“Days of the Lost” é o álbum de estréia do novo supergrupo de death metal melódico formado por músicos com história em bandas como In Flames e Dark Tranquillity.
Abaixo você lê nossa resenha completa deste disco lançado no Brasil pela parceria entre os selos Nuclear Blast e Shinigami Records.
O Halo Effect surpreendeu ao lançar um single intitulado “Shadowminds”, seguido pelo anúncio de um álbum de estreia, “Days of the Lost”, que chegou em agosto de 2022. A surpresa veio não por causa de alguma inovação musical que as músicas trouxessem, mas pela reunião de músicos que passaram pela icônica banda In Flames, uma das maiores representantes do death metal melódico nos anos 1990.
Mais precisamente, o Halo Effect é uma bandas desenvolvida e idealizada por Jesper Strömblad, Peter Iwers e Daniel Svensson, três músicos que ajudaram o In Flames a criar a sonoridade clássica da banda em álbuns como “Colony” ou “Clayman”. Até por isso justifica-se o frisson causado por “Days of the Lost”, pois ele resgata exatamente aquela sonoridade que foi abandonada desde “Reroute To Remain” (2002), quando o In Flames olhou para novos horizontes dentro heavy metal moderno.
Ou seja, em “Days of the Lost” temos dez composições onde o Halo Effect desenvolve uma sobreposição de melodias gêmeas impressas de forma limpa dentro de um crossover de death metal melódico sueco com o as melodias agressivas do hardcore, sobre uma estrutura levemente progressiva e sutis harmonias jazzísticas de guitarra.
Os vocais de Mikael Stanne (também vocalista da seminal banda Dark Tranquillity) criam um atrito de agressividade melódica com tensão que gera ápices quase catárticos, alimentados também por grooves sincopado. Aliás, por falar em linhas vocais de destaque, “In Broken Trust” é uma das músicas que se destaca em “Days of the Lost” justamente pelos vocais limpos e melancólicos.
Dentro da cartilha do mais puro Gothenburg Sound, o Halo Effect pratica aquela velha fórmula que deu um sopro renovador ao death metal melódico para a geração da segunda metade dos anos 1990. Com isso, e sem medo de exagerar, afirmo que “Days of the Lost” é o melhor disco do estilo nestas últimas duas décadas em que foi vilipendiado por seus principais nomes.
Claro que existe uma parcela saudosista nesta minha avaliação, de quem sempre quis ouvir o In Flames praticando novamente aquela sonoridade do fim dos anos 1990, mas eu sabia que isso nunca iria acontecer novamente. Entretanto isso não tira o mérito da musicalidade praticada pelo Halo Effect e a musicalidade concisa de “Days of the Lost” provam que esta minha empolgação vai além do puro saudosismo, principalmente em músicas como “Days Of The Lost”, “Last Of Our Kind”, “Conditional”, “Shadowminds” ou “The Needless End”.
Nestes e noutros momentos do repertório a alquimia sonora entre brutalidade e melodia se faz presente, diluída por momentos cadenciados ou mais acelerados. As diversas texturas entremeadas na forma nada usual do Halo Effect praticar sua música naturalmente agressiva em “Days of the Lost” mostram como este supergrupo do death metal melódico explora de modo inteligente a capacidade técnica dos músicos em solos brilhantes e riffs incisivos, cozinha pulsante, além das linhas vocais altamente destacáveis e nada cansativas.
Confesso que eu estava desapontado com a forma com que o In Flames foi desistindo do trono do melodic death metal rumo ao mais do mesmo de um plebeu do rock/metal alternativo, e o Halo Effect veio me trazer uma fresta para ver um universo paralelo em que a banda continuou por um caminho diferente. “Days of the Lost” é um disco padrão de Gothenburg Sound? Sim! Mas feito por quem mais conhece do riscado. E isso era exatamente o que eu queria ouvir!
Ofertas de Discos do In Flames, Dark Tranquillity e Halo Effect:
- The Halo Effect – “Days of the Lost” [CD]
- In Flames – “Clayman” [CD Nacional]
- In Flames – “Colony” [CD Nacional]
- Dark Tranquillity – “The Gallery” [Disco de Vinil Importado]
- Dark Tranquillity – “Moment” [CD Nacional]
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