Explorando ‘YmmiJ’: A Mistura Explosiva de Hard Rock e AOR do Still Living

 

“YmmiJ” é o terceiro álbum da banda Still Living, apresentando uma combinação única de hard rock, AOR e metal clássico, embalado em uma narrativa envolvente que remete aos anos 80. Este trabalho audacioso destaca-se por suas composições ousadas, arranjos melódicos e uma história cativante, recomendado para fãs de música com substância e emoção.

Still Living - YmmiJ (2017) Facebook Instragram Twitter

Introdução

A banda Still Living foi fundada em 2004 e, desde então, tem marcado sua presença no cenário do rock melódico brasileiro. Após lançarem duas demos, “Still Living” (2005) e “Believe” (2007), e passarem por algumas mudanças na formação, o grupo lançou seu primeiro álbum, “From Now On”, de forma independente em 2012.

Este lançamento foi seguido pelo muito bem-sucedido segundo CD, “Humanity”, em 2015, que incluiu dois faixas bônus.

Antes do final de 2018, a banda apresentou “Ymmij”, seu terceiro álbum, consolidando ainda mais sua trajetória na música. Cada álbum lançado pela Still Living representa um avanço em sua carreira, com “Ymmij” não sendo exceção.

Este trabalho é descrito como um conceito envolto em canções contagiantes que agradam qualquer amante do rock melódico.

A formação atual da banda conta com Renato Costa nos vocais, Eduardo Holanda na guitarra, Wagner Souza no baixo e Cleber Melo na bateria, um line-up que demonstra talento e coesão na entrega de suas performances musicais.

Lançado em 8 de dezembro de 2017, “Ymmij” reafirma o compromisso da Still Living com a qualidade musical e a paixão pelo rock.

Still Living - YmmiJ (2017)
Still Living – “YmmiJ”(2017, Independente)

Still Living – Resenha de “YmmiJ” (2017)

Confesso que esse “YmmiJ”, disco do Still Living, me foi uma grata surpresa.

Quando “YmmiJ”, chegou para resenha eu nunca tinha ouvido nada da banda Still Living até aquele momento.

O texto que acompanhava o material me deixou à par de que este era o terceiro trabalho de estúdio (os outros dois são “From Now On” [2012] e “Humanity” [2015]) e o primeiro conceitual da banda de Garanhuns/PE, formada por Renato Costa (vocal), Eduardo Holanda (guitarras), Thiago Nascimento (teclados), Cleber Melo (bateria) e Aldecy Souza (baixo e pianos adicionais).

Por essa informação já vemos que não estamos falando de iniciantes na cena, o que explica a maturidade para empreender um projeto realmente corajoso dentro do hard rock brasileiro.

Para entender o que acontece por aqui, pegue a sonoridade clássica do Survivor, do Journey, do Whitesnake e do Bon Jovi, misture com a de bandas nacionais de como Dr. Sin, Taffo e Anjos da Noite.

Por fim, adicione levemente algo de Queensryche na forma de narra a uma história pelas letras e em alguns arranjos pontuais (como na balada “Haunted”).

Claro que a banda não soa como uma colcha de retalhos de referências, mas as usa com eficiência para criar algo próprio e corajoso.

Ou seja, temos um hard rock com fortes toques de AOR e pinceladas de classic metal, daqueles que funcionam quase como uma radiofônica viagem no tempo rumo aos anos 1980.

Os teclados contribuem para os arranjos melódicos, as guitarras dão a dose exata de adrenalina e os vocais dramáticos, carregados de emoção, desfilam ganchos melódicos saborosos nos refrãos.

Além disso, no âmbito do conceito temos uma história que renova alguns clichês dos roteiros de filme famosos daquela década, enquanto explora o cotidiano conturbado e depressivo do personagem Jimmy ao longo de uma noite.

A grande sacada do conceito é a banda se inserir como coadjuvante na trama, que tem um final interessantíssimo. Até por isso, aconselho a ouvir o disco de cabo à rabo com atenção às letras, pois esse é o maior atrativo por aqui.

“Reign of Pills”, abre o trabalho com um resumo da proposta musical, mas ela soa um tanto morna (inclusive se comparada com o que ouvimos nos dois primeiros discos) e o Still Living mostra sua cara mesmo é na sequência, com “On the Edge”.

Essa segunda música do disco abre com um riffão que empolga e chega a lembrar algo dos primórdios do Bon Jovi, se destacando de imediato como um dos melhores momentos do material, assim como em “Call of the Night” que continua o repertório com boas linhas vocais, solo que empolga e dinâmica mais variada.

Outro momento excelente aparecerá mais à frente em “King of Nothing”, uma faixa mais pesada e com determinação heavy rock, inclusive esbarrando no doom metal de bandas como Black Sabbath e Trouble no final.

Essa é uma composição (junto com “Peace or Pieces” a composição de melhor trabalho de guitarras do disco) corrobora a impressão de que as faixas mais ousadas no arranjos se saem bem melhor que os momentos cravados no AOR (como em “Dusty Blue Shadow”).

Outra que empolga pela injeção de adrenalina e peso é “Cult of the Rough Awakening”.

Tudo bem que numa proposta como essa o instrumental fornece aquilo que a narrativa pede, mas o Still Living poderia pensar seriamente em explorar mais esse lado intenso e pesado de sua música.

Se bem que “The Man I’ve Become” é um dos grandes momentos de “YmmiJ” e tem a veia mais AOR/melodic rock.

A impressão geral aqui é que o Still Living oscilou entre o brilhantismo e o genérico (melhor ilustrado em “I.M. Jimmy”) neste empreendimento corajoso que é “YmmiJ”.

No geral, os riffs de guitarra são realmente muito bons, seguindo a escola de Richie Sambora, Taffo e, mas falta um pouco de inspiração nos solos e na elaboração dos arranjos. Assim como o bom vocalista oferece momentos realmente empolgantes ao lado de outros onde abusa do direito de exagerar.

Em “Mr. Mirror”, por exemplo, o vocalista Renato Costa mostra todo o seu potencial, com ótimas linhas, capazes de emocionar, dando o sentimento exato que esse momento da história pede enquanto o instrumental deságua num hard rock/AOR de primeira linha.

No final d audição tudo aqui parece funciona como uma versão hard rock à moda brasileira de um musical, mesmo que os arranjos sejam bem diretos e as músicas simples dentro da proposta musical, existe aquele senso dramático e épico.

Vale muito a pena conferir!

Conclusão

“YmmiJ” do Still Living é uma jornada musical audaciosa que mistura hard rock, AOR e toques de metal clássico, criando uma experiência reminiscente dos anos 80 com uma narrativa envolvente.

A banda demonstra maturidade e inovação, equilibrando referências clássicas com originalidade. Apesar de alguns momentos genéricos, o álbum brilha com composições ousadas e performances emocionantes, recomendado para quem aprecia uma boa história contada através do rock.

Leia Mais:

Outros Artigos que Podem Ser do Seu Interesse:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *