Nesta seção queremos apresentar bandas ou artistas que merecem atenção, através de sete perguntas fixas. Hoje trazemos a banda paulista Maestrick, representada pelo vocalista e tecladista Fábio Caldeira.

FICHA TÉCNICA

NOME DA BANDA: Maestrick

ESTILO: Rock Progressivo/Heavy Metal

CIDADE/ESTADO: São José do Rio Preto/SP

ANO DE FUNDAÇÃO: 2006

DISCOGRAFIA: 

 “H.U.C.” (EP – 2010)

“Unpuzzle!” (2011) – que resenhamos aqui.

“The Trick Side Of Some Songs” (EP – 2016) – que resenhamos aqui.

“Espresso Della Vita: Solare” (2018) – que resenhamos aqui.

ENTREVISTA

1. Primeiramente, obrigado pela entrevista e pela atenção conosco do site Gaveta de Bagunças. Conte-nos um pouco sobre a biografia da banda.

Fábio Caldeira – Nós é que agradecemos. É motivo de muita alegria poder falar sobre algo tão importante pra gente, quanto o Maestrick.

Sobre o início, eu e o Montanha, nos conhecemos com oito anos de idade, na escola, eu já tocava violão e ele contrabaixo. Aí começamos a tocar juntos com dez/onze anos de idade. Passamos juntos por algumas bandas, e desde cedo sempre houve a necessidade de compor. Em 2006, estávamos à procura de um baterista e aí conhecemos o Heitor, que estava totalmente alinhado ao que buscávamos, que era e ainda é fazer música do jeito que acreditamos e sentimos ser o mais natural e genuíno possível. No primeiro ensaio com ele já começamos a compor um embrião do que veio a ser o nosso primeiro disco, o “Unpuzzle!”, lançado em dezembro de 2011. Com ele conseguimos um selo internacional e relançamos o disco mundialmente em 2013. Fizemos shows em festivais importantes do Brasil, como o Roça’n Roll, e alguns shows internacionais, como o Lima Prog Fest II no Peru e o La Plata Prog, na Argentina. Depois lançamos em 2016, um EP, com algumas versões de músicas que gostamos muito e em 2018, lançamos nosso segundo disco, “Espresso Della Vita: Solare”, que é a primeira parte de um projeto de dois discos. Esse disco foi lançado em toda Ásia, pelo selo Marquee/Avalon do Japão e nos rendeu nossa primeira turnê europeia no final de 2018.

2. Quais as principais influências da banda? Existem alguns nomes que indicariam como principais referências para a sonoridade que vocês praticam?

Fábio – Eu diria sem pensar muito que é a arte no seu sentido mais amplo. Não é só música que nos inspira, inclusive esse é um dos alicerces do Maestrick, irmos não só além do rock, do metal, mas além da música. É comum você encontrar nas nossas músicas, elementos não musicais usados de forma musical e vice-versa. O que quero dizer, é que nós buscamos refletir sobre movimentos e expressões artísticas, desde literatura, artes plásticas, dança, regionalismos e tentamos refletir isso na nossa música, caso ela dê espaço. Pra gente, o estilo irônico do compositor Camille Saint-Saëns por exemplo, dos cineastas George Meliés e Tim Burton, do poeta Roberto Piva, nos inspira tanto quanto o Queen, o Metallica, o Rush. E no final isso é apenas uma tentativa de fazer as coisas do nosso jeito.

3. Quanto às letras, existe algum direcionamento especifico? Nesse âmbito, vocês possuem algum posicionamento político ou ideológico?

Fábio – Nós apenas contamos histórias. As vezes recorremos a elementos fantásticos, as vezes não, mas sempre são baseadas em experiências reais, nossas ou que ouvimos. Não temos restrição nenhuma, nem sobre o idioma que vamos cantar. Se você reparar, desde o nosso primeiro disco, sempre temos músicas em português, além do inglês. No “Solare”, temos a “Penitência” que é inteira em português, a “Hijos De La Tierra”, que é metade em espanhol e tem backing vocals em tupi guarani e uma narração em português. Então para nós, é mais importante contar a história com conteúdo, sinceridade, respeito, empatia e amor do que termos um direcionamento específico. E sobre nosso posicionamento, somos contra qualquer tipo de violência, verbal, física, ideológica, conceitual e política.

4. Poderia nos dizer um pouco de como funciona o processo de composição?

Fábio – Por mais que um ou outro possa trazer mais ideias as vezes, só se torna uma música do Maestrick, quando todos opinam e colocam um pouco de si nela. Cada um de nós tem uma parte importante no processo de composição e mesmo que o Heitor tendo mais fluência com grooves e padrões rítmicos, não nos limita de dar ideias sobre isso e vice-versa. Sempre jogamos para a música, fazendo sempre o que ela pede como um time. Por trabalharmos com conceitos, sempre procuramos nos aprofundar ao máximo neles, até recorrermos a figuras de linguagem como a sinestesia, por exemplo: Que som teria uma paisagem ao amanhecer? É como um quadro, uma página em branco, você pode ir como quiser, da forma que quiser. Dessa vez escolhemos ir de trem. (Rs)

5. Qual das músicas do Maestrick você indicaria para alguém interessado em conhecer o som de vocês?

Fábio – Como nós só temos dois discos por enquanto, eu indicaria os dois, o “Unpuzzle!” e o “Espresso Della Vita: Solare”. Mas se for indicar músicas de cada um, eu indicaria: “H.U.C.”, “Aquarela” e “Pescador”, do nosso primeiro disco, e “I a.m. Living”, “The Seed” e “Penitência” do segundo.

6. Já existem metas de longo e médio prazo para a banda?

Fábio – Sem dúvidas. Nós já estamos trabalhando na sequência do “Espresso Della Vita: Solare”, que vai se chamar “Espresso Della Vita: Lunare”. Nossa ideia agora é lançar o “Lunare”, e investir em vídeo clipes. E quem sabe gravar um show ao vivo tocando as duas partes na íntegra.

7. Para finalizar, agradeço a oportunidade da entrevista, e fique à vontade para pontuar algo que queira mencionar fora das perguntas acima.

Fábio – Novamente, nós é que agradecemos pela oportunidade e pelas excelentes perguntas. Desejo o melhor para todos vocês e aguardem que a segunda parte do “Espresso Della Vita”, o “Lunare”, está chegando e virá com muita emoção e peso.

CONTATO

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