Slayer: Os 5 Melhores Discos da banda que definiu o Thrash Metal

 

O Slayer é a banda que definiu o thrash metal após o Metallica iniciá-lo em 1983! Este guia traz ouma análise dos 5 primeiros discos da banda, ou seja, de “Show No Mercy” a “Seasons In The Abyss”.

Slayer, a icônica banda de thrash metal, deixou uma marca indelével na indústria da música com seu som agressivo e apresentações intensas. Desde seu começo humilde no início dos anos 1980 até seu status como um dos “Quatro Grandes” do thrash metal, a jornada do Slayer tem sido nada menos que épica. Junte-se a nós enquanto investigamos seus primeiros cinco discos e o impacto que tiveram no gênero. Seja você um fã obstinado ou novo no mundo do thrash metal, este é o guia definitivo para o lendário legado do Slayer.

Slayer: A maior banda de Thrash Metal

O Slayer pode não ter efetivamente criado um novo estilo dentro do heavy metal, mas talvez tenha criado uma das formas mais particulares de executar um afluente deste gênero. Na verdade, o Slayer definiu o thrash metal mesmo sem tê-lo inventado.

Assim como o Black Sabbath criou o heavy metal  e o Judas Priest deu sua formatação final e sua imagética bem definida, o Slayer definiu, com seus cinco primeiros discos, o thrash metal em seus cânones principais.

Porém, a história nos conta que o thrash metal fora inaugurado pelo Metallica. Todavia, o Slayer praticou o thrash metal de uma forma tão própria e influente que tomou pra si o papel de pioneiro principal das formas mais rápidas e agressivas do heavy metal.

A fórmula do Slayer segue a escola do peso sombrio de nomes como Black Sabbath e Venom, explora as possibilidades melódicas do Judas Priest e do Iron Maiden, aliando esses predicados à postura agressiva, rápida e contestadora do punk/hardcore.

Obviamente, em sua época, essa junção de elementos foi explorada por bandas e formas diferentes, como Kreator, Bulldozer, Sodom, Onslaught, Anthrax e Destruction. Porém, o segredo do Slayer estava em equilibrar tais elementos em ótimas composições.

Isso fica claro quando comparamos discos como “Reign in Blood”“South of Heaven” que pendiam para um (rapidez) ou outro elemento (peso), e depois encontrou-se a fórmula perfeita em Seasons in the Abyss, que era lapidada desde “Hell Awaits”.

O Slayer sempre teve a seu favor a honestidade e a fidelidade a uma proposta ao longo de sua trajetória, mesmo quando mudaram um pouco sua sonoridade como no ótimo e injustiçado “Diabolus in Musica”(1998).

O Reino Sangrento do Slayer, por Joel Mciver
Clique aqui e confira a melhor biografia do Slayer: “O Reino Sangrento do Slayer”, de Joel McIver

O Nascimento do Slayer: Pioneiros do Thrash Metal.

No início dos anos 1980, um grupo de jovens músicos se uniu para formar uma banda que mudaria a face do thrash metal para sempre. O Slayer, composto por Tom Araya nos vocais e baixo, Kerry King e Jeff Hanneman nas guitarras e Dave Lombardo na bateria, rapidamente ganhou reputação por seu som agressivo e temas líricos sombrios.

O Slayer nasceu em Huntington Beach, na Baía de San Pedro, na Califórnia, em 1981. Naquele ano Kerry King se uniu a Jeff Hanneman e Dave Lombardo. Mais tarde, Tom Araya completaria o quarteto que mudaria o heavy metal. Aqui cabe uma observação sobre a dupla de guitarristas do Slayer.

Muito se fala na precisão de Dave Lombardo na bateria, mas o grande segredo do Slayer sempre foi sua dupla de guitarristas. A fusão de um fã de punk/hardcore (Jeff Hanneman) com um aficionado por metal inglês (Kerry King) se tornou o coração do quarteto, sendo que a forma de tocar da dupla e sua abordagem violenta iria influenciar todo o metal extremo. Além disso, no início existia apenas um objetivo: ser a banda mais rápida do planeta.

