Descubra “Manifesto Cerrado”, o poderoso manifesto do Uganga que celebra a resiliência e a paixão pelo metal nacional. Este artigo mergulha no coração do heavy metal brasileiro, explorando cada acorde e letra deste álbum emblemático que redefine o metal punk com autenticidade e energia crua.
Introdução
Uganga não é apenas uma banda; é uma força motriz no cenário do heavy metal brasileiro desde 1993. Com uma trajetória marcada por paixão, dedicação e uma busca incansável por autenticidade, o grupo se destaca por sua habilidade em fundir o peso do metal com a energia do punk, criando um som único que ressoa com fãs ao redor do mundo.
“Manifesto Cerrado”, seu mais recente trabalho, não é apenas um álbum; é uma declaração de princípios, um grito de resistência e renovação. Gravado em um momento crítico da banda, após o afastamento temporário do guitarrista Christian por motivos de saúde, este projeto encapsula a essência do Uganga: resiliente, combativo e eternamente dedicado à música que amam.
Com produção impecável e participações especiais, o disco e o DVD documental oferecem uma visão íntima da alma de uma das bandas mais influentes do metal nacional.
A análise abaixo abordará a escolha do local de gravação, a Estação Stevenson, que adicionou uma camada extra de significado e energia ao projeto. A crise enfrentada pela banda em 2014 e como isso influenciou a criação do álbum será discutida, destacando a resiliência e a capacidade de superação do grupo.
A performance ao vivo capturada no DVD revela a química entre os membros da banda e a conexão com o público, elementos que são essenciais para entender a essência do Uganga. As faixas destacadas, como “Campo”, “Nas Entranhas do Sol”, e “Couro Crú”, serão analisadas em termos de composição, arranjos e a mensagem que transmitem, refletindo sobre como elas contribuem para o manifesto que o álbum representa.
Além disso, o documentário anexo ao projeto será explorado, fornecendo insights sobre a história da banda, os desafios enfrentados ao longo dos anos, e como essas experiências moldaram o som e a identidade do Uganga. Esta seção também incluirá uma análise da produção musical, discutindo a escolha de instrumentação, arranjos e técnicas de gravação que definem o som único do álbum.
Uganga – Resenha de “Manifesto Cerrado”
Em uma entrevista recentemente publicada aqui mesmo no blog, Manu Henriques, nos apresentou a banda Uganga como “uma banda que faz rock pesado cantado em português. Estamos na estrada desde 1993 e desde então já lançamos cinco trabalhos, sendo quatro de estúdio e um ao vivo gravado na Alemanha. Também fizemos duas tours europeias e temos alguns de nossos trabalhos lançados por lá.”
Ou seja, uma carreira de muito trabalho, paixão, e reconhecimento, coroada com este novo lançamento, o DVD “Manifesto Cerrado”, que documenta esta trajetória da banda por duas maneiras emblemáticas: um show dos mais importantes da história da banda; e um documentário com sua biografia, narrada de modo interativo e moderno.
Na abertura da primeira parte do material, a banda explica, através de um texto, o período conturbado pelo qual passou em 2014, que culminou no afastamento do guitarrista Christian, devido a um tratamento de saúde.
Em meio a esta crise, foi gravada uma apresentação em círculo, cercado de amigos e apoiadores da banda, na Estação Stevenson, um prédio histórico na cidade mineira de Araguari. E ao final do show fica claro que o local escolhido foi preponderante no resultado final pela energia que transmitia.
Antes de soarem as primeiras pulsações da bateria, a tensão é quase palpável, muito bem registrada pelo olhar do diretor, e pela imagem perfeita, além do som impecável. No início, parece que cada um está tocando para debater consigo mesmo se ali realmente é o seu lugar.
Segundo o próprio Manu Henriques, “naquela noite acabamos com as dúvidas que poderiam haver sobre se continuaríamos ou não. Ali, em casa, cercados pelos nossos amigos mais próximos, familiares, no nosso momento de maior fraqueza, a banda se reencontrou. É aquilo: para perceber o entorno é preciso olhar pra dentro primeiro.”
