É lamentável e até injusto, diga-se, que uma banda da categoria do Testament esteja relegada ao segundo escalão do Thrash.
Apesar de ter dado origem a obras seminais do gênero ao longo de seus 30 anos (recém-completados) de bons e inestimáveis serviços prestados, o Testament jamais alcançou o mesmo patamar de um Metallica ou Megadeth.
Independente da maior ou menor importância, o fato é que “Brotherhood of the Snake”, mais novo álbum do quinteto californiano, surgiu cercado das melhores expectativas, porém, resta saber se as mesmas foram correspondidas a contento ou não.
Na verdade, quando se excede na expectativa, as chances de decepção são enormes.
Digamos que “Brotherhood of the Snake” seja um grande álbum, que supera em qualidade um “Formation of Damnation”, um “Demonic”, mas vindo de uma banda que lançou “The New Order” e “Practice What You Preach”, pode parecer irrelevante.
Eu, particularmente, prefiro pensar que o novo álbum seja exatamente aquilo que se espera do Testament para o momento, sem mais, nem menos.
“Brotherhood…” possui mais qualidades que muito lançamento do estilo surgidos nos últimos tempos, primeiro por contar com um elenco de peso responsável por sua concepção (caramba, uma banda que tem Gene Hoglan e Steve DiGiorgio em suas fileiras, além do cerne principal original, não pode ser considerada uma banda “comum”), segundo por conter algumas composições que já nas nasceram clássicas (ou você ousa me dizer que composições como “The Pale King”, “Centuries of Suffering” e “Canna Business” são ordinárias?). É desnecessário me aprofundar no mérito individual de cada integrante. Quem conhece a banda sabe o que vai encontrar.
O que chega a ser bizarro são algumas críticas que li a respeito do disco acusando-o de “derivativo” e “sem inspiração”.
Isso é no mínimo uma heresia! Sem inspiração é o “Chinese Democracy” e a nova bomba do Dee Snider (esse é mais que apenas sem inspiração, é “sem vergonha” mesmo).
Ainda temos uma banda focada, determinada e muito, mas muito competente. Alex Skolnick e Eric Peterson ainda impressionam pela destreza, despejando riffs e solos perfeitos, mesmo que sem explorar seu real potencial, e Chuck é Chuck.
O velho cacique é um dos poucos vocalistas que transita do Thrash ao Death com absoluta desenvoltura, sem nunca soar caricato, e aqui ele explora sua faceta com total domínio.
Parece que o sério problema de saúde que afetou sua garganta há vários anos atrás serviu apenas pra despertar a real fúria que estava adormecida.
Tudo isso faz de “Brotherhood of the Snake” um disco acima de média e indispensável para os fãs do bom e velho Thrash Metal dos senhores supremos da Bay Area, pois esse título o Metallica perdeu faz tempo e, pelo que tenho ouvido por aí, jamais vai recuperar (vixi, agora eu polemizei!).
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