Nesta seção queremos apresentar bandas ou artistas que merecem atenção, através de sete perguntas fixas. Hoje trazemos a banda paulista Suco de Lúcuma, representada pelo guitarrista e vocalista Thom Bonatto.

FICHA TÉCNICA

NOME DA BANDA: Suco de Lúcuma

ESTILO: Neo-psicodelia

CIDADE/ESTADO: São Paulo / SP

ANO DE FUNDAÇÃO: 2017

DISCOGRAFIA: “Quase Rosa, Quase Azul” (2020)

ENTREVISTA

1. Primeiramente, obrigado pela entrevista e pela atenção conosco do site Gaveta de Bagunças. Conte-nos um pouco sobre a biografia da banda.

A banda foi fundada pelo Bechet em 2017, começando por jams bem experimentais no seu estúdio onde ele, Vicente, Felipe e um cantor ex-integrante testavam levadas e texturas pelas quais as composições poderiam ser estruturadas. Paralelamente, Bechet e eu trabalhávamos em um single nas horas vagas do estúdio e esses encontros acabaram incentivando a minha entrada na banda, como cantor e compositor, substituindo o então vocalista. Então ao fim de 2017 este single que produzíamos se tornou o piloto de uma série de composições de Bechet em parceria comigo, que aconteceram muito fluidamente, e em cerca de 4 meses a banda já tinha o escopo do disco, criando os arranjos em ensaios longos e gravando cada etapa, cada nova sessão. A partir de abril de 2018 iniciamos a gravação dessas faixas, 16 no total, que passaram por um grande processo de produção, a gente foi bem metódico o tempo todo. Ao fim de 2018, depois do lançamento do primeiro single do disco, “Ausência”, a banda foi selecionada pra participar do festival itinerante Fluxxo, que aconteceu em fevereiro de 2019, e passou por 7 cidades do estado de São Paulo. Aí tivemos a oportunidade de firmar o nosso som ao vivo, os arranjos de cada música. Então em abril de 2019 vieram mais dois lançamentos importantes, o single “Fios de Desejo” e uma live session do mesmo, pela produtora Orelha Muda, que teve première no site Hits Perdidos e exibição no canal Bis. A partir da metade de 2019 a banda se concentrou totalmente na finalização do álbum, comigo e Bechet encarregados pela pós produção e mixagem. Com mais um single lançado em dezembro deste ano, a faixa “Nada no Ar”, anunciamos a chegada próxima do disco, que está em fase de masterização na gringa.

2. Quais as principais influências da Suco de Lúcuma? Existem alguns nomes que indicariam como principais referências para a sonoridade que vocês praticam?

Bechet é um grande fã da obra de Luis Alberto Spinetta, que inspirou o nome da banda. Essa não é uma influência direta para a sonoridade da banda, mas sim de aspirações artísticas, que aponta para uma filosofia de composição suportada pelo surrealismo latino americano, de artistas como Julio Cortázar e Alejandro Josorowsky. Musicalmente posso citar alguns clássicos que inspiraram nosso trabalho, como o “Volume Two” da Soft Machine, “Meddle” do Pink Floyd, “Remain in Light” do Talking Heads. No âmbito mais atual, ouvimos artistas da onda neo soul e do hiphop como D’Angelo, Chris Dave, Hiatus Kayote, Crumb. Curtimos muito a produção dos caras do BADBADNOTGOOD.

3. Quanto às letras, existe algum direcionamento especifico? Nesse âmbito, vocês possuem algum posicionamento político ou ideológico?

Temos, mas não estamos desempenhando papéis políticos nem impondo uma ideologia, pelo menos isso não é central pra banda. No todo, é possível sacar que gostamos de tangenciar alguns temas que apontam valores em comum. Mas gostamos de deixar lacunas vazias de significado para que as pessoas preencham com sua experiência pessoal, ou apenas contemplem algo que não precisa de explicação.

4. Poderia nos dizer um pouco de como funciona o processo de composição?

Em grande parte da obra, Bechet compôs a base harmônica com a guitarra e eu as melodias, também com a guitarra ou cantando. As letras, tanto de Bechet quanto minhas, vieram muito através do automatismo, seja em estado de muito sono, ou de recém despertado, em fluxo de consciência.

5. Qual das músicas da Suco de Lúcuma você indicaria para alguém interessado em conhecer o som de vocês?

“Nada no Ar”

6. Já existem metas de longo e médio prazo para a banda?

Lançaremos mais dois singles antes do disco no início de 2020, entre janeiro e fevereiro, e produziremos uma live session e um vídeo clipe, tudo através da produtora Orelha Muda.

7. Para finalizar, agradeço a oportunidade da entrevista, e fique à vontade para pontuar algo que queira mencionar fora das perguntas acima.

Obrigado pela oportunidade de contar um pouco da nossa história.

CONTATO

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