E na metade da primeira faixa, a troca de olhares re-aflora o o entrosamento, azeitando a engrenagem Metal-Punk novamente, aumentando a sede de tocar e dar ainda mais unidade à banda.
Por esta observação, compreendemos a que Manu Joker se refere quando diz que “Manifesto Cerrado não é mero título. Esse DVD é, de fato, um manifesto: de sobrevivência; de superação; de renovação”. E completa dizendo que “o show da estação Stevenson é o ápice do nosso renascimento como banda”.
E fica evidente no show que cada um deles sente cada acorde, cada andamento das músicas que emanavam alta energia e fortes vibrações, por solos que cortam, grooves chapados, e versos combativos. Tudo timbrado com um peso acachapante.
Dentre as performances das composições, destacamos “Campo”, “Nas Entranhas do Sol”, a nova roupagem de “Couro Crú” (mais atual, em parceria com Eremita, mostrando uma evolução sonora), “Moleque de Pedra” (com a participação de Juarez “Tibanha”, do Scourge) e “Aos Pés da Grande Árvore” (com guitarras sabáticas e percussão hipnótica), como pontos máximos do desfile Trashcore visceral, esmerado e cheio de atitude impresso na apresentação.
Na segunda parte, temos o documentário com trechos de programas de rádio e TV, contando a história da banda por imagens e depoimentos interessantes, desde os primeiros anos, quando Manu Joker ainda estava na bateria, e a banda atendia por outro nome.
Também detalham os conflitos internos da época do primeiro álbum, bem como imagens de estúdio, das turnês na Europa, e cenas de backstage. Ou seja, temos um registro histórico que se inicia nos anos 1990, passa pela transição de Joker pros vocais e a mutação da sonoridade, a conflitante fase pré-“Opressor”, a decisão de incorporar a terceira guitarra, e os auspícios para o próximo trabalho.
Todavia, muito além de relatar a biografia de uma banda, este documentário mostra como a paixão comum gera uma ligação biunívoca entre os integrantes, entrelaçando uma família quase espiritual em torno de uma banda de Heavy Metal, que compartilha dores (doenças e lesões) e alegrias (nascimentos e casamentos) no seu processo evolutivo.
“Manifesto Cerrado”, foi financiado pelo Programa Municipal de Incentivo à Cultura (PMIC) de Araguari, e celebra as duas décadas de carreira do grupo. Dirigido e produzido por Eddie Shumway, “Manifesto Cerrado” será lançado pela Sapólio Rádio Records, com arte de capa assinada pelo baterista da banda, Marco Henriques.
Conclusão
“Manifesto Cerrado” é mais do que um álbum; é um marco na história do Uganga e no metal nacional. Este trabalho encapsula a jornada de uma banda que, apesar dos desafios, nunca perdeu sua essência ou compromisso com a música que ama.
Através de suas letras combativas, arranjos inovadores e performances apaixonadas, o Uganga reafirma seu lugar no cenário do heavy metal, não apenas como músicos, mas como contadores de histórias, lutadores e inovadores.
Este artigo buscou mergulhar nas profundezas de “Manifesto Cerrado”, explorando cada aspecto que o torna um trabalho tão significativo. Para os fãs de metal, especialmente aqueles interessados no cenário brasileiro, este álbum é uma demonstração poderosa de como a música pode ser um veículo para expressão, resistência e renovação.
A banda Uganga continua a inspirar, desafiar e elevar o padrão do que é possível no mundo do metal punk e heavy metal, provando que mesmo após décadas, sua chama arde mais forte do que nunca.
Leia Mais:
- Uganga | Entrevista com Manu “Joker” Henriques
- Uganga | Resenha de “Servus” (2019)
- Uganga | Resenha de “Opressor” (2014)
- Canábicos | Resenha de “Intenso” (2017)
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