O entrosamento entre os quatro músicos do Slayer veio tocando covers de bandas como Judas Priest, Black Sabbath e Iron Maiden e a experiência inicial no palco foi lapidada a partir de 1982, em pequenos clubes de Los Angeles, onde foram descobertos por Brian Slagel, da Metal Blade.

Após a apresentação no clube Woodstock, Slagel interessou em colocá-los no terceiro volume da histórica coletânea “Metal Massacre”. Por isso, entraram em estúdio para registrar sua primeira composição, “Aggressive Perfector”, que pela boa repercussão rendeu à banda um contrato com a própria Metal Blade Records para lançarem seu primeiro disco.


Abaixo você tem ofertas de itens colecionáveis do Slayer. Basta clicar nas imagens para conferir.

Pop Slayer Kerry King Vinyl Figure
Funko Pop Slayer Kerry King Vinyl Figure

Slayer Boneco Pop Funko Jeff Hanneman
Slayer Boneco Pop Funko Jeff Hanneman

Pop! Rocks: Slayer - Tom Araya #156 – Funko
Pop! Rocks: Slayer – Tom Araya #156 – Funko

Slayer - Hell Awaits disco de vinil
Slayer – “Hell Awaits” – Edição em vinil vermelho

“Show No Mercy” (1983): O Slayer se apresenta como a banda mais rápida do planeta

“Show No Mercy” foi o primeiro álbum do Slayer, produzido pelos quatro integrantes  ao lado do próprio Brian Slagel, e chamou a atenção pela velocidade, agressividade e o teor das letras. Junto a “Kill ‘em All” (1983), do Metallica, “Show No Mercy” ajudou a abrir as portas do thrash metal para o mundo.

Porém, em 1983, nada era simultaneamente tão rápido, pesado e blasfemo quanto o Slayer em seu primeiro disco. Também dispensaram o uniforme e a postura thrash metal da costa oeste e empunharam cruzes invertidas, usavam uma espécie de protótipo de corpse paint, além de muitos rebites, pregos e correntes.

As letras de cunho satanista fizeram com que fossem associados ao black metal, cuja primeira geração se desenvolvia em paralelo e entremeada ao speed/thrash metal, e não tardou para que suas musicas fossem proibidas de tocar em muitos estados norte-americanos por causa do conteúdo anti-religioso.

Tanto música quanto postura ecoariam pelos próximos anos em bandas como Possessed e na segunda geração do black metal

Slayer - Show No Mercy
Slayer – “Show No Mercy” (1983)

Musicalmente, as composições divididas entre Jeff Hanneman e Kerry King  executavam sua infernal versão de Judas Priest e Iron Maiden na rotação máxima, dando ao heavy metal norte-americano o potencial demoníaco e maléfico que ainda não tinha, mas bem mais comum no Velho Continente.

Também era evidente a influência do Mercyful Fate, à começar pela provocativa capa satânica, reforçada pelas cruzes invertidas, e o visual carregado da banda. “Show No Mercy” mudou completamente o jogo do thrash metal norte-americano, e sua boa vendagem fez da banda o maior nome da gravadora Metal Blade.

E ouvindo clássicos como “Evil Has No Boundaries” (já nasceu clássica), “Die By the Sword”, “Black Magic” (a melhor do disco) e “The Antichrist” (que inaugura os gritos em falsete de Tom Araya), quase quarenta depois, impressiona saber que esses pouco mais de trinta minutos foram registrados em apenas oito horas de estúdio, bancadas pela própria banda, contando gravação e mixagem.

Sim! Foi a própria banda que pagou os custos da gravação do disco, sobrando pra Metal Blade apenas a distribuição e a publicidade. Até por essa limitação de recursos a produção beira o diletante, mas o valor intrínseco a cada segundo deste disco é o mesmo de “Kill ‘em All” do Metallica. Afinal, ambos davam início ao thrash metal.

Slayer - Haunting the chapel
Slayer – “Haunting the Chapel” (1984)

Durante essa época Kerry King participou de algumas gravações e chegou a ser convidado a entrar para o Megadeth, mas preferiu ficar no Slayer quando Jeff Hanneman insinuou buscar outro guitarrista. O primeiro trabalho da banda após a meteórica passagem de Kerry King pelo Megadeth foi o EP “Haunting the Chapel”, lançado em 1984.

No estúdio Track Record registraram três novas faixas direcionando o Slayer para longe do Venom, através de um thrash metal mais elaborado, com Lombardo trazendo novas influências para suas linhas, e incorporando a temática bélica em “Chemical Warfare”.

“Chemical Warfare”, aliás, era possivelmente a música mais rápida do metal  naqueles dias aliás e trazia a forma mais brutal com que o thrash metal já fora impresso até aquele momento. Essa música era um dos muitos prenúncios do death metal perpetrados pelo Slayer, principalmente pelos riffs rápidos e cortantes e a objetividade violenta, além de trazer o tema da guerra química para o portfólio apocalíptico das suas letras.

Slayer - Live Undead
Slayer – “Live Undead” (1984)

Ainda em 1984 veríamos o lançamento de “Live Undead”disco ao vivo gravado em Nova York, mas com o áudio do público adicionado em estúdio posteriormente. Ali tínhamos sete pedradas ainda mais rápidas e imbatíveis que as registradas em estúdio, no álbum “Show no Mercy” e no EP “Haunting the Chapel”, com destaque à versão de “Aggressive Perfector”, registrada na história coletânea “Metal Massacre III”.


“Hell Awaits” (1985): Um dos discos mais demoníacos do thrash metal

“Hell Awaits” é um dos discos mias assustadores e demoníacos da história do heavy metal. Esse disco chegou pouco mais de uma ano após “Show No Mercy” e continuava o amadurecimento tanto musical quanto estético apontado no EP “Haunting the Chapel”

As novas músicas soavam mais coesas, a produção (ainda à cargo da própria banda e Brian Slagel) mostrava um salto de qualidade, mas mantinham a rapidez e o apelo satânico, além de adicionarem ao thrash metal algumas “pausas estratégicas” no ritmo, deixando tudo mais cativante e empolgante.

Slayer - Hell Awaits
Slayer – “Hell Awaits” (1985)

Em vários aspectos “Hell Awaits” é um disco ainda mais agressivo que “Show No Mercy”, extrapolando os limites da temática satânica e do extremismo musical de sua época. O foco agora era todo dado à música, mais brutal, agressiva, satânica e técnica, criando uma estrutura que serviria de molde para a forma com que a fusão de death metal com o black metal seria instilada pelo mundo na década seguinte, em faixas como “Kill Again”, “Praise of Death”, “Hardening of the Arteries” “Necrophiliac”.

Porém, o maior destaque deste disco reside na faixa-título, uma espécie de embrião daquilo que o Slayer se tornaria no fim da década quando a maturidade fosse atingida em Seasons in the Abyss, algo também marcado em “Crypts of Eternity”.

“Hell Awaits”, a música, é uma antecipação de como o Slayer iria se definir no futuro: brutal, maléfico e consciente do poder e da energia gerada pelo atrito de clima infernal, velocidade insana e peso cadenciado. O clima do álbum é denso, de uma forma infernal, e termina com uma variação interessante da macabra e demoníaca introdução.

Claro que não podemos esquecer da ótima “At Dawn They Sleep”, que traz a temática vampírica para o rol macabro das letras do quarteto. Nessa época aconteceu um show histórico ao lado de Exodus e do Venom, numa antiga discoteca de Nova York, e que foi registrado no vídeo “The Ultimate Revenge”.


“Reign In Blood” (1986): O disco que definiu o thrash metal

Seguindo uma escalada de agressividade e velocidade do Slayer, “Reign in Blood” era o disco mais agressivo, assustador e massacrante do heavy metal até aquele momento. Não há discussões de que este é o maior disco de thrash metal de todos os tempos, que me perdoem os defensores do (também sensacional) terceiro álbum do Metallica, “Master of Puppets”, lançado no mesmo ano.

Este marco do thrash metal foi gravado no estúdio New Fresh, em Nova York, tendo Andy Wallace como engenheiro de som e Rick Rubin na produção. Na época de “Reign in Blood”, Rick Rubin estava trabalhando com o Run DMC e os Beastie Boys e quando ele aceitou trabalhar com o Slayer, a então banda de heavy metal mais pesada do mundo teve que mudar de gravadora, assinando com a Def Jam Records.

Slayer - Reign In Blood (1986)
Slayer – “Reign In Blood” (1986)

“Reign in Blood”, que iniciava o grupo de álbuns da banda com capa de Larry Carrol (o mesmo de “South of Heaven”, “Seasons in the Abyss” e “Christ Illusion”), saiu em 7 outubro de 1986 e deu o primeiro Disco de Ouro ao Slayer, além de testar os limites de sua identidade musical, seja em velocidade (o disco tem apenas 28 minutos), brutalidade ou desarmonia (instrumental ou lírica).

Porém, era nítido que aquela banda de adolescentes promissora estava definitivamente jogando de forma profissional: a produção, crua e seca, era de primeiro nível e potencializava todas as suas qualidades, os tempos ultrarrápidos estavam melhor articulados para sustentar as guitarras caóticas, precisas e violentas, assim como as letras agora faziam sentido e não mais soavam como um infantil babujo de Satanás.

“Angel of Death” já dava o recado de saída! O maior clássico do Slayer, narrando os terrores do nazismo, mostrava que a fórmula musical executada nos dois discos anteriores atingira seu ápice. Junto com “Jesus Saves”, “Piece By Piece”, “Altar of Sacrifice” (que devia ter entrado em “Hell Awaits” [1985]),  “Reborn”, “Postmortem” e “Raining Blood”  (pra mim, a melhor do disco) formavam não só o que de melhor esse disco trazia, bem como evidenciava que aqueles garotos haviam melhorado suas letras, sem alterar os temas abordados.

Claro que Dave Lombardo tem sua parcela de genialidade por aqui, afinal esse foi o disco que fez dele o deus da bateria no thrash metal. Preste atenção na aula de tempo e precisão que ele dá em “Criminally Insane”.

“Postmortem”, por sua vez, foi o único single do álbum, lançado junto a uma versão remixada de “Criminally Insane” e a histórica “Agressive Perfector”. Mais tarde ambas sairiam em reedições do álbum como bônus.

Destaque ao trabalho da dupla King/Hanneman, já plenamente dominantes em seus instrumentos, além de compositores mais maduros. Por vezes os dois parecem duelar em solos longos. Preste atenção também na velocidade vertiginosa com que Araya entoa os versos. Já tentou cantar “Necrophobic” junto com ele? É impossível!

Mesmo com o nome de Rick Rubin envolvido, a CBS se recusou a distribuir o álbum do Slayer após tomar conhecimento do conteúdo “romântico” de suas letras. Por isso, entrou em cena a Geffen que aceitou colocar esse disco na praça.

Depois de “Reign in Blood” o Slayer se tornou conhecido como a forma mais pesada, intensa, rápida e agressiva do thrash metal. Este disco se tornou um ponto nevrálgico do metal extremo, pois não acho que o death metal ou o black metal existiriam sem as libertinagens que o Slayer praticou nessas dez músicas.

Como se não bastasse as acusações costumeiras de satanismo, “Angel of Death” ainda trouxe para o quintal do Slayer acusações de nazismo, afinal sua letra falava sobre Josef Mengele e seus experimentos macabros durante a II Guerra Mundial. O mais próximo da verdade dessa acusação era que o guitarrista Jeff Hanneman, de fato, era um colecionador de artigos de guerra.

Claro que isso atrapalhou a agenda de alguns shows, além da total falta de apoio das rádios e da televisão, mas isso não importava, pois à  partir daqui o Slayer criaria um modelo a ser seguido dentro do thrash  metal, exceto por ele próprio, que surpreenderia o mundo com seu próximo disco.


“South of Heaven” (1988): O Thrash Metal cadenciado e assustador

Só existem duas opções após uma obra-prima: continuar dentro da mesma fórmula sem a certeza de repetir o êxito, ou mudar tudo e se arriscar a provar sua genialidade novamente. O Slayer, que sempre se mostrou inquieto, optou pelo segundo caminho e, de fato, ninguém, exceto os quatro músicos, estava preparado para o que viria à seguir!

Tanto que após “Reign in Blood” começaram as parcerias diferentes, como a participação de Kerry King no clássico “Licensed to Ill”, dos Bestie Boys, na faixa “No Sleep Til Brooklin”, inclusive aparecendo no clipe da música.

