Type O Negative – “Life Is Killing Me” (2003) | Você Devia Ouvir Isto

 

“Life Is Killing Me”, penúltimo disco da banda de gothic/doom metal TYPE O NEGATIVE é nossa indicação de hoje na seção VOCÊ DEVIA OUVIR ISTOcuja proposta você confere nesse link.

Type O Negative - Life Is Killing Me (2003, Roadrunner Records)

Definição em um poucas palavras: Gótico, melancólico, pesado, sombrio, urbano.

Estilo do Artista: Gothic/Doom Metal

Comentário Geral:  “Se Deus, de repente, estivesse condenado a viver a vida a qual infligiu ao homem, ele iria se matar”. Essa frase forte, creditada a Alexandre Dumas, esta destacadamente impressa na contra-capa de “Life Is Killing Me”, penúltimo álbum do Type O Negative, um dos pilares da música gótica moderna.

Para os já iniciados aos hinos depressivos de Peter Steele e cia, tal citação se encaixa perfeitamente no perfil melancólico/depressivo da banda. Os ingredientes de sua música se fazem presentes em sonoridades melancólicas, densas e depressivas, soando quase como uma fusão de Black Sabbath com Sisters Of Mercy e a receita final, após ser lapidada, rendeu à banda o sucesso “Black No. 1”, no início dos anos 90.

Peter Steele, o “marombado” líder do Type O Negative, sempre foi tachado como louco homossexual enrustido, trazendo para sua musica todos os seus desencontros e descontentamentos com a vida, o que torna a assimilação das suas letras de relativa dificuldade. Em “Life Is Killing Me”, quinto álbum da banda, a faixa “I Like Goils” representa de modo infalível esta condição.

Os versos politicamente incorretos, emoldurados por uma agressividade gótica (nos lembrando dos primeiros lançamentos), são propositadamente provocativos e carregados de humor negro, elementos também apresentados em “Angry Inch” (composição de Stephen Task, presente no filme “Hedwig and The Angry Inch”, que relata uma troca de sexo malsucedida).

Musicalmente, “I Like Goils” se aproxima da sonoridade apresentada no primeiros anos da banda, assim como “I Don’t Wanna Be Me”. Estas três composições trazem os poucos traços de velocidade neste álbum, que é um clássico do doom/gothic metal no novo milênio. A palpável e constante depressão gratuita do álbum anterior (“World Comming Down”, que traz a pior canção da banda, a saber “Everything Dies”) foi substituída pela retomada dos seus elementos tradicionais, combinados com a sensibilidade melancólica que assombra o espírito compositor de Peter Steele.

Canções até certo ponto frágeis, como “Nettie” e “(We Were) Electrocute”, são ótimos exemplos deste amálgama, do mesmo modo que a bela composição  “…A Dish Best Served Coldly” e a faixa título nos remetem aos clássicos  álbuns “October Rust” (1996) e “Bloody Kisses” (1993).

Aliás, as atmosferas destes dois marcos da era dourada da banda estão permeando todas as harmonias presentes em “Life Is Killing Me”, em conluio com belos arranjos. O salto de qualidade musical do álbum anterior fica evidente nas letras, agora menos baseadas na dor da perda causada pela morte, e construídas sobre o tripé traição (“…A Dish Best Served Coldly”), vingança e conflitos pessoais.

Neste contexto, faixas como “Less Than Zero”, “Todd’s Ship Gods (Above All Things)”, “Anesthesia” e “IYDKMIGTHTKY (Gimme That)” – esta última com um arranjo sensacionalmente singelo circunscrevendo a forte mensagem dos versos – são composições preciosas que transitam na linha tênue entre a densa sensibilidade melancólica e fúria contida da agonia.

Álbuns como “October Rust” (1996) e “Bloody Kisses” (1993) são clássicos, mas “Life Is Killing Me”, apesar de ser um álbum tardio na discografia da banda e pouco lembrado, é a alquimia destes dois álbuns tendo como ingrediente máximo a maturidade musical.

Ano: 2003

Top 3: “Nettie”, “(We Were) Electrocute”“Don’t Wanna Be Me”

Formação: Kenny Hickey (guitarra e vocais),  Josh Silver (teclados e vocais), Peter Steele (vocais, guitarra, teclados e baixo) e John Kelly (bateria e vocais).

Disco Pai: Sisters Of Mercy – “Floodland” (1987)

Disco Irmão: Sentenced – “The Cold White Light” (2002).

Disco Filho: A Pale Horse Named Death – “Lay My Soul To Waste” (2013)

Curiosidades: Dizem que nunca foi vista se quer uma foto do vocalista Pete Steele dando uma risada ou ate mesmo um pequeno sorriso amarelo para seus fãs. No ano de 2010, a morte de Peter Steele só foi noticiada quando membros da banda vieram a público confirmar o fato. Tal comportamento era decorrente do boato surgido em 2005, após a banda publicar a foto de uma lápide, supostamente de Peter, em seu site oficial.

Pra quem gosta de: Bram Stocker, necrotérios, arquitetura gótica, rosas de Halfeti e vinho tinto.

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