Abramis Brama – Resenha de “Tusen Ar” (2018)

 

Abramis Brama Tusen Ar
Abramis Brama: “Tusen Ar” (2018, Hellion Records) NOTA:8,0

A banda sueca Abramis Brama apresenta “Tusen Ar” (2018), seu sétimo álbum de estúdio, desfilando influências setentistas e letras em sua língua natal.

Dona de uma discografia de respeito, cunhada desde 1997 quando foi formada, a banda retirou seu nome de um peixe classificado como exótico e invasor, e que, de fato, não deixa de refletir algo da sua personalidade.

Grosso modo, podemos dizer que são uma banda de stoner, principalmente pelos tons atmosféricos e climáticos espalhados aqui e acolá, mas o fato é que são uma banda orientada ao hard rock retrô, cujo diferencial é apenas cantar em sueco.

A impressão que tive era que o Santana (antigo) tinha se fundido ao Black Sabbath ou ao Mountain, e vestido algumas roupas do Uriah Heep e do Led Zeppelin.

Até por isso, algo aqui vai te lembrar do rock alternativo do início dos anos 1990, que visava retomar esse diálogo com a contundência e honestidade do rock setentista, com aspereza e secura nas timbragens, groove mais sisudo nos riffs e na sustentação do baixo, além de melodia e intensidade nas linhas vocais.

Sim, parece uma quimera, mas dá um panorama do que você encontrará neste “Tusen Ar”, à começar pela ótima “Löpeld”, faixa de abertura que coloca todas essas cartas na mesa, com direito a solo de gaita.

Os riffs são pesados, a cozinha é firme, e os arranjos claramente buscam uma dinâmica baseada no atrito de simplicidade dos movimentos mais roqueiros com as elaboradas passagens climáticas.

A musicalidade do Abramis Brama, desfilada em composições relativamente longas, deixa espaço para variações de estilo, muitos solos, detalhes folk em meio a passagens rápidas e peso bem administrado.

A bateria é crua, as guitarras são mais lapidadas, e existem resquícios estéticos das influências óbvias, comprometendo levemente a identidade sonora, como na faixa-título com sua remissão a “War Pigs” nas linhas vocais.

Mas nada que gere suspiros ou espanto do ouvinte pela imprevisibilidade musical.

Ao mesmo tempo, não há como negar que este é um álbum forte e muito bem trabalhado em estúdio, com uma produção orgânica e vibrante que amplifica destaques como “Vem är du?”, “Slutet av Tunnein” (longa e progressiva composição) e “Hav av lögner” (com seu ritmo urgente e envolvente).

Incrivelmente, as letras em sueco funcionam perfeitamente na sonoridade do Abramis Brama, e se você não tem o hábito de prestar atenção nos versos cantados creio que não sentirá muita diferença, pois a musicalidade cria uma imagem coerente em nossa mente.

No saldo geral, “Tusen Ar” é um disco interessante e cativante, mas nada de fantástico!

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