Voivod: Morgöth Tales – Uma Jornada de 40 Anos no Heavy Metal

 

Em “Morgöth Tales“, o Voivod celebra 40 anos de exploração espacial musical. O álbum recria clássicos e comemora as quatro décadas da banda ao mesmo tempo que destaca sua evolução musical. Nesta análise, mergulhamos na complexidade do Sci-Fi Metal canadense, explorando composição, performance e produção, revelando um disco surpreendente e instigante.

Em "Morgöth Tales", o Voivod celebra 40 anos de exploração espacial musical. O álbum recria clássicos, revela inéditas e destaca a evolução única da banda. Nesta análise, mergulhamos na complexidade do Sci-Fi Metal canadense, explorando composição, performance e produção, revelando um disco surpreendente e inusitado.

Em comemoração aos seus 40 anos, o Voivod, ícone do Heavy Metal canadense, lança “Morgöth Tales“. Sucessor de ‘Synchro Anarchy’ (2022), este álbum reimagina clássicos de sua obra lançados entre 1984 e 2003, com novas gravações, participações especiais e uma faixa inédita.

Gravado no RadicArt Studio, o álbum é uma jornada desde o Thrash-Punk dos primórdiso até o complexo Prog-Metal. Vamos explorar essa viagem musical intrigante que acaba de ser lançado pela parceria entre os selos Shinigami Records e Century Media Records.

Voivod – Resenha de “Morgöth Tales”

Voivod - Morgoth Tales
Explore o legado musical do Voivod em ‘Morgöth Tales’: uma jornada inesquecível.

Morgöth Tales“, o décimo sexto álbum de estúdio do Voivod, mergulha corajosamente em uma jornada de quatro décadas de exploração musical, marcando com distinção os 40 anos dessa lendária e idiossincrática banda canadense de Heavy Metal.

Na esteira do aclamado “Synchro Anarchy” de 2022, este álbum apresenta não apenas novas gravações, mas uma incursão emotiva e técnica através de nove faixas cuidadosamente escolhidas de seu catálogo, datadas de 1984 a 2003, além de uma criação inédita intitulada “Morgöth Tales“.

O processo de gravação e mixagem, confiado a Francis Perron no RadicArt Studio, com a masterização a cargo de Maor Appelbaum e a produção realizada internamente pela banda, destaca-se por sua abordagem meticulosa.

Essa atenção aos detalhes transcende o simples ato de regravar seus clássicos; é uma tentativa deliberada de desenterrar nuances perdidas nas gravações originais e de inserir uma nova camada de complexidade emocional e técnica em cada movimento.

A abertura com a versão de 2023 de “Condemned to the Gallows” transporta instantaneamente os ouvintes para os primórdios crús do Voivod, uma época onde a agressividade do punk e do thrash metal moldava sua identidade.

As novas gravações, embora mais polidas, não apenas capturam a essência da original, mas também revelam nuances anteriormente eclipsadas. A distinção técnica é evidente, oferecendo uma clareza que ressoa de forma envolvente.

A segunda faixa, “Thrashing Rage”, do álbum “Rrröööaaarrr” de 1986, serve como um portal temporal, proporcionando uma experiência sonora que transcende a mera recriação. O Voivod, ao revisitar sua transição do punk para o thrash metal, incorpora uma paleta emocional mais intensa, oferecendo uma interpretação que vai além da técnica, alcançando um mergulho profundo na nostalgia emocional.

Ao explorar “Killing Technology” de 1987 e “Macrosolutions to Megaproblems” de 1988, testemunhamos a jornada do Voivod em direção a um território mais técnico e progressivo. A habilidade técnica da banda, embora evidente nas novas gravações, enfrenta o desafio de rivalizar com a autenticidade e a crueza das versões originais. A emoção subjacente a essas faixas, contudo, permanece imaculada, transcendendo as nuances técnicas.

A inclusão de “Pre-Ignition” de 1989, do álbum “Nothingface”, destaca-se como um marco avant-garde e progressivo na discografia do Voivod. As novas gravações, ao preservar a estranheza única deste álbum, proporcionam uma experiência auditiva que, embora refinada, mantém a excentricidade intrínseca ao material original.

“Nuage Fractal” e “Fix My Heart”, provenientes dos álbuns “Angel Rat” (1991) e “The Outer Limits” (1993), respectivamente, servem como portais para a fase psicodélica e progressiva do Voivod. As novas interpretações demonstram a versatilidade da banda, destacando-se não apenas pela maestria técnica, mas também pela habilidade de transmitir emoções complexas, características essenciais do DNA do Voivod.

A inclusão de “Rise” de 1997, do álbum “Phobos”, marca a transição para a era liderada por Eric Forrest. A recriação desta faixa, além de apresentar a participação autêntica de Eric “E-Force” Forrest, é uma janela para a interseção emocional e técnica, onde a agressividade da performance se entrelaça com a evocação emocional da era.

“Rebel Robot”, do álbum homônimo de 2003, encerra a série de novas gravações, destacando-se como o epílogo de uma era específica. A colaboração com Jason Newsted preserva a solidez, mas a comparação com a vitalidade da versão original adiciona uma camada de nostalgia. O equilíbrio entre a precisão técnica e a carga emocional aqui se torna uma linha tênue.

A obra atinge seu clímax na faixa-título “Morgöth Tales“, uma composição inédita que encapsula a sonoridade experimental que o Voivod abraça nos dias atuais. O nascimento dessa faixa durante a turnê europeia de 2022 adiciona uma dimensão contemporânea, onde a emoção da criação em tempo real se mescla à técnica refinada da gravação em estúdio. É um amalgama de passado e presente, uma exploração musical que transcende as fronteiras do tempo. A edição nacional ainda traz como bônus a faixa “Home”, uma releitura de uma das melhores composições do Public Image Limited.

Conclusão

Morgöth Tales” é mais do que uma retrospectiva; é uma jornada profunda e emocional através de quatro décadas de inovação do Voivod. Além de oferecer uma recriação técnica, as novas gravações imprimem cada faixa com uma riqueza emocional que ressoa de maneira íntima. Ao revisitar o passado, o Voivod não apenas celebra, mas também reinventa, capturando a essência única que fez de cada era um capítulo imortal na saga da banda.

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