Sunroad: 'Sunesthesia' injeta mais peso ao hard rock da banda goiana!

“Sunesthesia” é o nono álbum de estúdio da banda goiana de hard rock Sunroad que reúne várias participações especiais, entre elas a do ex-vocalista do Rainbow e Michael Schenker Group, Ronnie Romero, e o tecladista Michael T. Ross, ex-Hardline e Lita Ford.

Abaixo você lê nossa resenha completa deste disco lançado no Brasil pelo selo Musik Records.

O novo álbum da banda goiana de hard rock Sunroad chega com o interessante título de “Sunesthesia” e uma respeitável lista de convidados especiais, com destaque ao vocalista Ronnie Romero e ao tecladista Michael T. Ross. De certa maneira, este nono álbum da discografia continua a abordagem do trabalho anterior, “Walking The Hemispheres” (2021), mas tem sua própria personalidade: peso e melodia bem equilibrados pelos excelentes vocais do francês Steph Honde.

A experiência das quase três décadas de carreira do Sunroad contam muito para a forma de praticar sua musicalidade sem se repetir. Por isso, mesmo sabendo que eles irão se desdobrar nos elementos básicos do hard n’ heavy, ora pendendo mais para a agressividade clássica do heavy metal, ora para o requinte classudo do melodic rock/AOR, as doze composições de “Sunesthesia” são capazes de nos surpreender pontualmente, seja pela forma, seja pelo conteúdo.

O primeiro destaque vai para “Only My Soul”, faixa que encerra o trabalho. Na verdade, esta música é um cover de David Coverdale retirado do esquecido, mas genial, disco “Northwinds” (1978), seu segundo trabalho solo após sua saída do Deep Purple e antes da formação efetiva do Whitesnake. Destaco esta faixa pois a performance do vocalista Steph Honde pode fazer muitos ouvintes irem atrás deste belíssimo disco de Coverdale.

Aliás, a performance de Steph Honde também chamará a atenção pela estética à lá Coverdale ao longo de outras composições de destaque, principalmente em “Drown”, que bebe diretamente da fonte oitentista do hard rock, principalmente do Whitesnake, e em “By Any Means”, uma balada classuda com o espírito daquela década de ouro do gênero, quando os solos e licks de guitarra junto às melodias vocais eram criadas para provocar a pura emoção do ouvinte.

Outras faixas de “Sunesthesia”, como “Speed Waning #1” (com a participação de Ronnie Romero), “Long Ago” (com algo nas melodiase no ritmo que me lembrou o Iron Maiden) e “Scanning Skies” (com um bom groove), responsáveis por abrir o trabalho, mostram que este será o momento mais pesado da discografia do Sunroad, mas sem perder a versatilidade e a organicidade nas timbragens para explorar formas diferentes do hard rock (seja nos solos e riffs de guitarra construídos sobre as possibilidade do blues e do classic rock, seja em ousadias pontuais nos arranjos), assim como farão mais à frente “Pieces of Fantasy” (com uma afinação mais grave), “Asap (I Might Not Come Tomorrow)” (com uma pegada mezzo Mr. Big e mezzo Extreme) e “Screen Screw”, esta última que coloca os goianos dentro dos domínio do heavy metal.

“Sunesthesia” foi produzido por Fred Mika e Netto Mello e masterizado por Michael Voss, num trabalho em estúdio que potencializa os pontos positivos da banda, originando um conjunto de composições dinâmico, com nível máximo de adrenalina por ótimos riffs e solos vibrantes, seção rítimca sólida, e refrãos que invadem o cérebro.

Em geral, podemos concluir dizendo que temos a musicalidade clássica do Sunroad em “Sunesthesia”, em movimentos que esbarram com a mesma força no hard n’ heavy e no melodic rock, resultando numa festa recheada de convidados ilustres, que vai agradar seus fãs e os amantes do gênero, porém, não traz nada de brilhante ou de tirar o fôlego em termos de criatividade e composição.

Abaixo você tem ofertas de dois discos de estúdio da banda Sunroad.