Udo Dirkschneider – “My Way” (2022) | Resenha

 

“My Way” é um disco de releituras de clássicos da música, realizado pelo vocalista alemão Udo Dirkschneider, mais lembrado por ter feito história no heavy metal na banda Accept.

O disco foi lançado no Brasil pela parceria entre os selos Atomic Fire e Shinigami Records.

"My Way" é um disco de releituras de clássicos da música, realizado pelo vocalista alemão Udo Dirkschneider, mais lembrado por ter feito história no heavy metal na banda Accept.

Udo Dirkschneider marcou a história do heavy metal ao colocar sua voz em clássicos como “Balls To The Wall”, “Fast As A Shark”, “Son of a Bitch” e “Metal Heart”, gravados pela lendária banda alemã Accept. Além disso, ele construiu uma sólida carreira solo sobe o nome U.D.O. e agora surpreende ao assinar, pela primeira vez, um trabalho com seu nome.

“My Way” celebra sua carreira ao fazer releituras dos mais diversos artistas, indo de Rolling Stones a Frank Sinatra (de quem ele emprestou a faixa-título), passando por Led Zeppelin, Tina Turner e Queen. De saída, um elogio aqui deve ser feito à escolha do repertório, pois são dezessete músicas que, em sua maioria, possuem a alma classic rock.

No mínimo é curioso ver como Udo arrumou soluções para cantar linhas criadas por grandes cantores com a sua voz, digamos, peculiar, mezzo aguda, mezzo gutural. Bem sustentado por uma banda eficiente (formada por seu filho Sven Dirkschneider, na bateria, Tilen Hudrap no baixo e os dois guitarristas Andrey Smirnov e Fabian Dee) e com uma performance impecável em estúdio, Udo ofereceu perspectivas interessantes para as músicas, empolgando em diversos momentos.

Alguns deste momentos são “Faith Healer” (a abertura emprestada de Alex Harvey, uma influência de vários vocalistas europeus), “Nutbush City Limits” (curiosamente intitulada “They Call It Nutbush” e dando uma dose de agressividade que combina muito bem com a voz de Udo); a trinca “Hell Raiser”, do Sweet, “No Class”, do Motorhead e “Rock N’ Roll”, do Led Zeppelin, que retoma a qualidade do trabalho após sua parte menos empolgante. Já “TNT”, do AC/DC, como já era de se esperar, lembra muito o trabalho do vocalista com o Accept.

De fato, algumas versões não funcionaram tão bem, como é o caso de “Fire”, do Crazy World of Arthur Brown, “Sympathy”, do Uriah Heep e “Man On A Silver Mountain”, do Rainbow (esta por motivos óbvios), todas já na primeira metade do disco. Mas se você aguentar estes escorregões, vai se deliciar com a maior parte do disco.

Vale registrar a ousadia de Udo ao colocar músicas muito diferentes de seu estilo usual, como “Paint It Black”, dos Rolling Stones, “Jealousy”, do Frankie Miller, “The Strokes” de Billy Squier e, obviamente, “My Way”, clássico de Frank Sinatra, que pode ser adjetivada como pitoresca, para dizer o mínimo (depois da versão que Sid Vicious fez desta música nenhuma outra soa estranha), pois temos um Udo de voz contida, limpa e emocional.

Em suma, “My Way” é uma compilação muito bem feita entre músicas que influenciaram o vocalista alemão, retiradas, principalmente, dos anos 1960 e 1970, em parte interpretada de maneira muito idiossincrática por Udo Dirkschneider. Até por isso, o título do álbum se encaixa tão bem e creio que não haverá meio termo, será “ame ou odeie”!

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