Testament – Resenha de “Titans of Creation” (2020)

 

O Testament vem experimentando uma das melhores fases de sua carreira e “Titans of Creation”, seu décimo terceiro trabalho de estúdio, chega para confirmar esse fato ao lado de discos como “The Formation of Damnation” (2008), “Dark Roots of Earth” (2012) e “Brotherhood of the Snake” (2016).

Você pode até ficar ensimesmado nos discos antigos da banda, mas isso não tira o fato de que em todos esses álbuns mais recentes o Testament desfilou seu alto padrão de qualidade quando o assunto é thrash metal.

Agora podemos colocar “Titans of Creation” para engrossar esse caldo.

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Testament – “Titans of Creation” (2020, Shinigami Records) 

De cara, chama a atenção o trabalho em estúdio impecável, potencializando o peso e dando brilho às melodias, além de permitir o sempre saudável exercício de observar separadamente a performance de cada músico.

O que só engrandece o resultado final do disco.

A gravação e pré-produção de “Titans of Creation” ficou sob a responsabilidade de Juan Urteaga, no Trident Studios, enquanto que Andy Sneap foi o encarregado da mixagem e masterização e, mais uma vez, ele conseguiu o nível de qualidade sempre ligado ao seu nome.

Desde a abertura impactante com “Children of the Next Level” (típíca faixa do Testamet, com um groove de arrepiar, mudanças de andamentos e guitarras poderosas) somos atirados violentamente a uma parede de peso adornada por melodias.

Um destaque do trabalho sem dúvidas é “Dream Deceiver”, que tem uma energia oitentista que cativa de primeira, mas sem soar vintage. Essa vai ser a música que vai te fazer viciar nesse disco, por causa de um refrão certeiro, lembrando a época áurea do Judas Priest (que inclusive tem uma música homônima).

Já no quesito performance, Steve Di Giorgio se sobressai mais uma vez, seja sustentando as harmonias ou no primeiro plano. Aliás, o Testament é uma verdadeira seleção estrelada do thrash metal.

Claro que a dupla de guitarras é sempre destaque nos discos do Testament, mas o que eles fizeram em “Titans of Creation” em termos de riffs, solos e harmonias é de impressonar pela criatividade no instrumento. Eles detém a habilidade de saber encaixar simplicidade ou complexidade nos momentos certos.

Uma prova disso é evidente em “City of Angels”, que busca uma auto-inspiração no passado, principalmente na forma de trabalhar o atrito entre peso groovado e melodias melancólicas.  Pode anotar essa música como outro grande momento de “Titans of Creation”!

Claro que isso é reflexo do fato de enfim o Testament conseguir manter uma formação em dois discos seguidos, o que contribuiu para a unicidade e compatação do disco como um todo, além do óbvio entrosamento tanto na composição do material quanto na execução.

Outro destaque individual vai para Chuck Billy, trazendo uma pluralidade maior em suas linhas vocais, que aparecem ainda mais quando contrastados aos gritos de Eric Peterson em algumas faixas.

Como em “Night Wish” um thrash metal arrasa-quarteirão, que assim como “The Healers” (essa trazendo uma letra pessoal de Chuck Billy), chegam a lembrar o disco “Demonic” em seus momentos mais agressivos.

Já “Curse of Osiris” vai esbarrar até no black metal em certo momento, sendo uma das surpresas agradáveis do repertório.

No restante tudo está como deveria: riffs de impacto, grooves certeiros, técnica apurada.

Uma fórmula lapidada ao máximo e que atinge seu ápice de amadurecimento em faixas como “WWIII” (um thrash metal rápido e certeiro), “Ishtar’s Gate”, “Symptons” “Code of Hammurabi” (essa com passagens intrincadas beirando o progressivo).

No geral, o Testament está soando orgânico e moderno, maduro nas escolhas que faz para cada uma de suas músicas e ainda mais poderoso que antes nos arranjos, conseguindo entregar um disco de altíssimo nível e que não faz feio frente seus clássicos da discografia.

FAIXAS:

1. Children of the Next Level
2. WWIII
3. Dream Deceiver
4. Night of the Witch
5. City of Angels
6. Ishtars Gate
7. Symptoms
8. False Prophet
9. The Healers
10. Code of Hammurabi
11. Curse of Osiris
12. Catacombs

FORMAÇÃO:

Chuck Billy » vocal
Eric Peterson » guitarra
Alex Skolnick » guitarra
Steve DiGiorgio » baixo
Gene Hoglan » bateria

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