para uma continuidade do álbum anterior, com solos precisos, orquestrações de extremos bom gosto e trabalho de vozes grandioso.
Sendo assim, podemos resumir este clássico do Heavy Metal noventista como um Power/Speed Metal, que oscila entre andamentos progressivos e épicos, com generosas doses de elementos sinfônicos, realizado por uma banda, em seu melhor line-up e no auge de sua forma, coragem (afinal colocaram uma épica e intrincada faixa com quase dez minutos para abrir o trabalho) e entrosamento.
O que mais impressiona neste conjunto de faixas é o manejo bem feito da alta técnica instrumental como feeling, longe de ufanismos e acrobacias exibicionistas, sendo a maneira de aliar estes elementos um dos segredos do Stratovarius, credenciando-os a reclamar para si o trono do Metal Melódico naqueles dias.
Progressivo, versátil e bombástico, com a velocidade e agressividade do Power/Speed Metal bem controladas, “Destiny” aposta num blend de tradicionalismos metálicos escandinavos e baladas de extremo bom gosto, como em “S.O.S.” (o grande hit do álbum com corais bem alocados), “4 000 Rainy Nights” (com vocais lindíssimos), “Venus In The Morning” e “Anthem The World”.
O guitarrista Timo Tolki é o mentor intelectual banda e aqui traz letras que falam sobre problemas pessoais, algumas delas escritas em parceria com o vocalista Timo Kotipelto, tornado as faixas ainda mais envolventes pela empatia criada pelos aos versos.
Com o álbum seguinte, “Infinite” (2000), o Stratovarius se tornaria ainda maior e teria até mesmo videoclipe veiculado na MTv e capa de Derek Riggs, mas foi com “Destiny” que a banda realmente consolidou seu nome de modo tal, que, em 2016 ,a gravadora EarMusic resolveu inaugurar sua série de relançamentos do catálogo da banda em alta qualidade, com ricos materiais extras.
No Brasil, a Shinigami Records lançou uma a edição especial de “Destiny” com três faixas bônus que saíram nas versões europeias e japonesa à época.
Além disso, esta versão comemorativa da Shinigami Records traz um raro bootleg ao vivo, intitulado “Visions of Destiny”, registrado durante a triunfal turnê do álbum, capturando o espírito energético da banda ao vivo.
Em termos de Heavy Metal Melódico, “Visions of Destiny” mostra como o Stratovarius estava no topo em termos técnicos naquele período, com gravação límpida e timbragens destacáveis, principalmente na bateria de Jorg e nas precisas linhas de baixo de Jari no desfile de clássicos históricos como “Forever Free”, “The Kiss of Judas”, “Speed of Light”, “Black Diamond” e “Forever”, além de faixas de “Destiny” (como na arrepiante abertura), que fazem deste CD bônus um registro histórico tão importante quanto o clássico álbum ao vivo “Visions of Europe”.
Seja pela história ou pela edição especialíssima, VOCÊ DEVIA OUVIR ISTO!
Ano: 1998;
Top 3: “Destiny”, “S.O.S” e “4 000 Rainy Nights”.
Formação: Timo Kotipelto (Vocal), Timo Tolkki (Guitarra), Jari Kainulainen (Baixo), Jens Johansson (Teclado) e Jörg Michael (Bateria).
Disco Pai: Gamma Ray – “Insanity and Genius” (1993)
Disco Irmão: Angra – “Fireworks” (1998)
Disco Filho: Kotipelto – “Coldness” (2004)
Curiosidades: Na turnê deste álbum, a banda era acompanhada por uma emissora de Tv finlandesa que registrava seus passos para produzir um documentário sobre o Stratovarius que, à época, era o nome da música finlandesa em termos de vendas de álbuns.
Pra quem gosta de: Escandinávia, R.P.G., melodia, música clássica, solos, virtuose, legião estrangeira e camiseta preta com estampa no peito inteiro.
Leia Mais:
- Stratovarius – “Visions of Europe – Live” | Resenha
- ANGRA – “Holy Land” | VOCÊ DEVIA OUVIR ISTO
- RESENHA | Timo Tolkki’s Avalon – “Return to Eden” (2019)
- Metallica – “Kill ‘Em All” (1983) | CLÁSSICO DA MÚSICA
- RESENHA | Gamma Ray – “Insanity and Genius” (1993)
- IRON MAIDEN | “The Trooper”, o Poeta e a Guerra da Crimeia
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