“Heliodromus” é o terceiro álbum de estúdio da banda norte-americana Sunrunner.
O título do álbum já reflete o destemor e a unicidade desta obra, afinal, Heliodromus é um dos sete níveis do Mitraísmo, uma religião da era helenística, surgida na Índia, difundida pela Pérsia e ao longo do Império Romano, tendo seu ápice entre os séculos III e IV depois de Cristo, quando foi declarada ilegal junto a outras religiões pagãs.
Além disso, o nível Heliodromus era atingido apenas por uma pequena parcela dos adeptos do culto a Mitra, uma divindade indo-iraniana.
Mesmo dentre os artistas que se baseiam em religiões pagãs, mitologias e lendas para confeccionar sua arte, convenhamos que esta referência temática explorada nas letras já mostra mais profundidade de discurso e, por que não, liberdade das amarras do lugar comum.
Tal inferência se confirma quando tomamos contato com o Heavy Rock cheio de referências progressivas e modernas que emanam das canções que compõem este terceiro álbum da banda norte americana Sunrunner, formada por David Joy (vocal/baixo), Joe Martignetti (guitarra) e Ted MacInnes (bateria), tornando praticamente impossível encaixá-los num rótulo mais específico, principalmente pela fusão das escolas americana e inglesa de se praticar o revival do Heavy Rock.
A faixa-título, um épico de vinte e um minutos que fecha o álbum, numa caleidoscópica viagem musical com escalas por nomes como Yes, Black Sabbath, Iron Maiden, Pink Floyd, mistura tradicionalismos progressivos e metálicos, cheios de penduricalhos musicais de Jazz e World Music, mas sem o cheiro de mofo, retirado pela abordagem moderna que remete a bandas ousadas como Scorpion Child e Graveyard.
Todavia, não as tenha como parâmetro além da simples oxigenação das referências clássicas do Heavy Rock com ousadia progressiva.
Ou seja, o Sunrunner é uma banda de Rock, que mesmo com guitarras virtuosas aqui, referências melódicas e progressivas acolá, arranjos de flautas, violino, guitarra braguesa e percussão, transparece, muito pela sua produção, uma pegada mais crua e incisiva (“Technology’s Luster” tem tanta atitude que até soa punk) que transmite emoções diversas e latentas dentro de caráter musical multifacetado.
Ou seja, é requintado, mas sincero e honesto, nada pomposo ou pretensioso.
Com extrema habilidade variam das linhas efusivas às melancólicas (como em “Corax”, faixa que mistura Black Sabbath com World Music e linhas vocais introspectivas), forjadas sobre o fogo da modernidade (como evidencia “The Horizon Speaks”), como se “Heliodromus” fosse um álbum perdido no lugar do espaço-tempo musical onde o passado e o futuro criam um nó estável!
Além das faixas citadas, destaco ainda “Star Messenger” com seus riffs violentos contrastando com a textura onírica e quase pinkfloydiana, num resumo do progressivo moderno, e “The Plummet”, talvez o único momento imaculado de tradicionalismo setentista, construído pelo folk rock em harmoniosos arranjos de cordas e linhas vocais brilhantes.
Um álbum especial, de uma banda com identidade e reverência pelo passado, mas sem medo do futuro!
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