Anos mais tarde, Kerry King confessaria o motivo dessa participação: “A única razão para eu ter aceitado fazer aquilo na época foi porque eu sabia que eles seriam populares e provavelmente fariam videos. Se eles fizessem um vídeo dessa música que participei você até poderia não saber quem era o Slayer, mas reconheceria o cara com bracelete cheio de pregos. Fiz com a ideia de exposição”.

Gravaram também uma versão para “In-a-Gadda-da-Vida”, do Iron Butterfly, para a trilha sonora do filme “Less Than Zero”. Porém, talvez a lição mais profunda do Slayer para o thrash metal se deu no seu quarto disco: “South of Heaven” (1988).

Slayer - South of heaven
Slayer – “South of Heaven” (1988)

Este disco mostrou que dava para ser impactante sem extrapolar em velocidade, valorizando peso e arranjos trabalhados através de andamentos mais cadenciados, com destaque à performance precisa e criativa do baterista Dave Lombardo, além da forma diferente que Tom Araya encontrou para encaixar sua voz sem descaracterizar a identidade do Slayer.

Porém, o quarteto só ampliava alguns detalhes que podiam ser ouvidos em estado embrionário em faixas como “Tormentor” e “Crionics”, de “Show No Mercy”, ou na introdução da faixa-título do disco “Hell Awaits” e em “At Dawn They Sleep”, do mesmo disco.

Com “South of Heaven” o Slayer desafiava não só os fãs, que ficaram divididos, mas a si próprio, explorando uma outra face de sua música, mais cadenciada, climática e pesada que a velocidade visceral de “Reign in Blood”.

Olhando em retrospecto, essa redução de velocidade foi o que valorizou as harmonias de guitarra e potencializou o groove pesado  de seu thrash metal. Tudo bem que a pancada “Cleanse the Soul” trazia a velocidade vertiginosa do álbum anterior para o jogo novamente, mas de forma diferente e nem ela tira a sensação de que “South of Heaven” é um disco mais acessível da banda.

Até a mensagem agora era insinuada, como no título do disco, afinal, como Dante Alighieri nos ensinou na sua Divina Comédia, o que está ao sul do Paraíso é o Inferno. Era um Slayer menos linear, entendendo a importância dos climas e do valor às dobras melódicas. “Read Beetween the Lies”, por exemplo, tem até um groove que antecipa algo do que ouviríamos com mais lascívia na década seguinte.

Porém, os grandes destaques são, indubitavelmente, “South of Heaven” (uma abertura macabra), “Silent Scream”, “Live Undead”, “Mandatory Suicide”, “Spill the Blood” e o cover para “Dissident Aggressor”, do Judas Priest.

Apesar do protesto de alguns fãs mais radicais, o sucesso angariado no disco anterior continuou, tanto que a banda seguiu numa turnê pela Europa e pelos Estados Unidos totalmente sold out. 

Infelizmente o clima dentro da banda não era dos melhores e por essa época começam as desavenças com Dave Lombardo, quando o baterista se afastou para curtir uma lua de mel com a esposa Theresa.

O primeiro nome a substituí-lo foi Tony Scaglione, do Whipalsh, mas ele acaba não agradando e Lombardo volta logo para o Slayer. A história nos conta que se ele não tivesse retornado, o substituto definitivo seria Nick Menza, mais tarde integrante da formação clássica do Megadeth.


“Seasons in the Abyss” (1990): O amadurecimento do thrash metal do Slayer

Muitos louvam “Reign in Blood”  como o melhor disco do Slayer. Pra mim ele é o mais importante, até mesmo do thrash metal. Entretanto, na minha opinião, o melhor disco da banda é Seasons in the Abyss.

Slayer - Seasons in the abyss
Slayer – “Seasons in the Abyss” (1990)

Este é o ápice criativo do Slayer guiado pelas guitarras endiabrados de Jeff Hanneman e Kerry King. Seasons in the Abyss nos oferecia o trabalho  mais técnico da dupla em estúdio, principalmente nos solos avassaladores e na profusão de riffs excelentes.

“War Esemble” era a prova de que o equilíbrio entre as duas versões do Slayer havia sido encontrada, sendo esta a sonoridade que nos vem à mente quando pensamos no som da banda. Nessa música temos a mesma sonoridade de “Show No Mercy” só que agora executada e registrada por profissionais.

