“21 de Setembro de 1945. Essa foi a noite em que eu morri. “
É assim que somos apresentados à esta animação, lembro de questionar na resenha de “Crônica de uma Morte Anunciada” (que você pode ler aqui) o que esperar de um livro que inicia com a morte do personagem e assim como com Gabito o que se espera é muita história e em “Túmulo dos Vaga Lumes”, o resultado é um desconforto onde sabemos desde o começo, por mais que tentemos pensar em esperança, não haverá final feliz.
Quando vejo o cenário atual onde guerra vira piada, penso onde erramos?
Relembrar o mal e todos os agravos que ela pode trazer a inocentes é extremamente necessário.
Enquanto muitas obras nos trazem a perspectivas dos combatentes, a glória e força, a versão do vencedor, o bem e o mau, “Túmulo dos Vaga Lumes” cava os tuneis e nos mostra um retrato cru e selvagem do final da segunda guerra mundial através da perspectiva dos que tentam sobreviver.
A catarse encontrada, vai além das lágrimas e choro em reação a obra, mas do estado de vazio que o impacto da história te leva a sentir alguns dias depois, um filme que desmonta a ideia rasa de que animação é coisa de criança. Embora saiba que foi feito um live action, não sei se conseguiria passar por esta experiência novamente.
“O Túmulo dos Vagalumes” é uma produção de 1988 que faz parte da belíssima filmografia do Studio Ghibli e é dirigido por Isao Takahata, é baseado no livro semi autobiográfico de Akiyuki Nosaka e este fato só torna a obra mais dilacerante.
Um fato que prejudicou o filme, fazendo que fosse menos conhecido foi o de ter sido produzido simultaneamente a Meu Amigo Totoro (1988), de Hayao Miyazaki. Lançados como um programa duplo, as pessoas preferiam assistir apenas o filme de Miyazaki que costumava a ser projetado primeiro e ser um filme alegre.
Isao Takahata foi um diretor, animador, roteirista e produtor que ganhou aclamação da crítica internacional por seu trabalho como diretor de filmes de animação. Takahata é o co-fundador do Studio Ghibli, juntamente com seu parceiro de longo tempo de colaboração, Hayao Miyazaki.
O Studio Ghibli é um estúdio de animação japonês, sediado em Koganei, Tóquio. Fundado em 1985, o estúdio já produziu mais de 20 longas, destes, Túmulo dos Vagalumes é considerado pelo crítico de cinema Roger Ebert como um dos maiores filmes de guerra de todos os tempos.
O filme se passa na cidade de Kobe, no Japão Imperial, que conta a história de dois irmãos, Seita e Setsuko, e a tentativa de sobreviver nos últimos meses da Segunda Guerra Mundial.
Um bombardeio tira dos dois o chão e seu alicerce, levados a viver com parentes distantes e depois da insatisfação a tentar abrigo na floresta. Segunda vez no filme que ficamos com sentimento ambíguo, raiva pela mesquinharia, ou tentando perceber que tudo é consequência da situação.
É sempre egoísmo pensar nos seus?
O que faríamos em meio a extrema necessidade?
Os irmãos agora terão que conviver com a fome, o frio e a solidão, a espera pelo retorno do pai que é soldado, é um fio de esperança que nos ilude, mesmo que tenhamos a certeza que sua volta não é uma dúvida.
A medida que a guerra consome o país, consome os homens, e todos seus recursos, da produção grande a itens de sobrevivência, e estas duas crianças nos desarmam convivendo com todas as ferezas, sevícia e desumanidade.
Quebrados, percebemos que na guerra todos perdem.
Umas das coisas que tornam as animações japonesas ainda melhores é a forma como os elementos culturais são misturados a história de forma descomplicada.
Destaque para a conexão entre os irmãos, vendo as situações eu me lembrava dos meus irmãos mais novos, e entendia essa sensação de “faria tudo por você”, as atitudes de Seita embora muita das vezes irritante, é totalmente compreendida pela sua imaturidade diante da situação; uma criança cuidando de outra criança e sendo mais adulta dos que deviam cuidar delas e não destruir toda a sua vida.
Quando entendemos o motivo do título do filme, quando a frase que reverbera em sua cabeça depois “Por que os vaga lumes têm que morrer tão cedo” é dita a angústia é imediata, a doença, o pânico e a necessidade em tempos difíceis, a morte, a despedida e o fim.
Ou seria um novo começo?
O traço de desenhos simples, a trilha sonora melancólica corrobora com a sensação que todos os filmes do Studio me passam: ser único, dinâmico, fluído, trazendo aos personagens e à história personalidade.
Seita, Setsuko e Akyuki nos mostram o horror do passado e nos preenche com a necessidade que lutemos para que isso não repita no futuro.
“Túmulo dos Vaga Lumes” é uma obra maior que si mesma, um conto de sobrevivência que usa da simplicidade dos vaga lumes uma forma de nos arrancar gradualmente o chão, através de uma poética triste, horror e aperto no peito, um impacto expressionista que grita no nosso interior a necessidade maior da humanidade: Empatia!
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