The Night Flight Orchestra – Resenha de “Skyline Whispers” (2015)

 

The Night Flight Orchestra Skyline Whispers (2015)
The Night Flight Orchestra, “Skyline Whispers” (2015/2018, Coroner Records, Shinigami Records) NOTA:9,5

Com “Skyline Whispers” (2015), o Night Flight Orchestra assumiu o posto de uma das mais surpreendentes e interessantes bandas da atualidade.

Naquele ano de 2015, a banda ainda não era o fenômeno dos dias atuais, e apenas apresentava ao mundo este que seria seu segundo disco, sucedendo o bom “Internal Affairs” (2012).

A mistura de Kiss, Journey, Eagles, Survivor e Deep Purple, trazendo de volta a imagética AOR para a pauta roqueira, estava incólume neste segundo passo discográfico, mas já apontava um amadurecimento superlativo em termos de composição.

Além disso, na época ainda impactava ver músicos acostumados ao peso do metal mais extremo, em bandas como Arch Enemy e Soilwork, principalmente, enveredando por músicas voltadas aos clichês mais saborosos do AOR/Hard Rock, por vezes pop, e de tons vintage.

Afinal, liderados pelo vocalista Björn Strid (Soilwork) e o baixista Sharlee D’Angelo (Arch Enemy), se dedicaram a compor um álbum indefectível e grudento, consolidando sua proposta elegante, mas de grandiloquência melódica inquebrantável, para criar um conjunto de faixas que soam como um disco perdido dos anos 1980.

Björn Strid, em particular, se mostrava ainda mais eficiente em sua verve rock n’ soul ou blues n’ roll, com timbre cristalino e cheio de carisma, para recriar a magia musical orgânica dos tempos analógicos.

“Skyline Whispers” já começa em altíssimo com uma trinca de faixas irrepreensíveis.

“Sail On” abre o trabalho com uma mistura da forma inglesa do Deep Purple e da americana do Boston, com direito a “solo boogie” de teclado e uma guitarra com a mágica pop que o mago Peter Framptom usava.

Um teor radiofônico que será ainda maior na sequência, com “Living for the Nighttime” e seu hard rock temperado com AOR.

E a receita que tem adrenalina e requinte bem administrados, atingindo seu auge em “Stiletto”, a melhor faixa do álbum, recriando o Kiss de “Dynasty” (1979), com teclados descarados, e o clima de trilha sonora de filme dos anos oitenta.

Aliás, “Stiletto” é onde o NFO basicamente cria o molde da sonoridade que veríamos nos próximos dois álbuns: heavy metal, rock clássico e pop bem equilibrados.

O hard rock temperado com AOR não será exclusividade de “Living for the Nighttime”, pois “I Ain’t Old, I Ain’t Young” (que traz uma fusão de Foreigner com Alan Parsons Project)  e  “Roads Less Traveled” trazem essa mesma estética.

O poder de “Skyline Whispers” está concentrado nas melodias poderosas, mas principalmente nos refrãos incisivos e certeiros. Usam e abusam de clichês, desconstroem e reconstroem cânones, e tudo no final tem sabor de festa.

É impressionante como a banda já havia criado uma identidade eletrizante, usando aspectos vintage e referências mapeadas, mas com personalidade própria, e alta eficiência.

“Lady Jane” gira o álbum para o rumos do funk, com peso groovado e intrincado remetendo ao Grand Funk Railroad, enquanto “All the Ladies” busca os sujos aspectos festeiros dos Rolling Stones colados ao refrão new wave, à  lá Elvis Costello, disfarçado de hard rock.

É interessante pensar ainda que “Spanish Ghosts” seria uma faixa do Rainbow, com Dio nos vocais, se ali já se dedicassem ao Hard Rock/AOR oitentista. Atenção aos detalhes dos arranjos desta faixa.

Cabe aqui uma menção aos solos de “Skyline Whispers”, com seus sabores nostálgicos, mas sem o cheiro de mofo, e energizados pelas possibilidades modernas do estúdio.

Isso fica ainda mais evidente em “Demon Princess”, que traz algo de Kansas e Styx (como vertiginosas linhas de baixo, solo de teclado de dar inveja ao progressivo setentista e passagens climáticas ao violão) numa das faixas mais pesadas do álbum.

Uma composição que só reforça os tons progressivos disseminados nas pequenas faixas instrumentais. Outro ótimo exemplo disso é a faixa-título, com sua vibe Alan Parsons Project/Pink Floyd.

No fim do álbum temos “The Heather Reports”, que traz algo de southern para o jogo, mas sem mudar as texturas, como se o Blackfoot se fundisse ao Kansas e ao Steppenwolf, nesta máquina do tempo musical que é “Skyline Whispers”. 

Ainda temos, na versão nacional, à cargo da Shinigami Records, a faixa bônus ” September, You’re A Woman”.

Este álbum completou a dupla inicial do NFO, que empolgou os amantes e saudosos do Hard Rock colorido pela acessibilidade AOR/Pop, de groove, guitarras melódicas e voz potente, oxigenando a forma do Rock praticada com excelência entre 1976 e 1986, em composições pulsantes e acessíveis.

É fato que “Skyline Whispers” ainda era uma versão mais crua do NFO, com percussão mais proeminente, mas já havia um claro salto de confiança na fórmula se comparado ao álbum anterior.

Um disco indispensável dentro do AOR moderno!

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