Já “Blood Red”, “Spirit in Black” (que antecipava a veia punk que seria explorada na década seguinte) e “Expendable Youth”, eram faixas que mostravam como o Slayer estava equilibrando a velocidade de “Reign in Blood” (1986) e o peso cadenciado de “South of Heaven” (1988).

E que me perdoem os adoradores de “Angel of Death”, mas “Dead Skin Mask” é, disparada, a melhor música do Slayer.

A turnê desse disco é histórica e ficou conhecida como “Clash of Titans”. Na Europa estavam acompanhados do Suicidal Tendencies, Testament e Megadeth. Já nos Estados Unidos tocaram ao lado de Alice In Chains, Anthrax e Megadeth. Nessa época, as rusgas com Dave Mustaine e o Megadeth aumentaram, com direito a ataques verbais entre as duas bandas.

Seasons in the Abyssganhou Disco de Platina e alcançou o terceiro lugar nas paradas britânicas especializadas em heavy metal e aqui deixo o destaque para o clipe da faixa-título gravado no Egito.

“Reign in Blood”“South of Heaven” que pendiam para um (rapidez) ou outro elemento (peso), e depois encontrou-se a fórmula perfeita em Seasons in the Abyss, que era lapidada desde “Hell Awaits”.

Camiseta Premium Slayer The End is Near
Oferta: Clique aqui e confira a camiseta Premium: “Slayer: The End is Near”

O fim de uma era: turnê de despedida e o legado do Slayer.

No ano seguinte ao lançamento de Seasons in the Abyss, para comemorar os dez anos de banda, lançam o duplo ao vivo “Decade of Aggression”Uma parte do material foi gravada na Flórida , em 13 de junho de 1991 e a outra em Londres, na Inglaterra, em outubro do ano anterior.

O Slayer era cada vez mais gigante, praticamente uma entidade dentro do heavy metal mundial, com fãs devotos e até mesmo exagerados em alguns casos. Porém, os problemas com Dave Lombardo voltaram e a própria banda resolveu demiti-lo, pois seu filho iria nascer bem na época da turnê e os três músicos não queriam ser surpreendidos.

Com “Decade of Aggression” e a saída de Dave Lombardo o Slayer fechava a primeira parte de sua biografia oferecendo ao thrash metal os seus cânones através de cinco discos de estúdio essenciais. Sem dúvidas, cinco lições básicas do thrash metal!

Com esse “pentagrama discográfico” o Slayer se tornou uma da principais bandas responsáveis pelo fortalecimento do thrash metal no mundo todo, sempre como alvo de inspirações e copias,  e muitas vezes até foram criticados pela maneira com que passavam sua mensagem.

Depois de quase quatro décadas dominando a cena do thrash metal, o Slayer anunciou sua turnê de despedida em 2018, marcando o fim de uma era para a banda e sua dedicada base de fãs. A decisão de se aposentar não foi tomada de ânimo leve, mas sim como uma forma de os integrantes da banda buscarem outros interesses e passarem mais tempo com suas famílias.

A turnê de despedida, apropriadamente chamada de “The Final Campaign”, levou o Slayer a cidades ao redor do mundo, dando aos fãs uma última chance de testemunhar suas eletrizantes apresentações ao vivo. A turnê foi uma celebração agridoce do legado do Slayer, com os fãs se reunindo para homenagear a banda que moldou o gênero e inspirou inúmeros músicos.

Quando as notas finais soaram e as luzes do palco se apagaram, o Slayer deixou para trás um legado que ficará para sempre gravado nos anais da história do thrash metal. Seu impacto no gênero e sua dedicação inabalável ao seu ofício continuarão a inspirar as gerações de metaleiros que virão.

Com toda certeza o Slayer é uma das bandas mais amadas e uma das melhores da história do Heavy Metal! Afinal, só existem duas opções para o Slayer: 1) você ama; ou 2) você está errado!


Ofertas dos 5 primeiros discos do Slayer:


Leia Mais:

Camiseta Slayer Silver Eagle
Oferta: Clique aqui e confira a aamiseta Slayer Silver Eagle

Outros Artigos que Podem Ser do Seu Interesse:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *