Todd La Torre – “Rejoice in the Suffering” (2021) | Resenha

 

“Rejoice in the Suffering” é o primeiro álbum solo de Todd La Torre, vocalista da banda Queensrÿche, lançado em fevereiro de 2021 pelo selo Rat Pak Records. No Brasil, o disco foi lançado pelo selo Hellion Records.

Todd La Torre - Rejoice in the Suffering (2021) Hellion Records Resenha Review

Todd La Torre é muito conhecido por sua capacidade como vocalista, afinal ele substituiu o lendário Midnight no Crimson Glory e renovou a sonoridade do Queensryche desde que entrou na banda de Seattle ocupando o lugar de ninguém menos que Geoff Tate.

Sem dúvidas, Todd tem sido o grande destaque dos discos mais recentes do Queensryche, onde diversas vezes chama a responsabilidade para si, como em “The Verdict”, de 2019, em que ele substituiu também o baterista Scott Rockenfield, que estava afastado da banda desde 2017.

Na verdade, o vocalista tinha composto várias linhas de bateria já para o disco “Condition Human”. Ou seja, seu talento está além de simplesmente ser um exímio vocalista.

Com “Rejoice in the Suffering” essas múltiplas habilidades ficam ainda mais claras, principalmente por ele se mostrar um vocalista extremamente versátil e engajado em qualquer sonoridade que combine peso e melodia.

O disco começou a ser trabalhado em 2017 ao lado do amigo Craig Blackwell (que gravou guitarra, baixo e teclados em “Rejoice in the Suffering”) e o processo se desenvolveu ao mesmo tempo que ele estava gravando o álbum “The Verdict”com o Queensryche.

Porém, “Rejoice in the Suffering” teve seu progresso interrompido pela turnê global do Queensryche que se seguiu até a explosão da pandemia do COVID-19, quando a turnê foi suspensa e Todd pode se voltar para dar os retoques finais em seu disco.

A dupla La Torre/Blackwell produziu “Rejoice in the Suffering” por conta própria deixando apenas a mixagem e a masterização para Christopher Harris, o produtor do Queensryche.

Musicalmente, o que ouvimos em “Rejoice in the Suffering” é algo um pouco diferente do que o vocalista faz hoje no Queensryche (se be que “Darkened Majesty” tem um refrão e um solo que poderia estar numa música da banda), com todas as nuances progressivas deixadas de lado (em “Vexed” elas aparecessem discretamente) em prol de um heavy metal direto, pesado, rápido e guiado por suas linhas de vocais muito bem construídas.

Nesse sentido, podemos ouvir guitarras incisivas, beirando a abordagem neoclássica, riffs pesadíssimos (como os da cadenciada “Apology”) e dinâmica estrutural intensa nos ritmos, tudo balizado pelas linhas mais clássicas e puristas do heavy metal oitentista, chegando a lembrar bandas como Vicious Rumors, Sanctuary, Judas Priest e até o Dokken mais pontualmente.

A voz de Todd se encaixou muito bem neste formato mais objetivo e pesado e ele explorou desenvolvimentos vocais interessantes, principalmente no desenho das melodias e na criação dos refrãos.

O que não impediu o resultado final de soar pouco monótono do meio pro fim, verdade seja dita. O que mais chama a atenção neste sentido é a forma como trabalham os elementos melódicos dentro das canções, abusando algumas vezes do febril escorregador de escalas nas guitarras.

Porém, faixas como “Dogmata”, “Pretender” (uma mistura de Accept com Judas Priest), “Hellbound and Down” (um típico power/heavy metal norte-americano) e “Crossroad to Insanity” (uma power ballad que arrepia), que são os grandes destaques por aqui e que fazem da primeira metade o grande brilho do trabalho.

Além delas, a faixa bônus (a edição nacional vem com quatro bônus) “One By One” surpreende pelo peso, pelo experimentalismo nos vocais agressivos e guturais, e pela vibe gothic metal de algumas passagens.

A produção esta precisa, deixando tudo nítido e poderoso, mas Rejoice in the Suffering” soa como aquele trabalho que se garante mais pelo talento dos nomes envolvidos do que pela qualidade ou criatividade das composições.

Mesmo assim, acho que vale muito a pena conferir “Rejoice in the Suffering”!

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